terça-feira, 4 de outubro de 2011

AUSÊNCIA DE CONFIANÇA N(D)OS "DIRIGENTES" DA UNIÃO DAS MISERICÓRDIAS

Dois factos ocorridos, o primeiro no dia 29 de Setembro, reunião do Conselho Nacional e o segundo no dia 2 de Outubro, participação no espaço de reflexão de Marcelo Rebelo de Sousa na TVI, em horário nobre - prime time.
Ambos são o reflexo da situação a que a União das Misericórdias Portuguesas (UMP) chegou ou para que foi conduzida.
A convocatória do Conselho Nacional revelou-se uma manifestação externa de total ausência de auto-confiança. Os actuais "dirigentes" com esta convocatória mais não conseguiram demonstrar a sua total perca de confiança em si próprios. Precisaram de convocar-se a si próprios para "aprovarem" um comunicado que expresse para si próprios a confiança que em si mesmo já perderam.
A convocatória de reunião do Conselho Nacional é a expressão máxima da ausência de confiança que os actuais "dirigentes" da UMP têm em si próprios. Como é que esta gente consegue a qualquer preço manter-se "colada" aos lugares em que se instalou ? A tudo se sujeitam.
Os Dirigentes que têm um sentimento de auto-confiança jamais se sujeitam, muito menos promovem ou convocam, manifestações próprias para expressarem confiança a si próprios. No mínimo o que externamente esta iniciativa poderá ser considerada é de RIDÍCULA.
Quem observe os factos protagonizados pelos "dirigentes" da UMP não pode deixar de considerar que algo vai mal naquele "reino". De facto a UMP é administrada e gerida como se de um autêntico reino dos "dirigentes" se tratasse. Estes só reagem quando a sua administração/ gestão está a ser posta em causa. É isso que se está a passar. As Misericórdias que investiram seguindo os conselhos daqueles que "dirigem" a UMP, noemadamente do seu "presidente" da SN estão a sentir na pele as difculdades originadas. E como essas dificuldades se estão a revelar insuportáveis, começaram a questionar as opções dos "dirigentes" da UMP e requerem a sua intervenção djunto do Governo de forma a que este tome decisões (quer dizer liberte dinheiro) para fazer face às dificuldades sentidas pelas Misericórdias. Como o dinheiro do Orçamento de Estado é escasso, aí está a origem dos atrasos verificados. Mesmo assim e pelas próprias palavras do "presidente" do SN da UMP os eventuias atrasos a verificarem-se, os mesmo ocorrem só na região norte. Ora são, precisamente, as Misericórdias da região norte que têm pagamentos em atraso as que mais reclamam junto do "presidente" do SN da UMP. Esta terá sido a razão próxima que obrigou os "presidentes" do SN e da MCN da UMP a convocarem o CN, por forma a tentar calar o descontetamento crescente e cada vez menos silencioso que está em progresão dentro da UMP. Acontece até que o descontentamento é há muito tempo muito grande dentro da UMP. Para constatr esta realidade bastará frequentar os corredores de acesso às reuniões quer do CN quer da Assembleia Geral (AG) da UMP. Só que até agora tem-lhes sido relativamente fácil manipular as reuniões quer do CN quer da AG. Mas como o descontentamento pela forma como a UMP está a ser administrada/gerida não pára de cescer, dificilmente aqueles que se instalaram nos cargos dos órgãos sociais da UMP (AICOSUMP) conseguirão sustê-lo. Avizim-se tempos de imprescindível mudança na UMP. As Misericórdias pouco mais resistirão a esta forma de adminstrar/gerir a UMP.
Os "dirigentes" da UMP conduziram as Misericórdias para a situação que há muito se previa de dificuldades e que muitas delas teriam mesmo dificuldade na sua sustentabilidade.
Em 2003 um grupo de avisados Provedores com larga experiência de administração/gestão de Misericórdias alertaram para s dificuldades que já então eram sentidas e que se nada fosse feito ou que se a UMP continuasse no caminho que vinha seguindo, o que estava em causa era a sobrevivência de muitas Misericórdias, principalmente daqueles que menor fontes de rendimentos. O que hoje estão a sofrer as Misericórdias era de tal forma previsível já em 2003 que obrigou muitos Provedores a promover uma candidatura das Misericórdias em oposição à candidatura daqueles que se instalaram nos cargos da UMP e deles não querem sair, mesmo que isso se revele altamente prejudicial para as Misericórdias.
Ninguém, mas mesmo ninguém, que tenha níveis mínimos de auto-confiança pede manifestações de confiança seja a quem for. Os níveis de confiança dos actuais "dirigentes" da UMP andam tão tão por baixo que precisam de pedir a si próprios votos expressos de confiança.
A convocatória desta reunião do Conselho Nacional (CN) constituiu um recurso a que os "dirigentes" da UMP, nomeadamente, os "presidentes" da MCN e do SN da UMP deitaram mão na esperança de calarem o cresnte mau estar no universo das Misericórdias. Entusistas (seriam?) como foram e promotores da adesão das Misericórdias à prestação de cuidados de saúde, exclusivamente, ao serviço nacional de saúde (SNS) omitiram às Misericórdias as consequências de tal entusiasmo. Apesar de avisados por muitos Provedores que desconfiavam (até o pobre desconfia quando a esmola é grande) do sucesso prometido, nomeadamente, pelos "presidentes" do SN da UMP, alertaram para a situação que mais cedo ou mais tarde chegaria e que seria esta, a que estão a sofrer as Misericórdias que se deixaram embalar p+ela onda de prometido sucesso. E não se diga que o que está a acontecer é resultado dacrise que as finanças públicas atravessam. O que as Misericórdias estão a sofrer são as consequências de não teerm sido salvaguardados os mais elementares princípios de boa gestão assim como não foi garantida a suatentabilidade das Misericórdias. Tal como todo este processo foi conduzido pelo actual "presidente" da UMP as consequências desastrosas seriam, necessariamente, as que estão a ocorrer. Pior. Têm tendência a piorar.
A reunião do Cn da última semana constituiu também uma nítida forçagem das competências que lhes estão atribuídas. O CN da UMP é por definição e pela sua própria natureza um órgão consultivo do SN. Deveria ter sido convocado para ser ouvido sobre questão(ões) apresentadas pelo SN, quando o SN tem confiança em si próprio não manda convocar o CN para expressar confiança ao órgão social que tem que aconselhar. Parce pois haver uma utilização abusiva dos órgãos sociais da UMP em benfício próprio ou como tentativa de reforço de posições pessoais que os próprios sentem cada vez mais enfraquecida.
A perca de confiança tem como reflexo uma consequente perca de autoridade. E esta perca de autoridade que tem conduzido a UMP a uma continuada perca de influência junto de todas as instâncias. A perca de confiança é tão tão notória que os "dirigentes" da UMP sentem necessidade de se pedirem a sipróprios um voto expresso de confiança. Foi isto, exactamente que se passou com a realização da reunião do CN na semana passada. Os "dirigentes" da UMP promoveram, para si próprios uma manifestração de confiança.
A falta de confiança em si próprios é de tal forma colossal que os "dirigentes" da UMP têm um pavor colossal de criar espaços de reflexão conjunta por parte das Misericórdias. É que as dificuldades que as Misericórdias estão a sentir agora de uma forma agravada é resultado de total ausência de sensibilidade e por completo desconheciemnto da realidade em que as Misericórdias vivem e se  movimentam. De há muitos anos a esta parte que os sucessivos protocolos de cooperação anual celebrados com o MSSS se têm revelado altamente penalizadores para as Misericórdias.
As dificuldades que agora estão a ser reveladas não são só resultado de atrasos nos pagamentos por parte do Minsitério da saúde mas são, fundamentalmente, resultado de falta de capacidade de olhar para a sustentabilidade das Misericórdias por parte dos "dirigentes" da UMP.
Conscientes da sua falta de confiança em si próprios, os "dirigentes" da UMP sentem que só obtém alguma auto-confiança se pedirem a mesma a si próprios. Foi nesta linha de actuação que há cerca de um ano a pediram quando a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) publicou o Decreto Geral para as Misericórdias, foi assim que também pediram um voto de confiança à Assembleia Geral que se seguiu e é nessa linha que se insere a realização da reaunião do CN da passada semana.
Os "dirigentes" da UMP conseguem transformar os votos de confiança que eles próprios se propõem a si próprios para votar por unanimidade (impossível ser de outra forma) em autênticas expressões públicas de fraqueza reconhecida. Estes sistemáticos votos de confiança que os "dirigentes" da UMP pedem para si próprios não são mais do que manisfestações externas de fraqueza. Dirigentes que se prezem de o ser no exercício legítimo dos mandatos para que são eleitos jamais necessitam de convocar órgãos propostos por si próprios para expressar confiança aos próprios.
Aqui está uma das razões para que estes "dirigentes" da UMP não mereçam confiança das tutelas nem da generalidade dos Portugueses, senão mesmo da generalidade dos Dirigentes das Misericórdias. Quem frequente os corredores das reuniões dos órgãos sociais da UMP, com toda a facilidade se aperceberá do descontentamento generalizado do rumo imposto à UMP pelo seus "dirigentes". Há um mau estar generalizado nas Misericórdias Portuguesas (talvez em consequência deste reconhecimento os "dirigentes" da UMP se sintam impelidos a solicitar na próxima reunião da AG mais um voto de confiança às Misericórdias presentes, e certamente o obterão) pelas linhas de orientação seguidas pelos "dirigentes" da UMP. Estes jamais se preocuparam, minimaente, com as dificuldades que no dia a dia, as Misericórdias têm que ultrapassar. Pior ainda reside no facto de que todas as negociações em que estes "dirigentes" da UMP se envolvem sem para tal estarem suficientemente mandatados pelas Misericórdias, têm como consequências a geração de mais e maiores dificuldades.
Para quem tiver ainda dúvidas sobre estas conclusões bastará procurar notícias sobre as dificuldades sentidas. Ainda todos recordaremos que também há cerca de um ano o "presidente" do SN da UMP reclamava junto da anterior Ministra da Saúde a resolução das dificuldades que 12 Misericórdias do Norte estavam a sentir com a ausência de assinatura de protocolo. Mudou o Governo e as dificuldades não só continuaram como até se agravaram.
É, no mínimo, estranho que a culpa das dificuldades esteja sempre do lado dos Governos sejam eles de que natureza forem.
Estes "dirigentes" da UMP são incapazes de ver além da ponta do seu próprio nariz. Pelo menos podiam equacionar a possibilidade de mudar a linha de orientação seguida. A situação é tanto mais grave quando se pode perspectivar que a manter-se a actual linha de orientação na UMP as Misericórdias podem ser conduzidas para situações de completa rutura de onde resultarão prejuízos para as respectivas populações locais.
Com as linhas de orientação seguidas de há uns anos a esta parte pelo "dirigentes" da UMP não haverá solução para asa dificuldades sentidas pelas Misericórdias. Bem antes pelo contrário. Se não houve uma inversão total as dificuldades continuarão a aumentar.
Há muito que aqui vimos alertando para os erros sistemáticos praticados e promovidos pelos "dirigentes" da UMP.
Há muito que aqui vimnos alertando para as consequências do erros cometidos pelos "dirigentes" da UMP. Elas aí estão. Estas consequências desastrosas eram previsíveis. Talvez só tenham chegado mais depressa em consequência das dificuldades que Portugal atravessa. O caminho seguido e proposto pelos "dirigentes" da UMP seria sempre este. E se nada for feito. Se as Misericórdias continuarem a ser aconselhadas a ficarem à espera que o estado lhes resolva as suas dificuldades continuarão na linha do surgimento continuado de dificuldades crescentes.
A UMP tem por missão essencial constituir-se como espaço de reflexão colectiva e deve ser o espaço privilegiado onde as Misericórdias reflitam sobre a sua missão colectiva sobre as suas dificuldades, sobre os seus sucessos e sobretudo que encarreguem os Dirigentes da UMP de encontrar com as entidades externas de âmbito nacional soluções para as dificuldades sentidas.
O modelo de intervenção das Misericórdias foi estabelecido na década de oitenta do século passado. Desde aí Portugal evoluiu de tal forma que, a partir do início deste milénio, esse modelo revelou-se desaquado. De tal forma era visível a sua desadequação que muitos Provedores foram chamando a atenção daqueles que se instalaram nos cargos dos órgãos sociais da UMO (AICOSUMP) para a necessidade de se encontrarem novos modelos de intervenção social de forma a que as Misericórdias pudessem corresponder aos desafícios do futuro. Mais preocupados (só preocupados) na sua manutenção nesses nesses cargos encararam as vozes críticas como inimigos a abater. Pios que isso é que manipulando consegiram arregimentar alguns para, dentro de um movimento que é de Solidariedade, abaterem essas vozes críticas.
Não há como o tempo para dar razão a quem de facto a tem. E ela aí está com toda a força, infelizmente, para o mal das Misericórdias, mas sobretudo, altamente, predudicial para os cidadãos em dificuldades.

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