quarta-feira, 15 de junho de 2011

CONGRESSO DA UNIÃO DAS MISERICÓRDIAS

Tem início amanhã no distrito de Coimbra mais um Congresso da União das Misericórdias Portuguesas.
De acordocom a organização este Congresso será dedicado ao tema da Intergeracionalidade.
Mas ao tema do Congresso só lhe é dedicada uma sessão.
Vai ser mais um Congresso - mais uma oportunidade perdida.
Quando os problemas para os quais as Misericórdias têm vocação atingiram uma gravidade e dimensão como há muito não se sentiam, dedicar um Congresso a um tema que nem sequer pode ser considerado nem problema nem está na primeira linha das preocupações dos Portugueses, só pode ser considerado uma oportunidade perdida. Mais. Dizemos mais uma oportunidade perdida porque:
- lembram-se do VI Congresso realizado em Évora em 1996, depois de 20 anos de interregno? Lembram-se do tema desse Congresso ? TOTONEGÓCIO foi o tema mais abordado.
Realizaram-se mais alguns.
Vamos referir só mais dois.
Um realizado em Braga, talvez há 4 anos.
Ainda haverá alguém que recorde alguma conclusão? E qual a acção consequente?
Desse Congresso de Braga há quem espere pela apresentação das contas.
Há também quem espere pela confirmação da realização do almoço de encerramento numa propriedade do actual "presidente" do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas que terá sido pago pela União das Misericórdias Portuguesas, mas no qual só terão participado alguns membros do inner circle desse mesmo "presidente", cerca de 40 pessoas.
Há quem espere a confirmação do custo desse almoço.
Há quem espere a cofirmação do custo nos 25 000 € (vinte cinco mil euros).
Há quem espere que se confirme que o objectivo desse almoço era levar o Senhor Presidente da República a almoçar a essa casa do referido "presidente"que o mesmo possui em Amares.
Referiremos mais o último Congresso realizado na Madeira.
Esse Congresso foi aqui amplamente comentado.
Referiremos, no entanto, a principal conclusão desse Congresso.
A criação de um Banco de Voluntariado.
Aparentemente seria uma excelente iniciativa. Até porque se estava a 1,5 anos do início do Ano Europeu do Voluntariado que está a decorrer.
Ao que se conseguiu apurar esse Congresso que terá custado às Misericórdias, no mínimo, 500.000 € (quinhentos mil euros) e a única conclusão a que chegou resultou num rotundo fracassso.
Nesta data o Banco de Voluntariado a criar pela União das Misericórdias Portuguesas não terá saído ainda do campo das intenções.
Não se conhece um único voluntário  que a esse Banco tenha aderido.
É nesta sequência lógica que se inserirá o Congresso que amanhã terá início no distrito de Coimbra.
É um Cngresso que não despertou o mais mínimo interesse junto da esmagadora maioria das Misericórdias.
Aadesão foi muito pouco significativa. Razão pela qual nas últimas semanas tem sido feita uma enorme pressão sobre os Provedores das Misericórdias para participarem.
Mas o interesse de participar continua a ser diminuto.
Pode até dizer-se que o único objectivo do Congresso será levar o Senhor Presidente da República à sessão de encerramento.
Porquê?
Porque assim quem "dirige" a União das Misericórdias Portuguesas procura convencer os participantes de que tem grande influência junto do Senhor Presidente da República.
Uma nota nada abonatória para quem organiza este Congresso.
Numa altura em que Portugal atravessa enormes dificuldades.
Agora que mais dificuldades vão ter que ser suportadas pelos Portugueses.
Quando o número de pobres não pára de aumentar.
Quando há gente com fome em Portugal.
Os "dirigentes" da União das Misericórdias Portuguesas organizam um JANTAR DE GALA nas QUINTA DA LÁGRIMAS um dos mais caros restaurantes.
Esta iniciativa destes "dirigentes" da União das Misericórdias Portuguesas demonstra umtotal insensibilidade perante a realidade com que os Portugueses estão confrontados, principalmente, os mais pobres e desfavorecidos.
Será que esses "dirigentes" da União das Misericórdias Portuguesas se sentirão bem com a sua consciência quando estiverem a jantar na Quinta das Lágrimas quando bem perto há tanta e tanta em dificuldade para sobreviver com o mínimo de dignidade?
Será que esses "dirigentes" da União das Misericórdias Portuguesas, vivendo a realidade por eles róprios criada, jantar num dos mais caros restaurantes de Portugal, ainda consideram que quem recebe o Rendimento Social de Inserção não sabem utilizar os parcos euros de que dispõem?
Será que esse "dirigentes" da União das Misericórdias Portuguesas pensarão durante esse Jantar de Gala que o custo individual de cada jantar é o equivalente a metade do montante mensal do RSI?
Numa altura destas com as dificuldades que cada vez mais Portugueses sentem no seu dia a dia, será que esses "dirigentes" da União das Misericórdias Portuguesas não pensarão que aqueles que estão na pobreza poderão considerar gastar tantos e tantos milhares de euros numjantar de gala, uma afronta aos Pobres deste País?
Quer a realização do Congresso nos moldes e no tema que lhe é dedicado.
Quer a realização do referido jantar de gala, revelam, no mínimo imaturidade e insensibilidade social

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