quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

COMPRAM-SE SILÊNCIOS? PROMOVEM-SE CUMPLICIDADES?

Esta parece ser a máxima para a acção daqueles que se instalaram nos cargos dos órgãos sociais da União das Misericórdias Portuguesas (AICOSUMP).
Perguntar-se-á, como é possível chegar a essa interpretação?
Vejamos.
Compram-se silêncios.
Aqueles que vão passando por cargos na UMP, nomeadamente, no Secretariado Nacional (SN), quando são afastados, são mantidos com chorudas remunerações.
Não querendo referir todos os casos, para exemplificar daremos apenas dois exemplos.
Há dois anos quando, o "presidente" do SN da UMP (enquanto promotor da lista(?) candidata ao último acto eleitoral) afastou o ex-provedor da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso e o provedor da Misericórdia do Vimieiro. Este último, ao que se sabe, apesar de ser remunerado, enquanto Provedor da Misericórdia do Vimeiro, atempo inteiro, também é remunerado na qualidade de assessor do "presidente" do SN da UMP. Deve possuir o dom da ubiquidade.
Estes dois "cavalheiros" foram afastados do Secretariado Nacional, provavelmente, porque haveria vantagens em os substituir, porque não teriam o perfil adequado para continuar nos cargos, mas foram mantidos como assalariados. Um foi "colocado" no Gabinete Jurídico e o outro foi "nomeado" assessor do "presidente" do SN.
Perguntar-se-à: qual(is) a(s) razão(ões) que levaram a tal afastamento?
Uma interpretação possível e que não deverá estar muito longe da realidade passa pela necessidade que o "presidente" do SN da UMP tem em satisfazer a ambição daqueles que querem sentar-se à manjedoura do orçamento da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), tendo que garantir o silêncio daqueles que são obrigados a abandonar cargos, o que o obriga a mantê-los com acesso a essa mesma manjedoura.
Aqueles que vão passando pelo Secretariado Nacional (SN) da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) são remunerados, enquanto permanecem nos cargos, apesar de tal acontecer em violação da Lei, das Regras e dos Estatutos, o que permitirá concluir que as remunerações que os "dirigentes" da UMP se atribuem a si próprios serão, absolutamente, ilegais.
Sendo ilegais, aqueles que foram afastados do SN sabendo que tais remunerações serão, absolutamente, ilegais, mas que beneficiaram delas, terão que permanecer em silêncio depois de serem afastados dos cargos. Para tal é-lhes garantida a mesma remuneração ou até superior "contratando-os" para "trabalharem" para a UMP.
Continuam, assim, a ter acesso à manjedoura do orçamento da UMP. E como terão recebido, ilegalmente, remunerações que não podiam nem deviam, terão que permanecer em silêncio, o qual será comprado com as remunerações que lhes são garantidas por aqueles que estão, directamente, sentado à manjedoura do orçamento.
Fica, assim, muito claro a forma como se compram silêncios, na União das Misericórdias Portuguesas.

Promovem-se cumplicidades.
Vejamos como.
Não devendo ir além do que é do conhecimento público vamos cingir-nos, só a título de exemplo, o caso do Provedor da Misericórdia de Portimão.
Há muitos anos que corriam, nos corredores da UMP conversas sobre comportamentos desadequados praticados na Misericórdia de Portimão, por parte do seu actual Provedor.
Seria do mais elementar bom senso que jamais se integrasse esse mesmo Provedor em qualquer lista candidata aos órgãos sociais da UMP.
Pergunta-se então o que levou o actual "presidente" do SN da UMP a convidar e integrar o Provedor da Misericórdia de Portimão, para o cargo de Presidente do Conselho Fiscal da União das Misericórdias Portuguesas (UMP).
Os crimes de que o Provedor da Misericórdia de Portimão foi acusado pelo Ministério Público e que foi dado público conhecimento através do jornal Público, serão em tudo semelhantes aos praticados dentro da UMP pelos seus "dirigentes", nomeadamente, por aqueles que integram o Secretariado Nacional (SN) da UMP.
Há aqui uma nítida coincidência entre as práticas seguidas pelo Provedor da Misericórdia de Portimão e  as práticas seguidas pelos "dirigentes" do SN da UMP, nomeadamente, pelo seu "presidente" do SN.
O que terá levado o "presidente" do SN da UMP a integrar aquele sobre o qual já pairavam suspeitas em tudo semelhantes às que pairam sobre os integrantes do SN da UMP?
Será tão uma mera coincidência?

As Misericórdias o que menos necessitam é de que haja Dirigentes seus sobre os quais pairem quaisquer suspeitas por utilização indevida de dinheiro e de património dessas instituições.
Os Dirigentes das Misericórdias têm que estar e permanecer acima de quaisquer suspeitas.


1 comentário:

Anónimo disse...

Quantas mais actividades operacionais a UMP tiver (lares, Escolas, etc.)mais se afasta da sua função primordial que deveria ser a representação e defesa dos interesses das suas associadas. Por outro lado, essa estrutura operacional permite-lhe (agora ou no futuro)acomodar as clientelas ou os apaniguados, sempre em prejuizo das Misericórdias que deveria defender e promover.Há que repensar este modelo, sob pena de, não o fazendo, as Misericórdias estarem a contribuir para a deterioração da sua imagem.