sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém

Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém
Enviado por: PP - Quarta, 09 de Janeiro de 2008


Tomada de posse dos Órgãos Sociais

Numa Eucaristia celebrada na igreja da Misericórdia, sob a presidência do Senhor Bispo de Beja, D. António Vitalino Dantas, foi dada e tomada posse aos novos Órgãos Sociais da Santa Casa da Misericórdia. Com poucas caras novas, na prática, continuam os mesmos responsáveis.
A Irmandade da Santa Casa da Misericórdia é uma Associação de Fiéis. Nasceu assim. E assim se tem mantido ao longo dos séculos. Rege-se por Normas Próprias aprovadas pela Autoridade Eclesiástica. O Compromisso, que regula o funcionamento da Instituição, é elaborado para garantir a continuidade da intuição original com o seu carisma próprio e tem de ser aprovado pelo Bispo que designa um sacerdote da Diocese, para seu delegado, como Capelão.

A Santa Casa da Misericórdia tem a seu cargo o exercício das obras de Misericórdia, sobretudo as corporais, sem excluir de modo nenhum as espirituais. O Pe Melícias lembra que “entre outras bonitas funções na prática de ‘toda a obra de misericórdia’ tanto corporal como espiritual,por exemplo, que os provedores das Misericórdias tinham a função de avindouros, ou seja, punham de bem as pessoas que estavam desavindas e, nomeadamente na Quaresma, iam promover a paz junto de pessoas ou famílias que estavam zangadas ou em litígio, dispondo para o efeito de um livro onde registavam as ‘amizades’ e as ‘pazes’ que tinham sido feitas entre fulano e beltrano ou cicrano”.
As circunstâncias fizeram com que o rosto das Santas Casas, actualmente, seja mais de empresas do que de Instituições de natureza eclesial e da intervenção social da Igreja. Importa evoluir sem degenerar. Na últina semana de pastoral social, ficou bem marcado que as insttituições de serviço social, de origem ou natureza eclesial, têm direito e devem afirmar o que lhes é específico. Têm identidade própria a que não devem renunciar. Alguém falou até numa ‘carta de princípios’.
Os “Irmãos” a quem é confiada a tarefa de dirigir a Instituição, terão de fazer o equilíbrio entre a competência e o carisma. Terão de conciliar a caridade e a eficiência, que não se compadece com ambiguidades. De resto, a ineficiência é pecado.
A dignidade humana da pessoa dos idosos e dos deficientes de qualquer tipo exige respeito e qualidade de vida. A melhoria da qualidade do serviço é um sinal do nível do respeito e do apreço pela história de cada utente, do reconhecimento dos seus direitos como pessoa e cidadão, aquele homem ou aquela mulher que gastaram a vida no serviço social ou cívico, tantas vezes anónimo.
Por isso, resta-me desejar que os novos órgãos sociais consigam que esta Instituição, antes de mais, seja “CASA”, lugar de acolhimento e de familiar convivência; depois, que seja uma “casa da MISERICÓRDIA”, lugar onde se apalpa a ternura e o carinho, onde a preferência vá efectivamente para os que mais precisam, sendo atenta, pioneira e criativa, pela força da solicitude inspirada na mística do capítulo 25 de Mateus; e, finalmente, que também seja “SANTA”, que quem lá vive ou trabalha, se dê conta que todo o homem e mulher foram feitos à imagem e semelhança do Criador, são filhos de Deus Pai. Que tudo, nas relações de uns com os outros tenha a marca do AMOR. Ser ‘santo’, é imprimir ao que fazemos a marca do humano, como pessoas e a marca do divino como cristãos.
Votos de bom trabalho aos empossados, sabendo que Deus recompensa sempre os generosos. Há muita gente à vossa espera. Os voluntários são sempre poucos para o muito que há a fazer.

Fonte: Padre Manuel Magalhães, Capelão da Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém

Diocese de Beja

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