domingo, 25 de setembro de 2011

HÁ UMA NATURAL VOCAÇÃO PARA O ERRO

A nossa reflexão de hoje vem a propósito de algumas iniciativas daqueles que "dirigem" a União das Misericórdias Portuguesas (UMP) que mais não são do que erros com consequências negativas para as Misericórdias.
Na generalidade das iniciativas tomadas por quem "dirige" a UMP a tendência para o erro é colossal (palavra muito em voga nos tempos que correm). Vamos referenciar algumas: criação do Banco de Voluntariado - única conclusão digna desse nome no congresso que realizaram na ilha da Madeira há já mais de 2 anos; tertúlias para preparar os actos eleitorais nas Misericórdias (até parace que a UMP se especializou na organização de toradas); realização de uma reunião do Conselho Nacional (CN) para: análise da situação pelas Misericórdias do momento actual: a) em relação à situação social que se vive nas comunidades em que se inserem; em relação às nossas respostas na área da Segurança Social e da Educação; em relação às nossas respostas na área da saúde.
Iremos analisar estas 3 iniciativas para podermos concluir o quão infelizes são e o quanto desajustadas estão.
Vamos começar pelo Banco de Voluntariado.
Em 2009 os "dirigentes" da UMP levaram as Misericórdias para umas "férias" na ilha da Madeira, quando a crise já era uma realidade, os "dirigentes" da UMP quiseram fazer uma demonstração de ostentação de riqueza que só prejudicou as Instituições. Quando já a situação requeria uma contenção de custos, os "dirigentes" da UMP tomam a iniciativa de levar para a Madeira imensas pessoas sem que nada o justificasse.
Como é que os "dirigentes" da UMP querem combater a pobreza com manifestações de riqueza ?
Como é que os "dirigentes" da UMP querem estimular doações quando promovem o esbanjamento de recursos financeiros das Misericórdias sem o mínimo de utilidade ?
A criação do Banco de Voluntariado que foi a única conclusão visível de todo esse congresso revelou-se num colossal fracasso. Nem outra coisa seria de esperar conhecendo-se os protagonistas da iniciativa.
Convém ter presente que até repudiaram a presença do Senhor Bispo do Funchal só para terem na presidência da sessão de abertura o Dr. Alberto João Jardim. Cometeram uma colossal deselegância para com o Senhor Bispo de Funchal. E depois ainda têm cara para afirmar que sempre desejaram o diálogo com os Senhores Bispos. Hipocrisia ?
Não lhes interessando, minimamente, a realidade que os rodeia, os "dirigentes" da UMP têm ignorado os Bancos locais de Voluntariado cuja dinamização e acção tem estado a cargo dos municípios. Muitos destes bancos locais de voluntariado, senão mesmo a sua totalidade, são integrados pelas Misericórdias.
Também não quiseram ver que a ENTRAJUDA já tinha criado um Banco de Voluntariado, contando com vários milhares de Voluntários.
O Banco de Voluntariado criado após o congresso da UMP na ilha da Madeira constituiu mais um colossal fracasso. Ao que se pode apurar e fazendo fé em fontes geralmente bem informadas, este Banco não terá sequer ainda um único Voluntário. Nem poderá ter. Só um exemplo da forma como não poderia ter sido organizado. Qualquer cidadão que queira aderir a esse banco de Voluntariado é obrigado a celebrar um contrato cuja dimensão (mais de 20 páginas) desanima qualquer pessoa.
Ou será que esta iniciativa tinha só em vista mais uma manifestação folcrórica para tentar atrair a comunicação social e sairem fotos deles em alguma imprensa mais desatenta ?
E assim é esbanjada a credibilidade das Misericórdias.
Qual a razão para que os "dirigentes" da UMP tomem só iniciativas desadequadas à realidade que os envolve e para a qual se recusam a olhar. Não serão capazes de evr que as Misericórdias estão com crescentes dificuldades na sua acção diária em consequência dos erros cometidos na UMP ?
Porque não dão o exemplo, os "dirigentes" da UMP ? Porque se recusam a ser voluntários ao serviço da UMP e das Misericórdias ? Porque recebem remuneração certa e regular paga pela UMP mensalmente, e disso se recusam a informar as Misericórdias ? Não será altura de se tornarem autênticos voluntários ?
Adquirir uma viatura de topo de gama - LUXO - para uso privativo retira reconhecimento ao "dirigente" que assim procede, desprestigiando-o e promove o desrespeito pela Instituição. Não é compreensível que o "presidente" do SN da UMP tenha mandado adquirir uma viatura de marca BMW, modelo 740, a qual terá custado cerca de 200.000 € (duzentos mil euros). Ficam muito mal na "fotografia" aqueles que ordenaram a compram, aqueles que consentiram a compra e fica sobretudo muito mal o universo institucional das Misercórdias. nada, mas mesmo nada, justifica a aquisição de uma viatura da gama luxo para uso privativo do "presidente" da UMP.
São factos como este que levam a que não apareça quem queira ser voluntário na UMP e por arrastamento nas Misericórdias. É por estas e por outras que se ouve com frequência que não há quem queira ser voluntário nas Misericórdias.
Pudera.
Quem "dirige" a UMP é mais do que profissional (ao menos destes sabe-se quanto ganham, qual é a sua remuneração e quais são as suas mordomias). Na UMP é impossível conhecer esta realidade das remunerações dos seus "dirigentes". Apesar do esforço feito por membros do Conselho Nacional e de o grupo de trabalho nomeado para apresentar uma proposta de remunerações para os "dirigentes" da UMP, o qual quis conhecer a situação actual na UMP, a recusa em prestar tais informações foi a forma airosa como os "dirigentes" da UMP sairam desta situação embaraçosa.
Porque será que os "dirigentes" da UMP se recusam a mostrar as contas ?
Porque será que se recusam a mostrar as suas remunerações e mordomiais ?
De uma forma inderecta poder-se-á estimar, para tal bastará olhar para o déficie apresentado na conta Administração. É mais ou menos a situação de gato escondido com rabo de fora.
Com esta situação difiil mente conseguirão, na UMP e por arrastamento, nas Misericórdias atrair Voluntários.
Enquanto esta situação vivida desde há muito na UMP se mantiver será, praticamente, impossível quer à UMP quer às Misericórdias atraírem Voluntários. Estes não conseguem entender as razões que levam os actuais e anteriores "dirigentes" da UMP a escamotearem as contas, a usufruirem de benefícios injustificáveis, suportados por verbas que deveriam ser empregues no combate à pobreza e à exclusão.
A falta ou ausência de Voluntários quer na UMP quer nas Misericórdias será muito mais sentida agora e no futuro próximo quando as dificuldades surgem todos os dias e com maior intensidade. Nestes tempos de crise que tende a agravar-se é essencial promover, mais do que nunca, a adesão de cidadãos disponíveis para colaborarem em regime de Voluntariado. Mas quando estes cidadãos olham para instituições como a UMP onde os sinais exteriores de riqueza para além de inconcebíveis são injustificados, leva-os a afastarem-se de colaborar.
Será necessário que a UMP recupere o seu espírito e práticas condicentes com a missão que lhe foi conferida, vista à luz da Doutrina Social da Igreja. Cada vez mais a UMP é uma Instituição em porcesso de afastamento da Igreja. Quer da Hierarquia quer das práticas que a história consagrou e o direito estabelece. A UMP é hoje uma Instituição, praticamente, laica onde quer a Doutrina Social da Igreja quer as relações com a Hierarquia da Igreja primam pela total ausência. E não se pense que estamos a refrir-nos à prática de actos de culto público, estamos também a referir-nos aos actos, praticados, diariamente, pelos "dirigentes" que na sua esmagadora maioria são pouco ou nada consentâneos com os princípios e valores que enforma este tipo de instituições.
A história de curto e médio prazo da UMP demonstra à exaustão que com as práticas seguidas é impossível atrair voluntários.
Mas será que os actuais "dirigentes" da UMP querem a colaboração de Voluntários ?
Quer a UMP quer as Misericórdias terão, nos tempos mais próximos, que criar condições para cativar e empenhar Voluntários.
As suas fontes de receitas são muito reduzidas.
O rendimento disponível dos Portugueses todos os dias diminui.
O Estado não tem quaisqre possibilidades de aumentar as comparticipações e/ou financimento, nos tempos mais próximos.
A UMP e as Misericórdis têm todos os dias dificuldades acrescidas para fazer face às necessidades e aos compromissos assumidos.
Muitas das dificuldades com que quer a UMP quer as Misericórdias se confrontam no dia a dia só poderão ser superadas com muito trabalho voluntário. Isto mesmo receonheceu o Governo quando estabeleceu a possibilidade de reconhecimento desta natureza de trabalho - Voluntário, assim como a necessidade de as Misericórdias desenvolverem actividades geradoras de recursos financeiros (até aqui, praticamente, reservadas ao sector privado) para fazerem face às necessidades crescentes.
Todas as matérias aqui descritas de forma sucinta deveriam merecer análise participada quer em sede de Conselho Nacional (CN) quer em sede de Conselhos Distritais.
Mas por mais incmpreensível que possa parecer nada disto parece preocupar aqueles que "dirigem" a UMP.
Assim o indica a convocatória do CN para a próxima 5.ª feira - Análise da situação pelas Misericórdias do momento actual.
Esta introdução serve-nos para passarmos a um segundo tema a que nos propusemos abordar nesta postagem.
Como sempre tem acontecido, o CN vai reunir não para emitir qualquer parecer (será para isso que existe um conselho, para aconselhar) mas para tentar muitas das vozes, cada vez em amior n.º, de Provedores e Dirigentes das Misericórdias que questionam os "dirigentes" da UMP sobre a sua intervenção. Estes sentindo perigar a sua cómoda e acomodada situação assim como os muitíssiomos benefícios de que usufruem e que são os próprios a fixá-los para si mesmos, convocaram esta raeunão extraordinária do CN para tentar arranjar bodes expiatórios para as suas insuficiências, incapacidades e incompetências. Não andaremos muito longe da realidade se dissermos que na próxima 5.ª feira após a reunião do CN, os "dirigentes" da UMP vão atirar-se ao actual Governo por não porem à sua disposição mais dinheiro.
Será que quem manda comprar um BMW modelo 740, com custo aproximado de 200.000 € comprado com dinheiro que estava destinado para combate à pobreza, terá autoridade moral e ética para reclamar mais dinheiro ? Está bem de ver que quem toma a iniciativa de adquirir automóveis da gama luxo para combater a pobreza e a exclusão está ele próprio a excluir-se. Está bem de ver que quem recebe vencimento, na íntergra, para estar a tempo inteiro na UMP e fixa para si próprio mais cerca de 5.000 € mensais à revelia dos Estatutos e da Lei e atribui-se a si próprio tantas e tão garndes mordomias de milhrares de euros mensais, tem autoridade moral e ética para reclamar do Governo a atribuição de mais dinheiro ?
Terão autoridade moral e ética os "dirigentes" da UMP que em 4 anos acumularam-se uma défice nos custos de administração de cerca de 4.500.000 € (quatro milhões e quinhentos mil euros) e criaram um passivo de cerca de 9.500.000 € (nove milhões e quinhentos mil euros) ?
As dificuldades que a UMP vive assim como muitas das dificuldades sentidas pelas Misericórdias resultam de erros de prospectiva que há muito vêm sendo tomados por aqueles que têm "dirigido" a UMP.
Mas de acordo com a convocatória da próxima reunião do CN dizem, esses "dirigentes" da UMP que será feita uma "Análise da situação pelas Misericórdias do momento actual", mas as Misericórdias não vão a essa reunião. Os membros do CN são os Presidentes dos Secretariados Regionais (SR) da UMP e estes não ouviram as Misericórdias sobre as questões que aí irão ser analisadas.
Pior ainda é que os "dirigentes" da UMP não elaboraram qualquer documento para submeterem a análise quer dos Presidentes dos SR quer mesmo das Misericórdias.
O que certamente se irá passar na próxima reunião do CN é tão só um pretexto para que "dirigentes" da UMP lancem um ataque ao Governo com a esperança de acalmar a insatisfação crsecente dos Provedores para com a acção e interveção desses mesmos "dirigentes" da UMP.
Matérias como a promoção do Voluntariado e a Sustentabilidade das Instituições deveriam merecer reflexão participada por todas as Misericórdias. São matérias essenciais à sua sobrevivência assim como essenciais para o apoio que cada vez mais cidadãos necessitam. Mas como tem sido apanágio daqueles que "dirigem" a UMP o que é essencial para os cidadãos e para as Misericórdias não tem para eles o mínimo dos interesses. Os interesses deles são outros.
Para que os cidadãos possam beneficiar do apoio das Misericórdias de acordo com os princípios e valores que as enformam é necessário recolocar a UMP no caminho correcto. Dotá-la de Dirigentes que, em primeiro e último lugar coloquem a missão e se coloquem no cumprimento da mesma. Quem tenham sempre presentes os princípios do Dom e da Gratuidade. Quem não tenham interesses particulares a defender dentro da UMP. E que não estejam na UMP para daí extrairem benefícios para si e para o grupo quem aí os suporta e lhes garante a continuidade.
Nas Misericórdias em geral e na UMP em particular só pode estar presente um único e exclusivo "interesse", o de servir o nosso próximo, como Irmão, à imagem e semelhança do Deus em que dizemos que acreditamos. Dizendo-o melhor o temnos que praticar.

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