De acordo com a notícia publicada no jornal Público de 12/2/2012 os ex e o actual provedor da Misericórdia de Portimão recebiam mais de 5.000 € (cinco mil euros) mensais enquanto administradores únicos de empresas de que a Misericórdia é proprietária e que prestavam serviços à própria Misericórdia.
Fazendo fé em fontes bem informadas, o actual "presidente" do Secretariado Nacional (SN da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) receberá, também das chamadas Instituições Anexas à própria UMP e das quais esta Organização é a única proprietária, mais de 5.000 € (cinco mil euros).
Repare-se na coincidência.
Só pode mesmo ser mera coincidência.
Mas há Instituições que criaram ou empresas ou Anexas para os seus Administradores passarem a receber remunerações mensais na ordem dos 5.000 € (cinco mil euros).
Tudo isto só pode ser mesmo mera coincidência.
Ao que temos conseguido apurar o actual "presidente" do SN da UMP há muito que vem estimulando Dirigentes das Misericórdias para entrarem na área da saúde. Chegando mesmo a ameaçar esses mesmos Dirigentes de que seriam os culpados de as respectivas Misericórdias não se envvolerem na área da saúde, prejudicando assim os cidadãos das respectivas comunidades.
Para quem estiver, minimamente, atento ao empenhamento do actual "presidente" do SN da UMP constatará com toda a facilidade que a sua única e preocupação é que as Misericórdia entrem na área da saúde.
Fazendo fé nessas mesmas fontes o actual "presidente" do SN da UMP estimularia à criação de unidades de saúde, nas Misericórdias, para as quais os Provedores e Dirigentes se nomeariam a si próprios e/ou gente da sua confiança. E que esta situação lhes permitiria passar a usufruir de uma remuneração mensal de 5.000 € (cinco mil euros), no mínimo.
Algumas Instituições embarcaram nesta conversa atraente.
Ora, o que tem vindo a constatar-se é que as Misericórdias que embarcaram nessa aventura promovida pelo "presidente" do SN da UMP é que estão, invariavelmente, em situação de gravíssimas dificuldades económicas, em resultado do "negócio" ruinoso que é a área da saúde para as Misericórdias que seguiram os concelhos desse "presidente".
Quem quiser constatar essa realidade bastará consultar jornais dos últimos anos onde com frequência têm sido publicadas notícias sobre as dificuldades de tesouraria sentidas pelas Misericórdias.
Servimo-nos do exemplo da Misericórdia de Portimão constataremos o seguinte:
- as empresas criadas pela Misericórdia e que o anterior e actual provedores se nomearam a si próprios para os,lugares de administradores dessas mesmas empresas apresentaram um cerca de 2.300.000 € (dois milhões e trezentos mil euros) de prejuízos assumidos pela Misericórdia de Portimão.
- o ex e actual provedores dessa Misericórdia receberam cerca de 591.000 €.
No caso da União das Misericórdias Portuguesas, fazendo fé em informações de fontes consideradas fidedignas e nas Contas relativas ao ano de 2010:
- o passivo criado na UMP nos últimos 4 anos soma já quase 9.500.000 € (nove milhões e trezentos mil euros).
- o "presidente" do Secretariado Nacional da UMP receberá, mensalmente, uma remuneração acumulada, dentro da UMP num valor bem superior aos 5.000 €.
Tal só pode ser mesmo coincidência.
Chegadas a esta situação restará às Misericórdias tomarem as medidas que as circunstâncias requerem, ou seja, deverão promover o conhecimento da realidade financeira da União das Misericórdias Portuguesas sob pena de não o fazendo se verem envolvidas numa situação a que serão, aparentemente, alheias.
Será bom que as Misericórdias exijam conhecer o conteúdo dos trabalhos de uma Comissão criada pelo Presidente do Conselho Nacional da UMP e Provedor da Misericórdia de Setúbal para a elaboração de uma proposta de vencimentos para os "dirigentes" da UMP.
Será bom que as Misericórdias exijam conhecer o conteúdo dos trabalhos de uma outra Comissão (secreta ao que se sabe) à qual presidirá também o Presidente da Mesa do Conselho Nacional e Provedor da Misericórdia de Setúbal para a criação de uma Fundação a que será dada o nome de N.ª Sr.ª das Misericórdias (certamente para impressionar os mais incautos).
Ao que se poderá deduzir a criação desta fundação na UMP terá como objectivo a criação de mais uns lugares de administradores onde aqueles que se instalaram nos cargos dos órgãos sociais da UMP (AICOSUMP) possam daí extrair vantagens para si e para o pequeno grupo que lhes tem garantido a sua continuidade. Como os lugares existentes já não chegam para o crescendo de comensais é necessário que seja alargado o n.º de lugares de administradores que justifique o acesso a chorudas remunerações mensais à custa das Misericórdias.
É cada vez mais urgente que as Misericórdias saibam o que de facto se passa dentro da Sua União - UMP - nomeadamente, ao nível das remunerações que os "dirigentes" fixaram para si próprios.
É cada vez mais urgente que as Misericórdias exijam conhecer o que se passa a nível remuneratório com toda aquela catrefa de assessores, directores, administradores que os membros do Secretariado Nacional têm nomeado ao longo dos anos.
A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) a continuar com o mesmo rumo que tem vindo a seguir pode ser envolvida em situação tão ou mais grave do que está a suceder com a Misericórdia de Portimão.
Será por acaso que os dois caos de acusação a ex e actual provedores das Misericórdias de Portimão e Fundão envolva ex e actual Dirigentes da União das Misericórdias Portuguesas (UMP)?
Ou estaremos, tão só, a "ver" a ponta do iceberg?
Para que continuem a pairar mais dúvidas sobre o comportamento dos Dirigentes da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) será de todo recomendável que se realize uma investigação conclusiva ao que se tem passado na União das Misericórdias Portuguesas (UMP).
Recordamos que fazendo fé em fontes bem informadas, numa reunião do Conselho Nacional, foi uma ex-membro do Conselho Fiscal que terá afirmado que os membros do SN da UMP utilizariam cartões de crédito sem qualquer controlo.
Será verdade? Não será?
Permanecendo a dúvida em quem ouviu tal afirmação, só resta uma forma de a tirar: realizando uma investigação.
É isso que as Misericórdias esperam. E quanto mais rapidamente for realizada melhor.
O que será desejável é que seja realizada com a máxima celeridade de forma a que deixem de pairar dúvidas sobre o comportamento dos Dirigentes da União das Misericórdias Portuguesas (UMP).
Será bem pior para as Misericórdias e para os seus Dirigentes se esta matéria vier a ser discutida na praça pública. Isto é que deve ser evitado.
É por isto que remos pugnado aqui.
É por isso que continuaremos a pugnar até ao cabal esclarecimento de toda a situação.