Os 3 últimos post's foram dedicados a três matérias essenciais às Misericórdias reunidas na "sua" União UMP): Doutrina Social da Igreja, Observatório das Misericórdias e Gabinete Canónico-Jurídico. Estes três post's foram dedicados a necessidades, colectivas, sentidas pelo universo constituído pelas Misericórdias. De uma forma resumida, a Doutrina Social da Igreja sendo a matriz dotrinal constitutiva deverá ser conhecida e aprofundada pelas Irmandades que dão corpo às Misericórdias. O Observatório das Misericórdias é justificado na imposição missionária da UMP. Os Dirigentes da UMP só conhecendo as Misericórdias, as podem representar. O Gabinete Canónico-Jurídico justifica-se por razões de enquadramento legislativo desde o acto fundacional.
Por mais estranho que possa parecer a actual União das Misericórdias Portuguesas (UMP), ou melhor, os seus actuais "dirigentes" não demonstram nenhuma preocupação com as preocupações colectivas e individuais das Misericórdias. Os actuais "dirigentes" da UMP administraram e gerem esta organização como se as Misericórdias não existissem. As Misericórdias só estorvam a sua acção. Por mais estranho que tal possa parecer esta é a realidade vivida dentro da actual UMP.
Chamamos hoje à colação o tea da sustentabilidade institucional.
Depois do falecimento do Dr. Virgílio Lopes e desde então aqueles que "dirigiram" a UMP, nomeadamente, aqueles que ocuparam o cargo de Presidente do SN da UMP, não só não quiseram como até recusaram encarar a problemática da sustentabilidade institucional como uma questão essencial para as Misericórdias.
Quem acompanhou a vida da UMP, ao tempo do Dr. Virgílio Lopes, poderá recordar que sempre foi sua preocupação garantir a sustentabilidade das Misesricórdias. Para tal entusiasmou as Misericórdias a procurar encontrar actividades geradoras de receitas (para além das comparticipações pagas pelo Governo). Foi no tempo do Dr. Virgílio Lopes que surgiram a SOLIDARITAS, a INDUVIS, entre outras iniciativas para que quer a UMP quer as Misericórdias diversificassem as suas fontes de receitas enquanto necessidade básica para a sustentabilidade institucional.
Quem se lhe seguiu no cargo de Presidente (?) do SN da UMP conseguiu que quer a SOLIDARITAS quer a INDUVIS, pura e simplesmente, desaparecessem com enormíssimos encargos quer para as Misericórdias quer para a UMP. Quem acompanhou a vida da UMP e das Misericórdias ainda se lembrará também do fracasso monumental que foi a adesão enquanto investidoras do projecto TVI.
Quem acompanhou a vida da UMP despois do falecimento do Dr. Virgílio Lopes pode constatar,com a maior das facilidades, o fracasso gestionário da acção daqueles que se lhe seguiram.
Hoje, as Misericórdias que melhor sobrevivem são aquelas que dispõem de uma maior diversidade das suas fontes de receita. As Misericórdias que foram atrás da conversa daqueles que se seguiram ao Dr.Virgílio Lopes, ou seja, as Misericórdias que sustentam as suas actividades nas receitas com origem nas comparticipações pagas pelo Governo e nos pagamentos dos beneficiários dos serviços prestados, estão em sérias dificuldades para conseguirem garantir o mínimo de qualidade dos serviços. Algumas Misericórdias há que para fazerem face às dificuldades financeiras têm recorrido a empréstimos que não páram de aumentar.
Todas estas dificuldades poderiam ser superadas se, por parte daqueles que ocupam cargos na UMP, tivessem como preocupação prioritária, garantir a sustentabilidade económico-financeira das Misericórdias.
É sobre a sustentabilidade das Misericórdias que hoje queremos reflectir com os muitíssimos leitores que são a razão de ser da nossa existência enquanto espaço de reflexão colectiva.
Para quem acompanha a actividade das Misericórdias constata com toda a facilidade que há enormes diferenças dentro do universo constituído pela totalidade das Misericórdias. Enquanto umas crescem e desenvolvem-se, criando serviços, melhorando os apoio aos que mais necessitam têm dificuldades outras são cocnfrontadas com dificuldades crescentes. Perante esta realidade aqueles que "dirigem" a UMP demonstram uma total insensibilidade.
Se repararmos com algum rigor para esta realidade constatmos com facilidade que as Misericórdias que mais crescem e se desenvolvem são aquelas que garantiram fontes de receitas que vão para além das comparticipações governamentais e dos pagamentos por parte dos beneficiários dos serviços.
O resultado desta inacção por parte dos "dirigentes" da UMP são as dificldades crescentes das Misericórdias.
A política institucional existente actualmente na UMP é do todo incompatível com as dificuldades crescentes que as Misericórdias têm vindo a sentir, sobretudo, desde a entrada no 3.º milénio. As Misericórdias para conseguirem sobreviver e cumprir a sua missão terão que criar outras fontes de receitas. É neste sentido que aponta o Programa do actual Governo.
Para quem esteja, minimamente, atento poderá constatar que estando tal preocupação no Programa do actual Governo que se prespectivará não só um não aumento das comparticipações governamentais a pagar às Misericórdias com até poderão diminuir.
Este período de crise que Portugal atravessa podria constituir um período ideal para que as Misericórdias pudessem reflectir sobre as dificuldades sentidas pela generalidade destas Instituições assim como encontrarem soluções individuais e colectivas para diversificação das origens das necessáris receitas.
Compete à UMP dinamizar as Misericórdias, para que em conjunto, porque permite gerar sinergias, procurem e encontrem soluções que alguns destruiram de forma a garantir a sua sobrevivência enquanto instituições de bem fazer.
O caminho percorrido depois de 1991 revelou-se o mais desadequado ao crescimento e desenvolvimento das Misericórdias para que pudessem prestar mais e melhores serviços aos mais carenciados.
As Misericórdias, apesar das dificuldades que aqueles que têm "dirigido" a UMP lhes impuseram sempre se revelaram umas Instituições com um notável espírito de sobrevivência sobretudo devido à acção dos seus Dirigentes que mantêm presenre o espírito contido nos princípios do Dom e da Gratuidade.
A instalações de interesses particulares tem-se revelado, altamente, pernicioso para a acção/intervenção das Misericórdias.
1 comentário:
O modelo de gestão adoptado nos últimos anos pelos mais altos dirigentes da UMP pauta-se pelo despesismo e novo riquismo esquecendo que os fundos que servem de base à UMP vêm da quotização das Misericórdias e dos impostos de todos nós (apoio financeiro do Estado). Estas são as referências que os Dirigentes transmitem às Misericórdias. Se o exemplo tem que vir sempre de cima, será melhor que as Santas Casas deixem de olhar para a UMP e se centrem na sua sobrevivência individual, sob pena de "abrirem os olhos" tarde demais.
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