quinta-feira, 29 de julho de 2010

E NADA NEM NINGUÉM QUESTIONA?

Na página 194 do Relatório de Actividades e Contas - 2009, no ponto 2 - Situação Financeira - Balanço está escrito (3.º parágrafo):
"Esta dívida está abrangida por um contrato de permuta entre a UMP e a empresa construtora, devidamente aprovado na Assembleia Geral de 4 de Dezembro de 2004 (Acta nº 64)."


Esta frase, aparentemente, inóqua está inserida num Relatório com mais de 200 páginas de pura e dura "música celestial" com a vã esperança da sua passagem desapercebida da totalidade dos Portugueses.
Mas eis que sempre um alguém um pouco mais atento e que lê as "coisas" com um pouco mais atenção e fica desejoso de suscitar questões.

Talvez o facto de nada ser informado tenha contribuído para que questões como as que vamos apresentar tivessem que ser colocadas. Se tivessem sido apresentadas as necessárias (legais e estatutárias) autorizações com identificação dos intervenientes e dos montantes envolvidos as questões que agora são colocadas não teriam a mínima justificação.
Então porqué é que AICOSUMP se recusam, há 6(seis) anos a prestar informações às Misericórdias?
A primeira questão que tem que, obrigatoriamente, ser colocada é a seguinte:
- qual o interesse e/ou qual o objectivo em esconder todo o negócio desde 2004?
- porque razão aqueles que se instalaram nos cargos dos órgãos sociais da União das Misericórdias Portuguesas (AICOSUMP) jamais quiseram informar as Misericórdias sobre os contornos do negócio, quais as entidades e as pessoas envolvidas e quais os montantes monetários?

Porque estamos a falar de Instituições de Solidariedade, a clareza e transparência nos movimentos monetários/financeiros tem que constituir imperativo com força moral, ética e de obrigação a respeitar com todo o rigor por todos aqueles que dizem estar a servir a causa ou em cumprimento de uma missão.

Para não tornar esta reflexão muito longa poder-se-á dizer que o referido contrato de permuta poderá envolver montante na ordem dos
70 000 000 € (setenta milhões de euros)
não é lapso não. Poderão mesmo estar envolvidos, neste contrato de permuta, 70 000 000 €.
O que poderá estar em causa é um negócio que poderá envolver 70 000 000 € (setenta milhões de euros) e nada disto é informado às Misericórdias.
Para finalizar poderá afirmar-se que a Quinta de Sto Estevão, sita na freguesia de Abravezes, em Viseu foi dada às Misericórdias Portuguesas a título de indemnização pela estatização dos seus hospitais.

Como é que um negócio desta envergadura pode ser ocultado às Misericórdias Portuguesas e ao Estado que foi quem deu a Quinta de Sto Estevão?

Face à continuada recusa em AICOSUMP divulgarem, com todo o detalhe o negócio da permuta, impõe-se uma investigação que competirá, em primeira instância à Conferência Episcopal Poprtuguesa, em segunda, à Ministra do Trabalho e da Solidariedade Social e também ao Procurador Geral da República e ao Ministério Público.

As Misericórdias têm que ser informadas.

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