Por falta de reconhecimento de capacidade de representação.
Por ausência de afirmação de credibilidade.
Por manifesta desconfiança.
Por acção ou omissão dos "dirigentes" da União das Misericórdias Portruguesas (UMP), nomeadamente, do seu "presidente" do Secretariado Nacional (SN), as Misericórdias são, hoje, Instituições sem voz e sem capacidade de influenciar em tudo o que acontece e se decide neste País, à beira mar plantado, no que diz respeito às mais diversas áreas da sua intervenção.
Desde que foi criado este espaço de reflexão que temos vindo a demonstrar que tudo o que é importante para as Misericórdias nã é digno da mais pequena atenção por parte dos referidos "dirigentes" da UMP.
As consequências nefastas dessa forma de estar e agir desses "dirigentes" fazem-se sentir sobretudo ao nível da quantidade e da qualidade dos serviços prestados pelas Misericórdias.
É fácil, é mesmo muito fácil constatar a ausência das Misericórdias dos espaços onde são abordados temas em que as Misericórdias marcam, há décadas, senão mesmo há séculos, intervenção com o mais elevado reconhecimento individual.
A reflexão que hoje nos propomos levar a efeito prende-se com o debate da problemática da morte de idosos que só é detectada muito tempo depois de ocorrer.
Esse debate que foi organizado pela RTP e deocorreu num quartel de Bombeiros, sem a presença das Misericórdias.
Ora, acontece que o universo das Misericórdias Portuguesas é maior prestador de serviços de apoio e acolhimento de idosos, em Portugal. Só esta razão justificaria a presença das Misericórdias nesse debate,o que não aconteceu, em nossa opinião, porque a UMP não merece reconhecimento da capacidade de representação por parte da RTP.
Dirão aqueles que se instalaram nos cargos dos órgãos sociais da UMP (AICOSUMP) que esse debate dizia respeito só a cidade de Lisboa. Nada mais falso. Não é necessário ter estadao demasiado atento para ter verificado que nessse debate esteve presente o Padre José Maia, da cidade do Porto e ex-Presidente da Direcção da CNIS.
A não presença das Misericórdias nesse debate resulta tão só da manifesta incapacidade de representação dos actuais "dirigentes" da UMP assim como o seu não reconhecimento externo.
Esta situação sendo incompreensível, já que revela que a UMP é, hoje, uma Instituição sem capacidade de representação das Misericórdias, não será sustentável por muito mais tempo. Porquê? Porque daí estão a resultar, invariavelmente, ou prejuízos ou o surgimento de dificuldades cada vez mais difíceis de suportar pelas Misericórdias.
Ora, as Misericórdias trabalham em prol dos Cidadãos atingidos por mais dificuldades ou que torna a vida das Misericórdias difícil não necessitando que a UMP lhes agrave a sua capacidade de acção e de intervenção.
O universo constituído pelas Misericórdias é o maior prestador de cuidados às pessoas idosas.
Infelizmente, os "dirigentes" da UMP desconhecem essa realidade.
E esta afirmação que poderá parecer gratuita, é fundamentada no conheciemnto vivencial, para além de o "presidente" do SN da UMP estar agora, após 17 anos ininterruptos de presença nessa órgão, a realizar visitas, às Misericórdias.
Como é que é possível que um Dirigente desconhecer, passados 17 anos, a realidade?
Se conhecesse a realidade das Misericórdias não necessitava de agora andar a visitá-las.
Esta visita, apressada, que está a realizar às Misericórdias demonstra uma outra coisa: a pouca ou nenhuma atenção que lhes dedicou durante 17 anos.
A visita que o "presidente" do SN da UMP está agora a realizar às Misericórdias insere-se numa programada campanha eleitoral, à custa das próprias Misericórdias.
Seria importante e interessante averiguar se será verdade que essas visitas sendo realizadas no BMW, modelo 740 (viatura de luxo), o "presidente" do SN da UMP apresenta despesas de deslocações - Km - à UMP. Se isto está a acontecer é muito grave, muito grave mesmo.
Corre, diz-se, diz-se, nos corredores da "sede" da UMP que o actual "presidente" do SN da UMP apresenta, mensalmente, uma choruda conta de quilómetros, apesar de serem percorridos em viatura da própria UMP para seu uso privativo.
As Misericórdias não podem continuar a ser prejudicadas pelos comportamentos protagonizados pelos actuais "dirigentes" da UMP. A completa opacidade da acção e da utilização dos recursos financeiros e patrimoniais da UMP por parte de AICOSUMP está a causar progressivas e acrescidas dificuldades às Misericórdias. Estas Instituições estão afastadas quer da própria UMP quer da Hierarquia da Igreja quer do Governo quer da generalidade da sociedade, em termos de UMP.
A UMP deixou, há muito, de ser o reflexo da acção e intervenção das Misericórdias nas suas comunidades locais. Hoje a UMP não representa mais do que AICOSUMP e um restrito grupo de pessoas que se não come já na manjedoura da tesouraria lá se quer chegar.
Ora, as Misericórdias têm que voltar a estar representadas nos órgãos sociais da UMP.
Tal como as coisas estão, AICOSUMP jamais acederão a ceder o usufruto de benefícios indevidos, ilegais e/ou irregulares se a tal não forem obrigados.
As Misericórdias não podem continuar a ser utilizadas por AICOSUMP enquanto instituições imprescindíveis à sua manutenção nesses cargos os quais lhes permitem usufruir de benefícios injustificados, irregulares senão mesmo ilegais.
As Misericórdias são incontornáveis para que a UMP recupere a credibilidade, confiança e capacidade de representação que, actualmente, não possui.
1 comentário:
Todos sabemos que o exemplo deve vir de cima. Quando o Presidente da UMP tem este tipo de comportamento como nos podemos espantar quando alguns Provedores utilizam as viaturas das Misericórdias como se de sua propriedade se tratassem, ou utilizam bens das Misericórdias a seu belo prazer e/ou para suprir necessidades particulares. Num país em que quem fiscaliza fecha os olhos ao que deveria ver, como se pode pedir vergonha e recato a quem tem "a massa" à mão?
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