sexta-feira, 29 de agosto de 2008

PORQUE NÃO FUNCIONA A UNIÃO DAS MISERICÓRDIAS PORTUGUESAS?

Desde 1991 que os Dirigentes - entenda-se os Provedores - das Irmandades das Santas Casas da Misericórdia têm vindo a ser afastados dos principais cargos dos Órgãos Sociais da União das Misericórdias Portuguesas.
Depois da falecimento do Dr. VIRGÍLIO LOPES houve um ano sem liderança efectiva nos destinos da União das Misericórdias Portuguesas. Aqueles a quem competiu administrar e gerir esta organização representativa não foram capazes de garantir a necesária paz essencial ao bom funcionamento da mesma. Em vez da boa harmonia envolveram-se numa guerra cujas consequências se têm revelado desastrosas para o universo constituído pelas Santas Casas da Misericórdia de Portugal.
Àqueles que competia garantir uma transição pacífica optaram por se envolverem numa guerra de poder e control de onde resultou a actual situação: uns (poucos) instalaram-se nos Órgãos Sociais da União das Misericórdias e até hoje têm conseguido manter o seu absoluto control.
Foi na sequência dessa guerra que os dirigentes ao ano de 1991 que uma grupo de Provedores de Misericórdias, Homens Bons e animados das melhores das intenções procuraram encontarar um solução externa que pudesse dar garantias mínimas para instalação de um clima de paz e harmonia institucional dentro da União das Misericórdias Portuguesas.
Mas se boas foram as intenções piores foram os resultados. ´Muitas vezes nos vem à lembrança: "DE BOAS INTENÇÕES ESTÃO OS CEMITÉRIOS CHEIOS".
E se em 1992 os Provedores, promotores da linha vencedora num processo eleitoral muitíssimo concorrido, conseguiram garantir a Presidência dos Órgãos Sociais: Mesa da Asse,bleia Geral e Conselho Fiscal, a partir de 1995, os representantes das Misericórdias foram, pura e simplesmente, varridos desses cargos.
Desde 1995 que os legítimos representantes das Santas Casas da Misericórdia não ocupam os principais cargos dirigentes nos Órgãos Sociais da União das Misericórdias Portuguesas.
Tudo isto só é possível porque a União das Misericórdias Portuguesas é a única Instituição do mundo democrático onde as suas associadas (as Irmandades das Santas Casas da Misericórdia) não podem nem candidatar-se nem ocuparem cargos dirigentes nem desempenhar as respectivas funções.
Esta a principal razão que leva a que aqueles que se instalaram nos cargos dos Órgãos Sociais da União das Misericórdias Portuguesas a tudo fazerem para evitar a necessária e cada vez mais urgente reforma dos estatutos.
É que aqueles que nesses cargos estão instalados, depois da reforma dos estatutos em conformidade com o Código do Direito canónico e do Estatutos das IPSS aprovado pelo decreto-Lei n.º 119/83, de 25 de Fevereiro não mais poderão continuar a ocupar esses mesmos cargos.
É que aqueles que estão instalados nesses cargos não representam nada nem ninguém. Representam-se, exclusivamente, a si próprios.
Esta situação que se vive na União das Misericórdias Portuguesas desde 1991 neessita de ser corrigida.
Mas tal só é possível se não for permitido àqueles que estão instalados nos cargos dos Órgãos Sociais o control total e absoluto a que se têm permitido desde que aí se instalaram.
Sem o seu afastamento por razões óbvias e a promoção da reforma estatutária e consequente convocatória de eleições livres e democráticas, continuaremos a assistir à queda acentuada de credibilidade e de capacidade de afirmação da União das Misericórdias Portuguesas junto de todas as instâncias.

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