segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

FIM DO CEFORCÓRDIA ?

Quando a ribeira soa água leva.
Fazendo fé em fontes geralmente bem informadas, será intenção dos actuais "dirigentes" da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), nomeadamente, do "presidente" do Secretariado Nacional (SN) o qual é prestador de serviços ao CEFORCÓRDIA há dezena e meia de anos, extinguí-lo. Estará também a ser preparado um despedimento colectivo qie abrangerá todos os colaboradores/trabalhadores que não os prestadores de serviços remunerados, entre os quais se inclui o actual "presidente" do SN da UMP. Este recebe, mensalmente, de verbas destinadas à formação 1.500 € (mil e quinhentos euros), para o que não está autorizado. Mais. Recebe remuneração certa e regular do CEFORCÓRDIA há cerca de década e meia. Fazendo as contas, só do CEFORCÓDIA terá recebido, indevidamente, em 15 anos: 15 (anos) x 12 (meses) = 180 meses; 180 x 1.500 € = 270.000 € (duzentos e setenta mil euros), que a comprovar-se que recebeu e indevidamente deverá ter que os devolver ou à UMP ou ao IEFP, acrescidos dos devidos juros de lei.
Mas ao que foi também possível apurar o "presidente" do SN da UMP cobrará 14 meses em cada ano, razão pela qual será necesária acrescer mais 30 meses nesses 15 anos o que acrescerá na cobrança à UMP o valor de 45.000 € (quarenta e cinco mil euros).
No total o "presidente" do SN da UMP terá cobrado, indevidamente, só no que à formação diz respeito um valor que rondará já os 315.000 € (trezentos e quinze mil euros).
Importa conhecer as razões para tal extinção.
Haverá uma posterior entrega da formação para as Misericórdias a empresa privada?
A extinção prender-se-á com a impossibilidade de justificação para a continuidade da remuneração certa e regular que há muitos anos é paga ao actual "presidente" do SN da UMP?
Perante esta possibilidade que estará a ser preparada pelos actuais "dirigentes" da UMP importa reflectir sobre o que foi, o que é e o que poderá vir a ser o CEFORCÓRDIA dentro da UMP.
O que é, então, o CEFORCÓRDIA?
O CEFORCÓRDIA é o Centro de Formação para as Misericórdias.
Com surgiu?
Na décado dos 80 do século XX o SN da UMP liderado pelo saudoso e verdadeiro missionário das Misericórdias, Dr. Pde. VIRGÍLIO LOPES, a UMP tomou a iniciativa de promover formação profisional para os trabalhadores das Misericórdias, nomeadamente, para ajudantes de lar e centro de dia e ajudantes de creche e jardim de infância.
Perguntar-se-á a razão desta opção formativa e não outras. Como tudo tal opção foi tomada em consequência das opções tomadas pela maioria das Misericórdias em avançar com actividades de lar, centro de dia, creche e jardim de infância.
Não havendo ainda formação capacitante para os trabalhadores que já estavam ao seviço das Misericórdias, a UMP, com o apoio das filiadas, avançou com a criação de um lar escola, ao qual viria a ser atribuído o nome de "Lar Escola Dr. Virgílio Lopes", onde se inciciaram as acções de formação para ajudantes de lar e centro de dia. Foi a partir dessa primeira experiência que se seguiu a formação para ajudantes de creche e jardim de infância.
Com o crescimento das Misericórdias e a necessidade de dotar os seus profisisonais de formação em serviço a qual se poderá hoje chamar formção ao longo da vida, a UMP, também com o appio das Misericórdias, avançou com um estudo que se impunha e que foi o de verificar, primeiro, qual o perfil dos actuais (à altura) ajudantes de lar e centro de dia (que passaram também a contemplar o apoio domiciliário), definir operfil ideal para essas trabalahadoras e, posteriormente, estabelecer o perfil de formação para esses mesmos trabalhadores.
Nesse período fez-se esse trabalho para a maioria das categorias profissionais de apoio directo aos utentes das valências das Misericórdias.
Foi um período de íntima e profíqua colaboração entre as Misericórdias e a sua União. Despois deste período jamais os "dirigentes" da UMP quiseram trabalhar em colaboração e cooperação com as Misericórdias fosse em que área fosse.
Em resultado desta política praticada pelos "dirigentes" da UMP,o CEFORCÓRDIA foi conduzido à sua actual situação, a de estar, completamente, desajustado perante as necessidades sentidas pelas Misericórdias.
Seria talvez interessante, averiguar as razões que levaram até aqui. E se não estarão, por enquanto escondidos, verdadeiros interesses particulares de alguns que se instalaram dentro da UMP e de outros que ainda não instalados mas a que tal aspiram, para a partir daí continuarem  a extrair benefícios para si e para os que lhes são próximos.
É necessário ter em atenção que o dinheiro que circula para a formação profissional é muitíssimo, para pagar àqueles que estão envolvidos nas suas acções. Recordamos que o montante de financiamento para a formação profisisonal incluído no QREN - Quadro de Referência Estratégico Nacional (Apoios Europeus) é a maior tranche de que Portugal beneficia.
Bom. Continuando na nossa reflexão importa tomar consciência que a partir desse referido estudo realizado no início dos anos 90 do século XX nada mais foi feito dentro do CEFORCÓRDIA que possibilitasse a sua actualização e adequação às necessidades sentidas pelas Misericórdias. Isto apesar de o actual "presidente" do SN da UMP ser o seu primeiro responsável e "dirigente" remunerado para coordenar o CEFORCÓRDIA.
A confirmar-se a extinção do CEFORCÓRDIA impõe-se exigir ao "presidente" do SN da UMP um relatório circunstanciado do cerca de 15 anos que leva à frente do CEFORCÓRDIA assim como apresentar os fundamentos que o obrigaram a conduzir esse Centro para a atual situação.
A culpa não pode continuar a morrer solteira.
É essencial que se saiba o que se passou e porque se chegou a esta situação.
O primeiro e principal responsávl por esta situação verificada com o CEFORCÓRDIA será o actual "presidente" do SN da UMP porque há cerca de 15 anos que é o "dirigente" da UMP responsável pela orgânica e funcionamento do Centro.
Ao longo destes últimos 15 anos pode-se constatar que o CEFORCÓRDIA se foi desactualizando e progressivamente desligando das Misericórdias. O CEFORCÓRDIA deixou de corresponder às expectativas e necessidades das Misericórdias. Estas passaram a organizar, directamente, a sua formação adequada às suas necessidades, já que a UMP não demonstrava vontade de corresponder às sugestões e organizar a formação de que as Misericórdias necessitavam. Algumas Misericórdias tomaram a iniciativa de criar a sua própria estrutura de formação. Outras passaram a contratar, directamente, com empresas de formação que definiam perfis de formação de acordo com as necessidades apresentadas pelas Misericórdias. O CEFORCÓRDIA deixou de corrresponder às necessidades de formação das Misericórdias.
Mas fará falta o CEFORCÓRDIA?
É essencial para as Misericórdias enquanto serviço comum a todas as Misericórdias.
O CEFORCÓRDIA é um serviço comum essencial para as Misericórdias. Porquê?
Porque as Misericórdias mantêm muitas valências tipificadas para as quais será de todo vantajoso manter actualizados os perfis de formação para os seus profissionais.
Por outra lado a inovação social leva a que surjam necessidades de novos profissionais, com novos perfis a que corresponderão novas necessidades de formação para os quais é essencial definir os respectivos perfis.
A definição de perfis profissionais e respectivos perfis de formação será competência e missão da UMP que jamais deverá ser deixada entregar a quaisquer interesses particulares instalados e/ou a instalar dentro da UMP.
O CEFORCÓRDIA é uma das poucas estruturas organizacionais que tem toda a justificação a sua manutenção. As Misericórdias jamais deverão permitir que o CEFORCÓRDIA seja extinto, por três ordens de razão. A primeira, desde logo porque é essencial para garantir a adequação da formação ao universo das Misericórdias. A segunda, porque a formação contínua adequada e adaptada é, hoje, imperativo de progresso e desenvolvimento assistencial. E terceira, porque o CEFORCÓRDIA, bem gerido para além de não ter quaisquer custos para as Misericórdias pode até suportar partilha de custos.
Os benefícios com a manutenção do CEFORCÓRDIA são por demais evidentes, razão pela qual as Misericórdias deverão, opor-se de uma forma determinante à intenção dos "dirigentes" da UMP de extinguí-lo.
O CEFORCÓRDIA é uma estrutura orgânica da UMP criada para apoiar a formação nas Misericórdias. Na sua fase inicial desempenhou um relevante serviço na formação que se estava a revelar essencial no progresso e desenvolvimento dos serviços assim como na sua qualificação.
É uma estrutura que bem gerida não tem quaisquer custos quer para a UMP quer para as Misericórdias.
É essencial para garantir a actualização e qualidade dos cuidados prestados aos utentes/beneficiários das actividades das Misericórdias.
O CEFORCÓRDIA poderá e deverá manter actualizado os perfis profissionais dos trabalhadores das Misericórdias.
Poderá e deverá manter actualizado os perfis de formação para os trabalhadores das Misericórdias.
Poderá criar um CNO - Centro Novas Oportunidades por form a reconhecer-se as competências adquiridas ao longo da vida pelos trabalhadores das Misericórdias, possibilitando-lhes um acesso mais cómodo e adequado às contigências dos trabalhos. Possibilitará aos trabalhadores que assim o desejarem a obtenção dos níveis de escolaridade obrigatória e básica para o acesso a categorias profissionais.
No fundo o CEFORCÓRDIA é essencial para garantir uma qualificada prestação de serviços aos beneficiários das actividades das Misericórdias.
Nada mas mesmo nada poderá justificar o encerramento de uma estrutura orgânica na UMP tão essencial às Misericórdias.
Esta estrutura é tão essencial para as Misericórdias que estas Instituições até quiseram consagrar a actividade formativa no seu texto constitucional - nos Estatutos da UMP. Conforme se pode constatarna alínea b) do artigo 5.º dos Estatutos da UMP, pode ler-se: Promover a realização de cursos de aperfeiçoamento e valorização profissional para o pessoal das Misericórdias.
Esta possibilidade equacionada pelos actuais "dirigentes" da UMP de extinguir o CEFORCÓRDIA, logo no início de 2012 é ranto menos incompreensível quando ainda não passou um mês sobre a aprovação do Plano de Actividades e Orçamento para 2012, documentos esses que mereceram uma atenção especial no que à formação, dentro do CEFORCÓRDIA, diz respeito.
Para não alongar muito esta reflexão transcreveremos tão somente a seguinte passagem escrita no Plano de Actividades aprovado em Assembleia Geral da UMP para 2012:
Nesta relação, entre União das Misericórdias e as suas associadas, assume especial importância, a estratégia de formação e qualificação dos trabalhadores. O esforço feito nos últimos anos e que
tencionamos continuar, aumentando a oferta formativa, tem beneficiado milhares de trabalhadores, produzindo melhorias significativas no funcionamento das instituições. Os resultados deste
trabalho são evidentes e promissores, pois as instituições passaram a ter novas preocupações de qualidade e melhores metodologias de atuação. As Misericórdias passaram igualmente a beneficiar de novos conceitos de gestão o que lhes permitiu uma adequada preparação perante os desafios com que diariamente são confrontadas.
Como é que depois de os "dirigentes" da UMP terem escrito o que escreveram e levaram as Misericórdias a aprovarem conseguem no mínimo equacionar a possibilidade de extinguir uma estrutura tão importante senão mesmo relevante para as Misericórdias?
Nada disto faz sentido.
Bom. Mas haverá algo que fará sentido na actual situação a que foi conduzida a União das Misericórdias Portuguesas?
Constituirá uma perda irreparável a extinção do CEFORCÓRDIA.

5 comentários:

Anónimo disse...

Se lhes dá tanto dinheiro porque querem fechá-la ???

Anónimo disse...

A mama vai-se acambando também lá para os lados do Campo Pequeno. Seria bom, caso seja verdade, enviar este post para os serviços juridicos do IEFP.

Anónimo disse...

O pior é fazer formações em Misericórdias que não pagam,(e recebem)o subsidio de almoço aos formandos e quase se é obrigado a ir a essas formações.

Anónimo disse...

Boas tardes.Já que estamos falando do que "dá" ou não "dá" dinheiro,e como disse o comentador das 15:05 como é que há misericórdias que façam formação continua (mas continua é de seguida 2 três anos sempre na mesma empresa) aos seus trabalhadores através de empresas que até pagam um "x" por acção á instituição e o formando não recebe qualquer gratificação ou subsidio pelas horas que faz na referida formação. Quem fica com o dinheirito.A prestadora de serviços é justa e "dá" algo em troca.Agora os formandos é que não podem ficar a ver passar navios só porque lhes dizem que são uns felizes por ter formação á borla.Ora com sua licença vou ali e já venho.

Anónimo disse...

Concordo com tudo isto! oRa se a empresa prestador do serviço paga às Misericórdias, um X, porque não recebem, os formandos, um subsidio de formação??????? ou será que fica a misericórdia com o dinheirito!????