sábado, 26 de fevereiro de 2011

A VERDADE DÓI (cont.)

Reputando da máxima relevância o conhecimento da realidade dos factos, importa dar continuidade à reflexão que aqui temos vindo a desenvolver.
A principal razão para estas reflexões partilhadas constitui um imperativo de consciência já que à pala de pretensamente se estar a "cumprir" "O Dever da Verdade", se constata que a verdadeira VERDADE continua a ser escondida dos primeiros, principais e únicos interessados: os Dirigentes das Misericórdias, nomeadamente, dos seus Provedores.
E de novo ter-se-á que (re)colocar (colocar de novo) as seguintes questões:
- qual é o interesse em esconder a realidade dos factos ?
- a quem interessa esconder essa mesma realidade ?
É que pior, ainda, do que não falar a verdade, é esconder a verdade (a realidade).
Vamos então por partes.
1.º- o actual "presidente" do Secretariado Nacional (SN) da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) é Irmão da Misericórdia do Porto;
2.º- a Misericórdia do Porto é uma Associação Pública de Fiéis;
3.º- o "presidente" do SN da UMP é irmão de uma Associação Pública de Fiéis;
4.º- em fidelidade à sua origem e à natureza da Misericórdia a que pertence, o actual "presidente" do SN da UMP tem a obrigação de defender que as Misericórdias são Associações Públicas de Fiéis.
Ficou aqui demonstrado (na última reflexão aqui publicada com este mesmo título) que a Misericórdia do Porto é uma Associação Pública de Fiéis.
E a Misericórdia do Porto é uma Associação Pública de Fiéis por sua própria iniciativa. Foi a Irmandade (representada pelos seus, legítimos, órgãos sociais) que solicitou a intervenção do Senhor Bispo do Porto para que fosse possível ultrapassar um diferendo a que os Tribunais do Estado Português não conseguiram, não foram capazes, não quiseram e/ou concluiram não ter competência para tal dar resposta em tempo útil.
Num Decreto clarificador, o Senhor Bispo do Porto, reconheceu, sem qualquer oposição dentro da totalidade da Irmandade da Misericórdia do Porto, que esta Misericórdia é uma Associação Pública de Fiéis.
E porque assim é, o actual "presidente" do Secretariado Nacional (SN) da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), está (?) nesse cargo e no desempenho das respectivas funções na qualidade de Irmão de uma Misericórdia (a do Porto) que é uma Associação Pública de Fiéis.
Um parêntesis para referir uma aberração estatutária existente na UMP. Para os órgãos sociais da UMP são eleitos os irmãos das misericórdias.
Sendo assim, o actual "presidente" do SN da UMP está no exercício de um cargo numa qualidade a que jamais poderá renunciar e/ou negar: é irmão de uma Misericórdia que é uma Associação Pública de Fiéis.
E em coerência com a qualidade de que está dotado só poderá assumir-se como defensor da qualidade de está investido: irmão da Misericórdia do Porto enquanto Associação Pública de Fiéis.
Em consciência e por respeito ao Direito (até porque é jurista, segundo afirma), o actual "presidente do SN da UMP só pode assumir-se como legitimo defensor da Misericórdia do Porto enquanto Associação Pública de Fiéis e por extensão conceptual, já que a natureza jurídico-canónica é, genericamente, a mesma para a totalidade das Misericórdias Portuguesas, defensor das Msiericórdias Portuguesas enquanto associações Públicas de Fiéis.
Aqui está uma de entre várias razões que tornam incoerente, improcedente, incompreeensível, imperceptível e, por maioria de razão, inaceitável a postura de rejeição do Decreto Geral para as Misericórdias, por parte do actual "presidente" do SN da UMP.
Porque é irmão da Misericórdia do Porto.
Poque aceitou de sua livre vontade continuar a ser irmão da Misericórdia do Porto.
Porque aceita que a Misericórdia do Porto seja uma Associação Pública de Fiéis.
Poque é na qualidade de Irmão da Misericórdia do Porto, enquanto Associação Pública de Fiéis que é "presidente" do SN da UMP.
Porque tem a estrita obrigação de fidelidade à Instituição - Misericórdia do Porto.
O actual "presidente" do SN da UMP tem o dever e a obrigação de ser e permanecer coerente, ou seja, é na qualidade de irmão de uma Associação Pública de Fiéis que é, simultaneamente, "presidente" do SN da UMP.
Ora porque é na qualidade de irmão de uma Associação Pública de Fiéis que é "presidente" do SN da UMP, ninguém de boa fé o poderá levar, minimamente, a sério quando aparece a defender que as Misericórdias são Associações Privadas de Fiéis.
Muito menos é compreensível que prepare, promova e instigue a uma "guerra" com a totalidade dos Senhores Bispos Portugueses, já que foi com a concordância de todos eles (os Senhores Bispos) que o Decreto Geral para as Msiericórdias foi aprovado, por unanimidade numa sessão plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).
E a provar que a posição assumida pelo actual "presidente" do SN da UMP não pode ser levada, minimamente, a sério está o facto de a CEP não o reconhecer como representante da UMP, nem dispor de capacidade nem de competência para tal, pelo que nomeou o Presidente da Direcção da CNIS para seu interlocutor com a UMP.
Deixamos, por hoje umas últimas questões: qual(is) a(s) razão(ões) que levam o actual "presidente" do SN da UMP estar tão alapado/agarrado ao lugar ???
Que condições tem para continuar tão alapado/agarrado ao lugar quando a Tutela (a CEP) não lhe reconhece nem capacidade nem competência para o desempenho de funções inerentes ao cargo de Presidente do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas ???
Haverá(ão) algum(uns) interesse(s) que justifiquem a sua alapagem/agarramento ao cargo ???
Estas questões são suscitadas por imperativo de consciência e procuram contribuir para a formação de convicção sobre a realidade vivida no seio da União das Misericórdias Portuguesas.
A tudo isto poderá a Misericórdia do Porto permanecer indiferente
É a questão que surge na sequência do comportamento daquele que sendo irmão da Misericórdia do Porto rejeita a natureza da Instituição a que pertence e pela qual está eleito (?).
A Misericórdia do Porto poderá continuar a apoiar (se é que apoia) o actual "presidente" do SN da UMP quando este rejeita a natureza dessa mesma Misericórdia ?
Poderá a Misericórdia do Porto continuara permitir que um seu irmão repudie (porque rejeita) a natureza dessa mesma Misericórdia quando foi unânime a aceitação enquanto Associação Pública de Fiéis ?
Poderá merecer a confiança da Misericórdia do Porto uma seu irmão que recusa aceitar a natureza institucional que quando solicitada, unanimemente, pelos órgãos próprios, foi decretada pelo Senhor Bispo do Porto ?
Todoas estas contradições em nada beneficiam, em primeiro lugar, a Misericórdia do Porto da qual o actual "presidente" do SN da UMP é irmão e prejudicam, sobretudo o universo das Msiericórdias Portuguesas que deveriam estar unidas, dentro da UMP, para melhor servirem todos quantos necessitam do apoio - da Caridade - destas seculares Instituições de Bem Fazer.
Esta é a verdade real que dói e por isso é omitida por quem não quer que saiba a verdadeira dimensão da causa.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

CARTA MENSAL DO PRESIDENTE DA DIRECÇÃO DA CNIS

IPSS-11.02

SENHOR (ª) PRESIDENTE

Tardam notícias de bons tempos. As dificuldades adensam-se continuamente.
Os dirigentes voluntários mantêm-se vigilantes e determinados: enquanto superam uns desafios, outros e mais difíceis se perfilam. Nada a que já não estejam sobejamente habituados.
A sua coragem e a sua determinação são credoras da consideração, da gratidão e do respeito gerais.

1. CNAAPAC
O Protocolo de Cooperação de 2010 reforçou a importância e as competências das Comissões de Acompanhamento e Avaliação dos Protocolos e Acordos de Cooperação. Das Distritais e da Nacional.
No dia 7 de Fevereiro reuniu já a Comissão Nacional que tratou:
a) Regulamento interno de funcionamento
Aprovado, tendo sido aceites as propostas apresentadas pela CNIS, nomeadamente:
Alargar as atribuições da CNAAPAC para além das acções que lhe são cometidas nos acordos e protocolos de cooperação – bem como as que a mesma CNAAPAC determinar para a boa execução das suas competências e atribuições;
Quanto à articulação com as Comissões Distritais – sem prejuízo do que vier a ser estabelecido nos regulamentos internos de cada uma dessas Comissões Distritais, as mesmas deverão acolher as orientações gerais aprovadas pela CNAAPAC – e ainda – haverá, pelo menos, um encontro anual, da CNAAPAC com as Comissões Distritais, convocado por aquela.
b) Articulação com as Comissões Distritais
O ISS informou que foram já estimuladas a iniciar as reuniões, facto que já sucede em Viseu e Lisboa. Serão pedidas as actas das reuniões das Comissões Distritais. Importa confirmar se, da parte das UDIPSS, estão criadas as condições para o seu cabal funcionamento.
c) Plano de Acção 2011, onde se prevê:
Reactivação do Grupo de Trabalho – foi apresentada uma calendarização.
Modelo de comparticipação para o Lar de Infância e Juventude para a transição gradual do modelo existente para um novo a implementar – a CNAAPAC irá reunir, extraordinariamente, em Abril para se analisar a aplicação do Plano DOM.
Modelo de comparticipação para respostas sociais – A União das Misericórdias irá proceder à avaliação do modelo de comparticipação em lar de idosos, em vigor desde 2008.
Análise dos Manuais de Qualidade e da intervenção dos serviços do ISS nas vertentes de acompanhamento técnico, fiscalização e auditoria – Pontos permanentemente abertos na agenda de qualquer reunião. Necessidade de as IPSS fazerem chegar à CNIS as dificuldades sentidas, os atropelos e as perspectivas/atitudes assumidas pelos serviços da Segurança Social.
Modelo operacional para pagamento da comparticipação financeira da Segurança Social –este assunto foi dividido em duas fases:
Desde Julho de 2008 até 31 de Dezembro de 2009 – Foi manifestado o descontentamento e preocupação manifestados por IPSS. O ISS comprometeu-se a rapidamente solucionar a situação, desenvolvendo as seguintes iniciativas:
** O ISS pedirá aos seus serviços distritais o número de idosos que ocuparam lugares em Lar, a pedido daqueles;
** Cada parceiro informará as suas associadas para procederem ao levantamento e contabilização das situações;
** O ISS irá enviar aos parceiros para parecer, ou aceitar a disponibilidade da União das Misericórdias, uma proposta de modelo para registo destas situações, de modo à sua rápida regularização.
De 1 de Janeiro a 31 de Dezembro de 2010 – Foi manifestada a posição da CNIS sobre o envio de ficheiros de utentes com dados de identificação pessoal, que não o número de Processo (o envio e recomendação de envio carece de autorização da Comissão Nacional de Protecção de Dados). O presidente do ISS irá “validar” junto do SESS o significado da expressão contida no Protocolo de Cooperação de “identificação unívoca”

2. ENCONTROS REGIONAIS COM DIRIGENTES DE IPSS
No sentido de favorecer o conhecimento mútuo e de possibilitar a todos os Dirigentes oportunidades de se fazerem ouvir e de partilharem dúvidas, experiências e respostas, a CNIS agendou para 2011 encontros por região. Em todos os encontros os dirigentes terão tempo suficiente para se fazerem ouvir e também serão abordados temas de actualidade e de futuro para as Instituições, nomeadamente Rede Social (participação actual e fundamentos para a participação das IPSS), Cooperação (Protocolo de 2010 e preparação do Protocolo de 2011) e Código Contributivo (aplicação nas IPSS).
O 2º encontro será já no dia 26 de Fevereiro, Sábado, com início às 10:00 horas no Auditório da Câmara Municipal de Alenquer. Para esse encontro, cujo, encerramento está previsto para as 16h30, estão convidados todos os dirigentes das IPSS dos distritos de Lisboa, Santarém e Setúbal; também poderão participar dirigentes de outros distritos.

3. INQUÉRITO ÀS IPSS
Com o apoio da Fundação Millenium BCP, a Direcção da CNIS entendeu por bem levar a efeito um trabalho sobre “Desenvolvimento das Instituições e Grupos de Acção Social” visando potenciar a auto-sustentabilidade das IPSS, aumentar o grau de adequação entre as necessidades e as respostas sociais e melhorar o conhecimento pelo público em geral da actuação das IPSS nomeadamente na solução de problemas sociais. A execução técnico-científica está a ser realizada pela IPI Consulting Network Portugal.
O trabalho desdobra-se em duas partes, centrando-se ambas nos objectivos referidos e destinando-se a segunda à operacionalização das propostas contidas na primeira.
Na metodologia do trabalho prevê-se a realização de inquéritos às IPSS e às Autarquias Locais, bem como entrevistas a informadores privilegiados. Assim, em ordem à melhor consecução dos objectivos previstos, peço o preenchimento do formulário anexo até 15 de Março. Quaisquer contactos sobre este assunto devem ser feitos com Dr.ª Palmira Macedo, assessora, pelo telefone 226068614 ou por e-mail: palmira.s.macedo@gmail.com

4. LARES E ESTRUTURAS RESIDENCIAIS PARA IDOSOS
Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social
O Decreto-Lei n.º 64/2007, de 14 de Março, define o regime de licenciamento e de fiscalização da prestação de serviços e dos estabelecimentos de apoio social em que sejam exercidas actividades e serviços do âmbito da segurança social relativos a indivíduos e famílias.
Nos termos do previsto no referido diploma, as condições técnicas de instalação e funcionamento dos serviços e estabelecimentos de apoio social são objecto de regulamentação específica.
No que se refere aos lares para idosos as condições de instalação e funcionamento encontram-se estabelecidas no Despacho Normativo n.º 12/98, de 25 de Fevereiro. No entanto, o Despacho Normativo nº 30/2006, de 31 de Março, estabeleceu regras específicas para estabelecimentos, designados por estruturas residenciais para idosos, que, embora se enquadrem, em termos de pressupostos e finalidades, nas condições reguladoras dos lares de idosos, apresentam uma tipologia distinta, no que respeita à capacidade, amplitude e modelo de organização.
Neste contexto, e considerando que ambos os estabelecimentos se destinam a desenvolver actividades de apoio social a pessoas idosas, torna-se necessário harmonizar os requisitos técnicos relativos à percentagem de quartos individuais.
Assim, ao abrigo do disposto no artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 64/2007, de 14 de Março, determina-se o seguinte:
Artigo 1.º
Objecto
O presente diploma estabelece a percentagem de quartos individuais dos lares para idosos e das estruturas residenciais para pessoas idosas.
Artigo 2.º
Quartos individuais
Nos lares para idosos ou estruturas residenciais para pessoas idosas, a percentagem de quartos individuais é, no mínimo, de 25% do número total de quartos.
Artigo 3.º
Revogação
É revogado o n.º 2.3 da Ficha 7 – Área de Quartos do Anexo I do Despacho Normativo n.º 12/98, de 25 de Fevereiro.

Com os cumprimentos de respeito e consideração,

Porto, 17 de Fevereiro de 2011

O Presidente da CNIS

domingo, 20 de fevereiro de 2011

ex-Presidente do Secretariado Regional do distrito de Castelo Branco da União das Misericórdias Portuguesas


José Guardado Moreira faleceu aos 90 anos

20/02/2011, 12:00

José Guardado Moreira foi provedor nos últimos 25 anos.

José Guardado Moreira, o actual provedor da Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco, faleceu no sábado, dia 19, aos 90 anos.
Guardado Moreira encontrava-se internado há vários dias no Hospital Amato Lusitano, de Castelo Branco, tendo vindo a faleceu cerca das 23 horas de sábado.
Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco há 25 anos, Guardado Moreira foi homenageado no final do último mês de Novembro, por ocasião dos seus 90 anos.
Nesse dia foi apresentado o livro «O Provedor Coronel Guardado Moreira - Uma Vida Inteira de Serviço. Do Homem e da Obra», da autoria de António Pires Nunes, tendo ainda recebido a medalha D. Afonso Henriques, Mérito de 1.ª Classe, pelo Estado Maior do Exército.
A Câmara Municipal de Castelo Branco inaugurou ainda uma rua com o seu nome.
José Guardado Moreira bateu-se nos últimos anos pela construção da chamada obra do século, cujos trabalhos começaram em Setembro.
Nesta primeira fase está a ser construído o edifício para acolher os cuidados continuados de média e longa duração.
O edifício terá capacidade para acolher 36 utentes de média duração e 17 de Longa Duração.
O corpo de José Guardado Moreira estará em câmara ardente na Igreja da Graça, na Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco.
O funeral realiza-se esta segunda-feira, apurou o Reconquista.

Reconquista

sábado, 19 de fevereiro de 2011

A VERDADE DÓI

Esta semana foram expostos um cartazes anunciando uma nova película cinematográfica com este título: A VERDADE DÓI. Veio-nos à lembranaça três artigos recentes intitulados O Dever da Verdade, nos quais alguém pretendia demonstrar que estaria a divulgar factos e realidades que demonstrariam a "sua" verdade, como irrefutável.
Vamos então demosntrar o quão errada está a referida análise. Porquê? porque esconde o essencial dos comportamentos protagonizados pelo descritor.
Em Outubro passado houve quem com responsabilidades (?) máximas no executivo da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) tenha escrito sob o título " O Dever da Verdade" uma série de três artigos no jornal que ninguém ou muito poucos, para além do próprio, lêem. E se alguém tiver dúvidas de que muitíssima pouca gente lê este "jornal" deverá passar por um ou outro local para onde o mesmo é enviado sem que tenha sido pedido e ver as "resmas" de jornais acumulados, durante meses, ainda dentro dos plásticos.
Este jornal - Voz das Misericórdias - constitui, certamente, um caso paradigmático no universo da comunicação social. É talvez o único jornal do sector não lucratico que é feito para distribuir, gratuitamente, mesmo por pessoas e entidades que não o querem receber.
Este jornal - Voz das Misericórdias - é também um caso paradigmático porque deve ser o jornal onde o rácio tiragem/leitores deve ser o menor em todo o Mundo.
Este jornal - Voz das Misericórdias - será, também, um caso paradigmático porque apesar de ter a designação que tem, há Misericórdias que jamais conseguem que seja publicada uma única notícia a seu respeito.
É através deste jornal que constitui, certamente, um caso paradigamático que aquele que, aparentemente, quis demonstrar ir cumprir "O Dever da Verdade", mais não fez do que escondê-la.
É esse "Esconder a Verdade" que hoje vamos tentar demonstrar para quem nos lê - e são bastantes mais dos que os leitores do Voz das Misericórdias, possa construir as suas convicções.
Ainda antes de dar início à descrição de alguns factos que demosntram como a verdade foi escondida, mais uma vez, às Misericórdias, lembramo-nos de uma táctica utilizada por ex-dirigentes da União Soviética: uma mentira reproduzida até à exaustão trasnforma-se numa verdade absoluta.
Mas para que melhor possamos compreender o que é a verdade recorreremos a uma das definições possíveis deste conceito.
Esta é verdade utilizada por quem escreveu em nome de "O Dever da Verdade":
"O que é a verdade? - Nietzsche
Que é então a verdade? Um exército móvel de metáforas, de metonímias, de antropomorfismos, numa palavra, uma soma de relações humanas que foram poética e retoricamente intensificadas, transpostas e adornadas e que depois de um longo uso parecem a um povo fixas, canónicas e vinculativas: as verdades são ilusões que foram esquecidas enquanto tais, metáforas que foram gastas e que ficaram esvaziadas do seu sentido, moedas que perderam o seu cunho e que agora são consideradas, não já como moedas, mas como metal.
Nietzsche, Acerca da verdade e da mentira no sentido extramoral, tr. Helga H. Quadrado, Relógio d’água, p. 221."
Poderemos encarar a Verdade desta forma:"
E o que é a Verdade? Esta pergunta foi a resposta diante de Jesus Cristo dada por Pôncio Pilatos. É também a pergunta que cavalga pelos séculos, estaciona em mentirosos e verdadeiros e revela
sempre a ignorância ou desejo em conhecê-la.
Sendo bem direto, não concordo com Nietzsche, o filósofo alemão, que disse: "Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas". Tal ignorância denuncia sua distância da Verdade e sua repulsa total pela vinda dEla ao mundo. Mesmo Nietzsche sendo Nietzsche e eu sendo eu.
Também não concordo com J. Krishnamurti, filósofo e místico indiano, que disse: "Não há nada que conduza à verdade. Temos que navegar por mares sem roteiros para encontrá-la". Tal estupidez revela a ignorância pelo fato de existir um Caminho que antes da Verdade que é, também, o próprio caminho e caminhar.
Acredito que todo ser humano está afastado da Verdade e do amor a Ela. Como o povo num Egito distante “somos propensos para o mal”. Por termos uma natureza depravada discordo de Voltaire, poeta, dramaturgo, filósofo e historiador iluminista francês, que disse: "Tenho um instinto para amar a verdade; mas é apenas um instinto".
Thomas Huxley, biólogo inglês e George Bernard Shaw, escritor irlandês disseram:
"Toda verdade inédita começa como heresia e acaba como ortodoxia". Por causa da falta do conhecimento das verdades e do relacionamento com a Verdade temos visto acontecer o contrário – toda ortodoxia terminando como heresia, como mentira.
Todos esses homens nunca se depararam com a Verdade. Nunca poderiam falar do que jamais se lhes tocou os sentidos. Além de nunca terem encontrado a verdade, se perderam. Precisavam eles e precisamos nós do que disse uma cantora e atriz americana chamada Pearl Mae Bailey: "Só encontramos a nós mesmos depois de encarar a verdade". A Verdade é uma pessoa, tem nome e vive ainda hoje, em meio a conceitos mentirosos. A Verdade é Jesus.
Pr. Daniel Luiz"
Verdade é para os Cristãos:
"O QUE É A VERDADE?
Capitulo 90 do Evangelho dos Doze Santos ou Doze Apóstolos:
1. Novamente os doze juntaram-se no círculo das palmeiras, e um deles Tomás disse para outro, o que é Verdade? Pois algumas coisas parecem diferentes para mentes diferentes, e mesmo para a mesma mente em tempos diferentes. O que é então, a Verdade?
2. E enquanto eles iam falando Jesus apareceu no meio deles e disse, Verdade, uma e absoluta, está em Deus somente, porque nenhum homem, nem nenhum corpo de homem, sabe aquilo que só Deus unicamente sabe, o qual é Tudo em Todos. Aos homens é a Verdade revelada, de acordo com as suas capacidades de entendimento e de receber.
3. A Verdade única tem muitas faces, uma pessoa vê um lado apenas, um outro vê outro, e alguns vêem mais do que outros, de acordo com o que lhes foi dado.
4. Reparem neste cristal: como uma só luz se manifesta em doze faces, sim quatro vezes doze, e cada face reflecte um raio de luz, e uma pessoa vê uma face e outra vê uma outra, mas é só um cristal e uma só luz que brilha em todas.
5. Reparem de novo, quando alguém sobe uma montanha e alcança o cume, ele diz, aquilo é o topo da montanha, vamos alcança-lo, e quando eles o alcançam, oh, eles vêem um outro mais adiante, que antes de alcançar o cume não era visto, só possível depois de o alcançarem.
6. Assim é com a Verdade. Eu Sou a Verdade o Caminho e a Vida, e dei-vos a Verdade que recebi do Alto. E a qual foi vista e recebida por um, e não foi vista e recebida por outro. Aquela que pareceu verdadeira para alguns, e que pareceu falsa para outros. Aqueles que estão no vale não vêem como aqueles que estão no topo da montanha.
7. Mas para cada um, é a Verdade tal como a sua mente a vê, e em cada tempo, a mais alta Verdade tem sido revelada da mesma forma: e à alma que recebe a Luz mais alta, ser-lhe-á dada mais Luz. Em qualquer caso não condenem os outros, para que vós próprios não sejais condenados.
8. Tal como mantiverem a sagrada Lei do Amor, a qual eu vos trouxe, assim será a Verdade revelada mais e mais a vós, e o Espirito da Verdade o qual vem do Alto guiar-vos-á, até e através de muitas maravilhas, por todas as Verdades, mesmo como uma nuvem de fogo guiou as crianças de Israel através do deserto.
9. Mantenham a fé na Luz que têm, até que luz mais alta vos seja dada. Procurem mais luz, e tê-la-ão em abundância, não descansem, até que a encontrem.
10. Deus deu-vos toda a Verdade, como uma escada com muitos degraus, para a salvação e perfeição da alma, e a verdade que vos faz sentido hoje, abandoná-la-ás pela mais alta verdade amanhã, elevando-vos até à Perfeição.
11. Quem quer que mantiver a sagrada Lei que tenho dado, os mesmos salvarão a sua alma, independentemente da forma como vejam a verdade que eu lhes trouxe.
12. Muitos dirão para mim, Senhor, Senhor, nós temos sido zelosos da verdade. Mas Eu dir-lhes-ei, não, mas, esses outros poderão ver como vós vedes, e nenhuma verdade alem dessa. Fé sem caridade é morte. Amor é o cumprimento da Lei.
13. De que forma a fé naquilo que eles recebem os impulsionará no caminho certo? Aqueles que têm amor, têm todas as coisas, e sem amor não há nada que prospere. Deixem cada um praticar aquilo que eles entendem ser a verdade em amor, sabendo que onde não há amor, a verdade é letra morta e nada aproveita.
14. Nele reside a Bondade, a Verdade, e a Beleza, mas a maior delas é a Bondade. Se alguém tem ódio para com o seu próximo, e endurece o seu coração para as criaturas que estão nas mãos de Deus, como poderá ele ver a Verdade que salva; vendo os seus olhos estão cegos e os seus corações estão endurecidos para a criação de Deus.
15. Tal como Eu recebi a Verdade, assim vo-la dei. Deixem a cada recebê-la de acordo com a sua luz e habilidade para entender, e não persigam aquele que a recebe com uma diferente interpretação.
16. A Verdade é a Vontade de Deus, e ela prevalecerá no fim de todos os erros. Mas a sagrada Lei que Eu vos dei é clara para todos, e justa e boa. Deixem a todos observá-la para salvação das suas almas."
Esta será a Verdade que iremos aqui descrever "A Verdade é a Vontade de Deus, e ela prevalecerá no fim de todos os erros. Mas a sagrada Lei que Eu vos dei é clara para todos, e justa e boa. Deixem a todos observá-la para salvação das suas almas".
Vamos então dar a conhecer os factos - observá-los para salvação das almas".
Aquele que sendo o primeiro responsável pelo executivo da UMP aparece em artigo intitulado "O Dever da Verdade" a defender, pretensamente, que as Misericórdias são Associações Privadas de fiéis.
Mas será, verdadeiramente isto que defende?
Duvida-se, e proquê?
Porque o actual "presidente" do Secretariado Nacional (SN) da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) é Irmão da Misericórdia do Porto e nessa qualidade defende que esta Misericórdia (a do Porto) é uma Associação Pública de Fiéis.
Como assim?
É, exactamente assim.
O actual "presidente" do SN da UMP foi eleito (?) na qualidade de Irmão da Misericórdia do Porto e enquanto Irmão da Misericórdia do Porto aceitou, concordou, não manifestou discordância com o Decreto do Senhor Bispo do Porto datado de 24 de Setembro de 2007 (aqui publicado na íntegra em 13-11-2010, o qual define com total e absoluta clareza a natureza jurídica da Misericórdia do Porto e que aqui se transcreve (parte): "Aproveita-se a oportunidade para declarar que a Misericórdia do Porto, como associação pública de fiéis que é, está sujeita às limitações canónicas previstas no artigo 11.º, n.º 2, da Concordadta de 2004, no artigo 82.º das Normas Gerais para Regulamentação das Associações de Fiéis, da Conferência Episcopal Portugesa, nos cânones 1291 a 1298 do Código de Direito canónico e no Decreto da Conferência Episcopal Portuguesa de 7.5.2002."
1.ª conclusão: o actual "presidente" do SN da UMP é Irmão de uma associação pública de fiéis - a Misericórdia do Porto - tendo aceite a natureza jurídica determinada por Decreto do Senhor Bispo do Porto, e nessa mesma qualidade: Irmão de uma Associação Pública de Fiéis, a Misericórdia do Porto que foi eleito (?) "presidente" do SN da UMP.
A ser assim, como de facto e de direito acontece que - a Misericórdia do Porto é para todos, mas mesmo todos, os efeitos uma Associação Pública de Fiéis - logo, aquele que é, actualmente, "presidente" do SN da UMP só pode, em consciência, por respeito à Instituição à qual pertence, por ética e pela moral Cristã só pode entender que a "sua" Misericórdia do Porto é uma Associação Pública de Fiéis.
Ao acatar, sem jamais ter demonstrado, exprimido ou manifestado a mais pequena discordância, relativamente, ao Decreto do Senhor Bispo do Porto só pode estar a defender que a Misericórdia da Porto é uma Associação Pública de Fiéis.
Está claríssimo, está o mais claro possível, que aquele que é, actualmente "presidente do SN da UMP é Irmão de uma Associação Pública de Fiéis, que é nessa qualidade que foi eleito (?) "presidente" do SN da UMP e que em respeito pel'"O Dever da Verdade" tem que defender e promover a natureza jurídico-canónica da Misericórdia do Porto enquanto Associação Pública de Fiéis, sob pena de estar a violentar a sua própria consciência, de estar a violentar a consciência colectiva da Irmandade da Misericórdia do Porto, de expressar total ausência de coerência, de estar a esconder a realidade dos factos, de manifestar toatal ausência de transparência, enfim, a expressar uma forma de estar, totalmente, contrária ao espírito Cristão de definição da VERDADE.
Em coerência com a sua origem institucional (irmão da Misericórdia do Porto), aquele que é, actualmente, "presidente do SN da UMP, tem a estrita obrigação de defender a natureza jurídica da Misericórdia do Porto, com a qual sem manifestou concordar, ainda que tal se tenha expressado pela forma do silêncio. É que diz a sabedoria popular "Quem cala consente". Ora se nunca se manifestou e muito menos expressou a mais mínima discordância, relativamente, ao Decreto do Senhor Bispo do Porto que passou a considerar a Misericórdia do Porto como Associação Pública de Fiéis, deveria, pelo menos, continuar ems silêncio, sob pena de alguém lhe poder imputar a aqualquer momento total ausência de coerência e de sentido de Cristão.
É que se pode pecar por palavras, actos e omissões.
É o que indiciam as palavras escritas por aquele que é, actualmente, "presidente do SN da UMP ao querer sustentar o seu entendimento de que as Misericórdias Portuguesas são associações privadas de fiéis.
Ao ter assim agido em palavras demosntra que, no mínimo. está a faltar à verdade numa de duas situações:
- quando defende que a Misericórdia do Porto é uma Associação Pública de Fiéis; ou,
- quando escreve que as Misericórdias saãoa ssociações privadas de fiéis.
Dito de outra forma: em simultâneo, reconhece e não reconhece a natureza jurídica das Misericórdias enquanto associações públicas de fiéis. Defende, simultaneamente, que as Misericórdias são associações públicas de fiéis e associações privadas de fiéis.
Concluindo: a UMP tem um "presidente" do SN que defende na prática por actos e omissões que a Misericórdia que lhe garantiu a possibilidade de estar nessa cargo, é uma Associação Pública de Fiéis. E defende por palavras que as Misericórdias são associações privadas de fiéis.
Então em que ficamos? A UMP tem um "presidente" do SN que está a violar o princípio da natureza jurídica da Misericórdia do Porto, ao qual está vinculado, enquanto Irmão, ao defender que as Misericórdias sãoa ssociações privadas de fiéis.
Isto não faz qualquer sentido, não tem qualquer valor e só promove o descrédito e a desconfiança numa Instituição - a UNIÃO DAS MISERICÓRDIAS PORTUGUESAS - que tem que voltar a ser uma referência, a nível nacional e internacional.
Esta poderá ser uma das razões para que a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) nem sequer reconheça capacidade nem competência, ao actual "presidente" do Secretariado nacional da União das Misericórdias Portuguesas para a representar.
Recorda-se que a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) nomeou o Pde Lino Maia como seu interlocutor com a União das Misericórdias Portuguesas.
recorda-se que o Pde Lino Maia, é o Presidnete da Direcção da CNIS - Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, o qual defende a criação de uma organização representativa das organizações da Igreja e, em simultâneo, defendo que as Misericórdias são associações públicas de fiéis.
Ora, ao aceitar a nomeação de um interlocutor com a CEP, aquele que é "presidente" do SN da UMP aceitou, ainda que implicitamente, não estar dotado de capacidade, nem de poder, nem de competência para representar a União das Misericórdias Portuguesas junto da tutela.
E assim vai a União das Msiericórdias, tem um "presidente" ao qual não reconhecida capacidade, nem poder, nem competência para representar a Instituição, UNIÃO DAS MISERICÓRDIAS PORTUGUESAS.
Esta situação revela que a CEP destituiu de funções de representação ao mais nível, ou seja junto da Tutela, aquele que é (?) o "presidente" do SN da UMP. Tendo sido destituído da competência mais importante impor-se-ia, por imperativo ético e moral, a colocação do lugar à disposição da Tutela.
As mais elementares regras de bom senso e em respeito pelos superiores interesses das Misericórdias, e estando destituído da competência mais elevada - de representação junto da Tutela - recomendar-se-ia uma reflexão profunda sobre a possibilidade de continuar no cargo já que não lhe é reconhecida a mais alta competência de que esteve investido.
A situação actual é, altamente, lesiva dos superiores interesses das Misericórdias: tem como "presidente" do SN quem tendo, estatutariamente atribuída a competência de representação institucional, a Tutela retirou-lha. Ou dito de outra forma, o órgão Secretariado Nacional e por maioria de razão o seu actual "presidente" perderam a competência/capacidade de representação da União das Misericórdias Portuguesas.
Tudo isto não faz qualquer sentido e só contribui para o descrédito cada vez mais acentuado de quem é "presidente" do SN da UMP, o que conduz a uma perca acentuada da capacidade de acção e intervenção da Instituição, UNIÃO DAS MISERICÓRDIAS PORTUGUESAS.
Tal com iniaciámos esta nossa reflexão, A VERDADE DÓI. E como dói, a melhor forma de evitar a dor é esconder a verdade, como se tal fosse possível.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

FALAR VERDADE

Há uns dias iniciámos uma reflexão sobre "A Natueza Jurídica das Misericórdias é matéria da maior relevância".
Tal como afirmámos é necessário continuar a profundar o estudo desta temática.
Antes de continuarmos resumiremos as conclusões dessa 1.ª reflexão:
- desde logo e como fundamental importa salientar que os "dirigentes" da União das Msiericórdias Portuguesas (UMP) que se seguiram ao Dr. Virgílio Lopes esconderam trabalhos editados e publicados sobre a matéria. Porquê? É, também, matéria que competirá às Misericórdias (já que a UMP é das Misericórdias) apurar.
- dentro da mesma linha de acção desses "dirigentes" que se seguiram ao Dr. Virgílio Lopes importa salientar que por duas vezes a Santa Sé se pronunciou, ou melhor decidiu, sobre a natureza jurídica das Misericórdias. A primeira vez sobre as Misericórdias do Algarve tendo decidido considerar as Santas Casas da Misericórdia do Algarve, Associações Públicas de Fiéis, ainda antes de a Conferência episcopal Portuguesa ter considerado as Misericórdias Associações Públicas de Fiéis. Esta Sentença da Santa Sé foi omitida, pelo "presidente" do Secretariado Nacional que se seguiu ao Dr. Virgílio Lopes, até ao limite das suas possibilidades.
É que essa Sentença foi divulgada às Misericórdias pelo Padre Jardim Moreira, Presidente da REAPN, a pedido do Senhor Bispo do Algarve. Essa Sentença foi traduzida do Latim por personalidade da mais elevada competência para o efeito. Pergunta-se: por razão o "presidente" do Secretariado Nacional da UMP que se seguiu ao Dr. Virgílio Lopes escondeu das Misericórdias essa mesma Sentença.
Só depois desta tradução, reputada da máxima credibilidade, é que o "presidente" do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas entendeu, por sua própria iniciativa proceder a uma tradução, habilidosa, diga-se de passagem, tentando esamotear a conclusão da Santa Sé.
Pergunta-se: qual o interesse desse "presidente" do Secretariado Nacional em esconder às Misericórdias a Sentença que a Santa Sé proferiu sobre a Narureza Jurídica das Misericórdias do Algarve?
Quer a tradução divulgada pelo Padre Jardim Gonçalves quer a elaborada pelo "presidente" do Secretariado Nacional que se seguiu ao Dr. Virgílio Lopes estão, concerteza no arquivo de todas as Misericórdias Portuguesas.
Mas esta não foi a única Sentença da Santa Sé a considerar Misericórdias Associações Públicas de Fiéis.
Na sequência de uma intervenção do Senhor Arcebispo de Évora na Misericórdia de Montargil, esta Instituição entendeu recorrer para a Santa Sé da decisão do Senhor Arcebispo.
Aconteceu que a Santa Sé veio dar razão ao Senhor Arcebispo de Évora reconhecendo-lhe competência para intervir, assim como decidiu reconhecer a Misericórdia de Montargil como Associação Pública de Fiéis.Esta Sentença foi também omitida às Misericórdias.
Porquê? É também uma questão que pode e deve ser colocada àquele que é, actulamente, "presidente" do Secretariado nacional da UMP.
É que não basta escrever - o dever da verdade - para convencer quem conhece o protagonista e a matéria para que se acredite.
É que não basta escrever - o dever da verdade - para se dizer a verdade. Acontece até que não basta dizer que se está a escrever verdade, é necessário demonstrar que se está a fazer. Desde logo porque O DEVER DA VERDADE obriga a não esconder factos sobretudo os mais relevantes. Quando se escondem factos para defesa de pontos de vista insustentáveis está-se a faltar à verdade.
Como um dia alguem disse:
- pode-se enganar toda a gente, uma vez;
- podem-se enganar alguns, duas vezes; mas,
- é impossível enganar toda a gente o tempo todo.
E por isso aqui fica esta segunda reflexão para demonstrar que é necessário FALAR VERDADE.
E falar verdade é, para além de não mentir, não esconder a realidade.
Por hoje e para não ser exaustivo ficaremos pela divulgação destas duas Sentenças da Santa Sé sobre a Natureza Jurídica das Misericórdias do Algarve, primeiro e da Misericórdia de Montargil, depois.
Importa, no entanto, salientar que estas duas Sentenças reconhecem quer as Misericórdias do Algarve quer a Misericórdia de Montargil como Associações Públicas de Fiéis. Estas Sentença da Santa Sé são muito anteriores ao Decreto Geral para as Misericórdias da Conferência Episcopal Portuguesa, datado de 2008 e publicado em 2009.
A questão que se coloca é a seguinte:
- porque razão é que só agora alguns "dirigentes" da União das Misericórdias Portuguesas se opuseram à decisão da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP)?
- jamais esses "dirigentes" se manifestaram contra as Santenças da Santa Sé relativas às Misericórdias do Algarve e de Montargil.
Não se tendo manisfestado, muito menos oposto, contra as referidas Sentenças da Santa Sé não lhes poderá ser reconhecida a mais das mínimas das capaciades de intervenção.
É que o que esses "dirigentes" têm feitoa té agora mais não é do que uma manifestação pública de total incoerência.
É que se em tempo tivessem manifestado discordância, relativamente, às Sentenças proferidas pela Santa Sé sobre as Misericórdias do Algarve de Monatrgil, agora seria compreensível a sua atitude. Não o tendo feito, em tempo, agora só manifestam expressões de incoerência absoluta que se traduz numa total falta de credibilidade para defenderem teses das quais até parece desconhecenrem-nas.
Por hoje ficaremos por aqui.
Proximamente voltaremos a esta matéria.

ex-Presidente do Secretariado Regional de Viana do Castelo


Faleceu Alberto Marques de Oliveira e Silva, ex Presidente do Secretariado Regional do distrito de Viana do Castelo da União das Misericórdias Portuguesas

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial do Doente 2011

«Pelas suas chagas fostes curados» (1 Pd 2, 24)

Queridos Irmãos e Irmãs!

Todos os anos, na memória da Bem-Aventurada Virgem de Lourdes, que se celebra a 11 de Fevereiro, a Igreja propõe o Dia Mundial do Doente. Esta circunstância, como quis o venerável João Paulo II, torna-se ocasião propícia para reflectir sobre o mistério do sofrimento e, sobretudo, para tornar as nossas comunidades e a sociedade civil mais sensíveis aos irmãos e irmãs doentes. Se todos os homens são nossos irmãos, aquele que é débil, sofredor ou necessitado de cuidado deve estar mais no centro da nossa atenção, para que nenhum deles se sinta esquecido ou marginalizado; com efeito «a grandeza da humanidade determina-se essencialmente na relação com o sofrimento e com quem sofre. Isto vale tanto para o indivíduo como para a sociedade. Uma sociedade que não consegue aceitar os que sofrem e não é capaz de contribuir, mediante a com-paixão, para fazer com que o sofrimento seja compartilhado e assumido mesmo interiormente é uma sociedade cruel e desumana» (Carta enc. Spe salvi, 38). As iniciativas que serão promovidas nas diversas Dioceses, por ocasião deste Dia, sirvam de estímulo para tornar cada vez mais eficaz o cuidado para com os sofredores, também na perspectiva da celebração de modo solene, que terá lugar em 2013, no Santuário mariano de Altötting, na Alemanha.

1. Tenho ainda no coração o momento em que, durante a visita pastoral a Turim, pude deter-me em reflexão e oração diante do Santo Sudário, diante daquele rosto sofredor, que nos convida a meditar sobre Aquele que carregou sobre si a paixão do homem de todos os tempos e lugares, inclusive os nossos sofrimentos, as nossas dificuldades e os nossos pecados. Quantos fiéis, no curso da história, passaram diante daquele tecido sepulcral, que envolveu o corpo de um homem crucificado, que corresponde em tudo ao que os Evangelhos nos transmitem sobre a paixão e a morte de Jesus! Contemplá-lo é um convite a reflectir sobre quanto escreve São Pedro: «Pelas suas chagas fostes curados» (1 Pd 2, 24). O Filho de Deus sofreu, morreu, mas ressuscitou, e exactamente por isso aquelas chagas tornam-se o sinal da nossa redenção, do perdão e da reconciliação com o Pai; tornam-se, contudo, também um banco de prova para a fé dos discípulos e para a nossa fé: todas as vezes que o Senhor fala da sua paixão e morte, eles não compreendem, rejeitam, opõem-se. Para eles, como para nós, o sofrimento permanece sempre carregado de mistério, difícil de aceitar e suportar. Os dois discípulos de Emaús caminham tristes, devido aos acontecimentos daqueles dias em Jerusalém, e só quando o Ressuscitado percorre a estrada com eles, se abrem a uma visão nova (cf. Lc 24, 13-31). Também o apóstolo Tomé mostra a dificuldade em crer na via da paixão redentora: «Se eu não vir o sinal dos cravos nas suas mãos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei» (Jo 20, 25). Mas diante de Cristo que mostra as suas chagas, a sua resposta transforma-se numa comovedora profissão de fé: «Meu Senhor e meu Deus» (Jo 20, 28). O que antes era um obstáculo intransponível, porque sinal da aparente falência de Jesus, torna-se, no encontro com o Ressuscitado, a prova de um amor vitorioso: «Somente um Deus que nos ama a ponto de carregar sobre si as nossas feridas e a nossa dor, sobretudo a dor inocente, é digno de fé» (Mensagem Urbi et Orbi, Páscoa de 2007).

2. Queridos doentes e sofredores, é justamente através das chagas de Cristo que podemos ver, com olhos de esperança, todos os males que afligem a humanidade. Ressuscitando, o Senhor não tirou o sofrimento e o mal do mundo, mas extirpou-os pela raiz. À prepotência do Mal opôs a omnipotência do seu Amor. Indicou-nos então, que o caminho da paz e da alegria é o Amor: «Como Eu vos amei, vós também vos deveis amar uns aos outros» (Jo 13, 34). Cristo, vencedor da morte, está vivo no meio de nós E enquanto com São Tomé dizemos também: «Meu Senhor e meu Deus», seguimos o nosso Mestre na disponibilidade a prodigalizar a vida pelos nossos irmãos (cf. 1 Jo 3, 16), tornando-nos mensageiros de uma alegria que não teme a dor, a alegria da Ressurreição.
São Bernardo afirma: «Deus não pode padecer, mas pode compadecer». Deus, a Verdade e o Amor em pessoa, quis sofrer por nós e connosco; fez-se homem para poder com-padecer com o homem, de modo real, em carne e sangue. Em cada sofrimento humano, portanto, entrou Aquele que partilha o sofrimento e a suportação; em cada sofrimento difunde-se a con-solatio, a consolação do amor partícipe de Deus para fazer surgir a estrela da esperança (cf. Carta enc. Spe salvi, 39).
A vós, queridos irmãos e irmãs, repito esta mensagem, para que sejais suas testemunhas através do vosso sofrimento, da vossa vida e da vossa fé.

3. Considerando o encontro de Madrid, no mês de Agosto de 2011, para a Jornada Mundial da Juventude, gostaria de dirigir também um pensamento especial aos jovens, especialmente aos que vivem a experiência da doença. Com frequência a Paixão e a Cruz de Jesus causam medo, porque parecem ser a negação da vida. Na realidade, é exactamente o contrário! A Cruz é o «sim» de Deus ao homem, a expressão mais elevada e intensa do seu amor e a fonte da qual brota a vida eterna. Do Coração trespassado de Jesus brotou esta vida divina. Só Ele é capaz de libertar o mundo do mal e de fazer crescer o seu Reino de justiça, de paz e de amor ao qual todos aspiramos (cf. Mensagem para a Jornada Mundial da Juventude de 2011, 3). Queridos jovens, aprendei a «ver» e a «encontrar» Jesus na Eucaristia, onde Ele está presente de modo real para nós, até se fazer alimento para o caminho, mas sabei reconhecê-lo e servi-lo também nos pobres, nos doentes, nos irmãos sofredores e em dificuldade, que precisam da vossa ajuda (cf. ibid., 4).
A todos vós jovens, doentes e sadios, repito o convite a criar pontes de amor e solidariedade, para que ninguém se sinta sozinho, mas próximo de Deus e parte da grande família dos seus filhos (cf. Audiência geral, 15 de Novembro de 2006).

4. Ao contemplar as chagas de Jesus o nosso olhar dirige-se ao seu Sacratíssimo Coração, no qual se manifesta em sumo grau o amor de Deus. O Sagrado Coração é Cristo crucificado, com o lado aberto pela lança, do qual brotam sangue e água (cf. Jo 19, 34), «símbolo dos sacramentos da Igreja, para que todos os homens, atraídos pelo Coração do Salvador, bebam com alegria na fonte perene da salvação» (Missal Romano, Prefácio da Solenidade do Sacratíssimo Coração de Jesus). Especialmente vós, queridos doentes, sentis a proximidade deste Coração cheio de amor e bebeis com fé e alegria de tal fonte, rezando: «Água do lado de Cristo, lava-me. Paixão de Cristo, fortalece-me. Oh, bom Jesus, ouve-me. Nas tuas chagas, esconde-me» (Oração de Santo Inácio de Loyola).

5. Na conclusão desta minha Mensagem para o próximo Dia Mundial do Doente, desejo exprimir o meu afecto a todos e a cada um, sentindo-me partícipe dos sofrimentos e das esperanças que viveis quotidianamente em união com Cristo crucificado e ressuscitado, para que vos conceda a paz e a cura do coração. Juntamente com Ele ao vosso lado vigie a Virgem Maria, que invocamos com confiança como Saúde dos enfermos e Consoladora dos sofredores. Aos pés da Cruz realiza-se para Ela a profecia de Simeão: o seu Coração de Mãe é trespassado (cf. Lc 2, 35). Do abismo da sua dor, participação no sofrimento do Filho, Maria tornou-se capaz de assumir a nova missão: tornar-se a Mãe de Cristo nos seus membros. Na hora da Cruz, Jesus apresenta-lhe cada um dos seus discípulos, dizendo-lhe: «Eis o teu filho» (cf. Jo 19, 26-27). A compaixão materna para com o Filho torna-se compaixão materna para cada um de nós nos nossos sofrimentos quotidianos (cf. Homilia em Lourdes, 15 de Setembro de 2008).
Queridos irmãos e irmãs, neste Dia Mundial do Doente, exorto também as Autoridades a fim de que invistam cada vez mais energias em estruturas médicas que sirvam de ajuda e apoio aos sofredores, sobretudo aos mais pobres e necessitados e, dirigindo o meu pensamento a todas as Dioceses, transmito uma saudação afectuosa aos Bispos, aos sacerdotes, às pessoas consagradas, aos seminaristas, aos agentes no campo da saúde, aos voluntários e a todos os que se dedicam com amor a cuidar e aliviar as chagas de cada irmão e irmã doente, nos hospitais ou casas de cura, nas famílias: nos rostos dos doentes sabei ver sempre o Rosto dos rostos: o de Cristo.

A todos garanto a minha recordação na oração, enquanto concedo a cada um a especial Bênção Apostólica.

Vaticano, 21 de Novembro de 2010

BENEDICTUS PP. XVI

(tradução oficial do Vaticano)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

"Estou ao lado dos senhores bispos na questão das misericórdias"


Bagão Félix acusa Governo de querer controlar escolas públicas
Inserido em 02-02-2011 18:08

Economista “desconfia” ainda dos números apresentados pela ministra Isabel Alçada relativos aos gastos das escolas particulares.

O ex-ministro das Finanças do Governo de Durão Barroso colocou-se hoje ao lado das escolas privadas na questão do financiamento dos estabelecimentos com contrato de associação.

Bagão Félix deixa críticas ao Governo
Em Évora, onde participou numa conferência sobre solidariedade, Bagão Félix considerou que nesta altura o Ministério da Educação está mais preocupado em controlar as escolas públicas, que em discutir o que realmente interessa, isto é, a qualidade do ensino público.

O economista deixou ainda críticas aos números que Isabel Alçada tem vindo a apresentar ao longo das últimas semana relativos aos gastos das escolas particulares. “Desconfio desses números todos porque os números são os que nós queremos. Para qualquer situação eu posso dar o número que quero”.

"Estou ao lado dos senhores bispos na questão das misericórdias"
Nesta conferência denominada “Solidariedade: desafios e respostas”, Bagão Félix aproveitou ainda para expressar a sua opinião em relação à polémica que tem oposto bispos e misericórdias. “Estou ao lado dos senhores bispos na questão das misericórdias, porque a certa altura aquilo transforma-se num corpo institucional para determinado tipo de situações que são completamente temporais, seculares e que já não têm nada a ver com a noção de espírito cristão das misericórdias”.

Esta questão remete para Outubro passado, altura em que os bispos portugueses alteraram a classificação das misericórdias, que passaram a denominar-se de “associações públicas de fiéis”.

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Protocolo de Cooperação 2010

Sociedade
por António Figueiredo
(Presidente da UDIPSS de Setúbal)

Protocolo de Cooperação 2010 MTSS-CNIS: que compromisso?

“ Não é o Protocolo desejável, mas é o Protocolo possível “ – Presidente da CNIS “ Um acordo difícil de alcançar, por que as despesas continuam a aumentar e não havia nenhuma compensação directa, apesar de haver algumas indirectas “ – Presidente da União das Misericórdias.

Foi assinado, no dia 21 de Dezembro quando já se esperava pelo fogo de artíficio de fim de ano, o Protocolo de Cooperação de 2010 entre o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social e as estruturas nacionais das Instituições Particulares de Solidariedade Social. Este ato manifesta a velocidade a que o governo trabalha, qual a prioridade que dá aos problemas sociais e a importância com que olha para as Instituições da rede solidária. Quando se assina um protocolo, é numa perspetiva de princípios de compromissos futuros. Em Portugal, desde sempre e com agravamento pela inação dos últimos governos, os protocolos assinam-se quanto o tempo da sua aplicação já passou! Aplaudir, pois, a assinatura dum protocolo quando o período de vigência está a terminar é puro masoquismo, pelo que aceito o pensamento do Presidente da CNIS quando afirma no seu discurso que não é o desejável mas é o possível.

O que se passou foi, afinal, um ato de antecipação do fogo de artifício e de que o governo necessitava. É caricato que uma cerimónia simples, como nos habituámos no passado, seja transformada num ato público em que o Primeiro Ministro transfere ára outro local, o CCB, convocando o seu séquito e dispara o habitual discurso de duma realidade que só ele tem na sua visão. Constrangidos, por certo, lá tiveram os altos Dirigentes da rede Solidária que se prestar à pompa e circunstância do momento e ouvirem com um possível sorriso amarelo o discurso da imaginação.

A habilidade política deve ser criticada e, por isso, critico o Primeiro Ministro quando justificou a a sua presença pessoal porque quis “ sublinhar a importância do acordo “, quando importância teria, se fosse assinado a 21 de Dezembro de 2009 para aplicação em 2010. Note-se, que em Novembro, o Presidente da CNIS escrevia que a “ cooperação está ferida de morte “ perante o alheamento do poder político. Ou quando se transforma o ato público numa manifestação de promoção política quando a Ministra do Trabalho e Solidariedade Social dá a entender que tem apoiado as Instituições quando estas estão a enfraquecer todos os dias. A afirmação de que “ um aspecto fundamental é fazermos tudo isto para a sustentabilidade das instituições “, são palavras sem nexo e que não colhem verdade no mundo real da rede solidária. Ainda há-de chegar o dia em que a Ministra compreenda o momento social que se vive.

A habilidade política deve ser criticada porque o Primeiro Ministro aproveitou o momento para falar num estado social que já não existe, mascarando o ataque que representam os vários PEC’s às prestações sociais, às promessas feitas e não cumpridas, ao que se deu por razões eleitorais e agora, de um golpe, se retira por falta de sustentabilidade orçamental. É confrangedor, como Dirigente da rede solidária, assistir a tanto fingimento.

Mas há razão para festejar este protocolo? Direi que não, pois o objectivo do governo em reduzir a sua responsabilidade social está bem presente na cláusula que alarga o valor familiar de referência de 120% para 150% na resposta social de lar de idosos. Melhor dizendo, as instituições não podem mais reclamar dos custos técnicos pois aceitam que o governo transfira qualquer ajustamento para a família. E os que foram abandonados pela família? E os que têm baixas pensões? Para situações como esta o espírito do Estado Social está ferido de morte. Com o pensamento nas Instituições e nos mais carenciados, tenho que rejeitar a formula adotada.

O protocolo não tem, no seu todo, qualquer preocupação pelos carenciados e muito menos pelas Instituições. Não consagra o direito da família à escolha do modelo de educação para os seus filhos, não garante o equidade aos mais desfavorecidos, não garante a sustentabilidade das instituições. Não entendo, por isso, todo o folclore criado sobre um protocolo gerado a ferros e publicado por imperativo legal. Ao aceitarem cláusulas que transferem gradualmente a responsabilidade social para a família, estamos a mitigar um sistema pouco claro e que irá favorecer aqueles que podem pagar.

O protocolo ignora a alteração ao actual modelo de intervenção social, não garante uma estratégia de intervenção de proximidade, não corrige as assimetrias regionais. O protolo é um conjunto de promessas que o governo sabe não ir cumprir, tal como o fez com Pactos de Cooperação anteriores. Promessas, em cláusulas que deveriam estar regulamentadas em 30 dias, e nada acontecendo. Receio que estejamos, de novo, com um protocolo de faz de conta para cumprir calendário político. Junto-me, por certo, aos muitos Dirigentes descrentes na vontade política de rever princípios, em que a subsidariedade e o respeito pelas Instituições sejam a linha social de força.

Poderá parecer que estou a contestar o estrutura de que faço parte, mas não está tal no meu espírito. O que pretendo é que o leitor possa ter uma imagem sobre a realidade e tudo aquilo que o governo diz que garante. Quero que se entenda que afinal, como já o escrevi noutra crónica, o que se está a destruir é o Estado Social e a aumentar a pobreza com o enfraquecimento das IPSS. O futuro dirá sobre as consequências dum protocolo que treve um parto a ferros.

António Figueiredo - 31-01-2011 09:04
Setúbal na rede

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

ANO EUROPEU DO VOLUNTARIADO

Foi hoje lançado/apresentado em Portugal o Ano Europeu do Voluntariado.
O evento decorreu no Forum Picoas, local onde decorre, durante 1 semana, a apresentação de muitas iniciativas de voluntariado.
Foi muito notada a ausência das Misericórdias.
A ausência das Misericórdias é tanto mais incompreensível quando nasceram há mais de 500 anos num movimento de voluntariado.
Ainda hoje a esmagadora maioria das Misericórdias é administradae gerida em autêntico e puro espírito e prática de voluntariado.
As Misericórdias são umas das instituições nacionais mais antigas em voluntariado.
Na sua origem todas as iniciativas e actividades das Misericórdias eram concretizadas e vividas em espírito de voluntariado.
O voluntariado das e nas Misericórdias é tão antigo como as as próprias instituições.
É de sobremaneira importante o movimento do voluntariado das Misericórdias e de tal maneira valorizado que as doações que receberam e recebem constitui um reconhecimento ao espírito de dom e de gratuitidade com que os dirigentes as têm administrado.
O voluntariado é intríseco à própria natureza das Misericórdias.
Para quem está ligado à missão das Misericórdias e vive com paixão a causa sente e ouve muitos dirigentes de muitas Misericórdias (os que verdadeiramente se preocupam com o fazer bem sem olhar a quem) a lançarem frequentes reptos para que no seio do seu universo institucional se crie um movimento de voluntariado.
Quantos não são os Provedores e outros Dirigentes das Misericórdias que gostariam de ter mais e melhores voluntários (mais bem preparados).
É uma necessidade há muito sentida por muitos Provedores a teremnas "suas" Misericórdias um corpo de voluntariado que lhes permitisse aumentar e melhor a capacidade de resposta institucional.
Por todas estas razões e outras que não desenvolvemos para não tornar esta nota fastidiosa, se justificaria, plenamente, a presença das Misericórdias, hoje, no Forum Picoas.
E a estarem presentes teria que ser pela via da representação já que se impunha a presença do colectivo/universo nacional das Misericórdias.
Mas assim não aconteceu.
Pergunta-se: e quem sai prejudicado com tudo isto ? O movimento das Misericórdias que perdeu mais uma excelentíssima oportunidade de mostrar o quanto de bem faz a quem mais necessita.
Uma última razão que injustifica a ausência das Misericórdias.
Estas instituições que quem "dirige", a União das Misericórdias Portuguesas (UMP) diz representar marcaram presença num congresso realizado na Ilha da Madeira em 2009 onde esses mesmos "dirigentes" terão concluído pela criação de um Banco de Voluntariado.
Em palavras esse banco de facto foi criado há já mais de um ano. Mas daí parece não ter passado. Ao que consta ainda não teve uma única adesão.
Mas para a sua criação, aqueles que "dirigem" a União das Misericórdias Portuguesas (UMP) levaram as Misericórdias a investirem, talvez, cerca de 1 000 000 € (um milhão de euros) nesse Congresso (?).
Ou será este fracasso, escondido às Misericórdias a obrigar à ausência da UMP no lançamento, em Portugal, do Ano Europeu do Voluntariado ?
Esta poderá ser a razão primeira e última para a ausência.
É que tratando de mais um monumental fracasso daqueles que "dirigem" a União das Miseroicórdias Portuguesas sentirse-iam envergonhados de o mostrar ?
As Misericórdias perderam mais uma excelente oportunidade de mostrarem ao Mundo o muito de de Bom e de Bem fazem. Sobretudo à Europa que tão carecida está de movimentos de Voluntariado como os das Msiericórdias Portuguesas.
As Misericórdias são uma referência mundial para o Voluntariado de proximidade.
O que aqueles que "dirigeme" a UMP conseguiram foi esconderem as Msiericórdias.
Ora o que se esconde não se conhece.
E o que não se conhece, não existe.