segunda-feira, 8 de junho de 2009

CONGRESSO DA "UNIÃO DAS MISERICÓRDIAS PORTUGUESAS"

Partem já amanhã para a Ilha da Madeira os participantes no IX Congresso das Misericórdias Portuguesas, designação esta atribuída por aqueles que se instalaram nos cargos dos órgãos dirigentes da União das Misericórdias Portuguesas (AICOSUMP).
Esses particpantes serão, certamente, dirigentes das Misericórdias Portuguesas.
Acontece que o Congresso tem o seu início marcado para o dia 11, quinta-feira, às 15H30, com uma sessão protocolar de abertura.
De acordo com o programa do congresso o qual pode ser consultado no sítio da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) http://www.ump.pt/ os dois primeiros dias e meio de congresso são para fazer turismo.
Verdadeiramente, o congresso decorrerá durante a sexta-feira, dia 12 e metade da manhã do dia 13.
A tarde de sábado e o domingo serão também dedicados ao turismo.
Não apreciaremos hoje, aqui e agora o conteúdo do Congresso, ou seja, o tema já de si revela-se de duvidoso interesse para as Misericórdias Portuguesas.
Mas é imperativo ético e de consciência cívica expressar a mais profunda discordância pela realização de um Congresso que só interessa àqueles que se instalaram nos cargos dos órgãos sociais da União das Misericórdias Portuguesas (AICOSUMP).
O que não pode deixar de merecer forte censura é a própria imiciativa com a localização na Ilha da Madeira o que obriga a gastos, em turismo, e por isso mesmo, absolutamente desnecessários. A decisão daqueles que se instalaram nos cargos dos órgãos sociais da União das Misericórdias Portuguesas (AICOSUMP) de realizarem um congresso nesta época de profunda crise financeira, económica e social, na Ilha da Madeira em que a mairia dos dias são dedicados ao turismo não pode deixar de merecer uma censura moral e ética.
Promover e estimular as Misericórdias Portuguesas a participar, neste período de tão profunda crise, num congresso de duvidosa pertinência e sem o mínimo interesse, constitui um acto, absolutamente, censurável tanto mais que as Misericórdias consagraram, em 1992 como seu princípio orientador a "OPÇÃO PREFERENCIAL PELOS POBRES".
A realização deste congresso de mais do que de duvidoso interesse na Ilha da Madeira mais não é do que uma mega manifestação de riqueza de todo contrária à realidade sentida e vivenciada, diariamente, pelas Misericórdias Portuguesas.
Esta congresso é uma autêntica manifestação de riqueza que não poderá deixar de merecer uma censura generalizada. Para além de transmitir uma ideia. totalmente, errada aos Portugueses. Se as Misericórdias já gozam da fama de serem Instituições muito ricas, com a realização deste congresso, essa convicção aprofunda-se no espírito dos Portugueses que não poderá deixar de ter como consequência a diminuição da apetência para ajudar.
Nada, mas mesmo nada, justifica a realização deste congresso, nesta altura de profundissima crise que continua a agravar-se, na Ilha da Madeira, quando as Misericórdias dispõem de condições, no continente, para a realização de um qualquer evento desta natureza por custos que não ultrapassariam 10% do que vai ser dispendido.
Para tanto bastava organizá-lo nas instalações do centro João Paulo II, em Fátima.
A realização deste evento por iniciativa daqueles que se instalaram nos cargos dos órgãos sociais da União das Misericórdias Portuguesas (AICOSUMP), na Ilha da Madeira, não tem a mínima justificação.
Esta realização será, altamente, penalizadora para acção futura das Misericórdias Portuguesas. A partir de agora terão muita dificuldade em convencer seja quem for de que as Misericórdias estão a atravessar um período de grandes dificuldades, subretudo financeiras.
O que poderiam as Misericórdias Portuguesas fazer com todo o dinheiro que é gasto de uma forma, absolutamente, desnecessária neste congresso ? MUITÍSSIMO.
Com que moral podem as Misericórdias, a partir de agora, invocar a falta de recursos para acudir aos mais pobres e desprotegiudos quando vão gastar de uma forma, absolutamente, desnecessária qualquer coisa como, aproximadamente, 1 000 000 € (um milhão de euros) na realização de um congresso cujo tema não tem nada a ver com a realidade que preocupa, na actualidade as Instituições ?
A iniciativa daqueles que se instalaram nos cargos dos órgãos sociais da União das Misericórdias Portuguesas (AICOSUMP) só tem como consequência a penalização das Misericórdias e a sua perca decredibilidade junto da maioria dos Portgueses.
A partir deste evento que vontade ou que disponibilidade terão os Portugueses para contribuir e ajudar as Misericórdias sabendo que essas ajudas podem ou foram canalizadas para que alguns vão fazer turismo para a Ilha da Madeira ?
A partir de agora os apelos às ajudas externas e às doações só podem deixar de fazer sentido porque esse dinheiro obtido pela prática do DOM pode, a qualquer momento, ser utilizado por alguns para práticas que nada tenham a ver com a missão das Misericórdias.
São muitas, são tantas e tão frequentes as práticas seguidas por aqueles que se instalaram nos cargos dos órgãos sociais da União das Misericórdias Portuguesas (AICOSUMP) contrárias à missão que compete às Misericórdias Portuguesas; são tantas as práticas seguidas contrárias aos princípios e valores próprios das Misericórdias Portuguesas; são tantas as práticas contrárias à Lei e às regras a que devem obediência que só há uma maneira de a União ser devolvida às Misericórdias Portuguesas a qual passa, obrigatoriamente, pelo afastamento, ainda que compulsivo de AICOSUMP.
A Conferência Episcopal Portuguesa, o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social e a Procuradoria Geral da República têm particulares responsabilidades naquilo que se está a passar dentro da União das Misericórdias Portuguesas.
A sua intervenção conjugada já não é só necessária, é já muito mais que issso, É OBRIGATÓRIA.

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