por Fernando Cardoso Ferreira
Presidente do Conselho Nacional da União das Misericórdias Portuguesas)
Presidente do Conselho Nacional da União das Misericórdias Portuguesas)
Em Agosto passado, com este mesmo título, anunciado o aumento de impostos e reduções nas prestações sociais, previ tempos difíceis para os Portugueses e para as empresas, em todos os sectores de actividade.
O que não previ foi a brutalidade das medidas que se seguirão para 2011.
Parece que muitos economistas tinham razão e as medidas anteriormente anunciadas foram tardias e insuficientes, ou mal calculadas, o que vem dar no mesmo.
A partir de Janeiro de 2011, em síntese, teremos muito menos dinheiro e pagaremos tudo muito mais caro.
Dito assim, desta forma simplificada, não parece diferente do que tem vindo a acontecer ao longo dos últimos anos.
A diferença, porém, está no muito, muito menos dinheiro e tudo muito mais caro.
Temo que as previsões negras do resultado se venham a concretizar.
Mais desemprego, redução do consumo, mais falências de empresas, enfim, um cenário trágico.
E este cenário vai determinar uma pressão enorme sobre as Instituições sociais, nomeadamente sobre as Misericórdias.
Pressão na procura de serviços e pressão sobre a gestão.
Na procura porque mais pessoas vão necessitar de apoio básico, traduzido em alojamento, alimentação e cuidados de saúde.
Na gestão porque os custos de funcionamento vão subir e as receitas vão diminuir.
A subida do IVA, a inflação e o aumento anunciado do preço da energia, gás e electricidade, entre outros, significam uma escalada geral de custos.
No plano das receitas, sabe-se já que a comparticipação estatal para 2011 não sofrerá qualquer aumento.
Para além disso é previsível que o agravamento da situação financeira das famílias leve a interrupções do pagamento das comparticipações familiares.
Acresce que algumas outras fontes de rendimento das Misericórdias, tais como as resultantes de arrendamento de imóveis e de áreas de negócio anexas, como por exemplo, no caso da Misericórdia de Setúbal, a Loja do Idoso e a Loja de Mediação de Jogos Sociais, seguramente verão o seu movimento reduzido.
Significa isto que para garantir a sustentabilidade de Instituições como as Misericórdias é preciso tomar medidas drásticas.
A começar pelo adiamento, (ou mesmo cancelamento), de projectos de investimento.
Mesmo que as Instituições disponham de recursos próprios para os levar a cabo, vão necessitar desses meios em 2011 e 2012, (pelo menos…), para garantirem o funcionamento, sem diminuição da qualidade dos serviços prestados aos seus utentes e sem recurso à diminuição dos respectivos quadros de pessoal.
A par disso, tem de ser intensificado o esforço de redução da despesa, e nunca é de mais dizer, sem que isso ponha em causa o bem-estar dos utentes.
Nos últimos quinze anos fomos induzidos, (e conduzidos), a viver muito para além das nossas posses.
E não merece a pena dizer que a crise veio de fora, já o sabemos.
Mas sabemos também agora que ela veio pôr a descoberto e agravar, uma outra crise, nacional, profunda, já existente e irresponsavelmente escondida dos olhos dos Portugueses.
São muito difíceis os tempos que aí vêm, para os Portugueses e para as Instituições, como as Misericórdias que garantem o essencial do Estado Social.
De que aliás, já não se houve falar…
Ao longo dos séculos as Misericórdias sobreviveram a guerras, pestes, maus governos e revoluções.
Podem os Portugueses estar certos de que sobreviverão também ao pesadelo que se aproxima.
Setúbal na rede
O que não previ foi a brutalidade das medidas que se seguirão para 2011.
Parece que muitos economistas tinham razão e as medidas anteriormente anunciadas foram tardias e insuficientes, ou mal calculadas, o que vem dar no mesmo.
A partir de Janeiro de 2011, em síntese, teremos muito menos dinheiro e pagaremos tudo muito mais caro.
Dito assim, desta forma simplificada, não parece diferente do que tem vindo a acontecer ao longo dos últimos anos.
A diferença, porém, está no muito, muito menos dinheiro e tudo muito mais caro.
Temo que as previsões negras do resultado se venham a concretizar.
Mais desemprego, redução do consumo, mais falências de empresas, enfim, um cenário trágico.
E este cenário vai determinar uma pressão enorme sobre as Instituições sociais, nomeadamente sobre as Misericórdias.
Pressão na procura de serviços e pressão sobre a gestão.
Na procura porque mais pessoas vão necessitar de apoio básico, traduzido em alojamento, alimentação e cuidados de saúde.
Na gestão porque os custos de funcionamento vão subir e as receitas vão diminuir.
A subida do IVA, a inflação e o aumento anunciado do preço da energia, gás e electricidade, entre outros, significam uma escalada geral de custos.
No plano das receitas, sabe-se já que a comparticipação estatal para 2011 não sofrerá qualquer aumento.
Para além disso é previsível que o agravamento da situação financeira das famílias leve a interrupções do pagamento das comparticipações familiares.
Acresce que algumas outras fontes de rendimento das Misericórdias, tais como as resultantes de arrendamento de imóveis e de áreas de negócio anexas, como por exemplo, no caso da Misericórdia de Setúbal, a Loja do Idoso e a Loja de Mediação de Jogos Sociais, seguramente verão o seu movimento reduzido.
Significa isto que para garantir a sustentabilidade de Instituições como as Misericórdias é preciso tomar medidas drásticas.
A começar pelo adiamento, (ou mesmo cancelamento), de projectos de investimento.
Mesmo que as Instituições disponham de recursos próprios para os levar a cabo, vão necessitar desses meios em 2011 e 2012, (pelo menos…), para garantirem o funcionamento, sem diminuição da qualidade dos serviços prestados aos seus utentes e sem recurso à diminuição dos respectivos quadros de pessoal.
A par disso, tem de ser intensificado o esforço de redução da despesa, e nunca é de mais dizer, sem que isso ponha em causa o bem-estar dos utentes.
Nos últimos quinze anos fomos induzidos, (e conduzidos), a viver muito para além das nossas posses.
E não merece a pena dizer que a crise veio de fora, já o sabemos.
Mas sabemos também agora que ela veio pôr a descoberto e agravar, uma outra crise, nacional, profunda, já existente e irresponsavelmente escondida dos olhos dos Portugueses.
São muito difíceis os tempos que aí vêm, para os Portugueses e para as Instituições, como as Misericórdias que garantem o essencial do Estado Social.
De que aliás, já não se houve falar…
Ao longo dos séculos as Misericórdias sobreviveram a guerras, pestes, maus governos e revoluções.
Podem os Portugueses estar certos de que sobreviverão também ao pesadelo que se aproxima.
Setúbal na rede
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