As Misericórdias jamais aceitaram a nacionalização dos seus hospitais que ocorreu nos anos do chamado PREC.
É vocação histórica das Misericórdias a gestão de unidades de saúde. Mais, até 1975 a generalidade dos cuidados de saúde prestados aos Portugueses era da responsabilidade das Misericórdias.
As Misericórdias, mesmo depois da nacionalização dos seus hospitais, sempre reclamaram a devolução dos seus hospitais e a gestão de unidades de saúde.
Esta vontade das Misericórdias continuarem a prestar cuidados de saúde à suas comunidades esteve sempre bem presente enquanto o Dr. Virgílio Lopes foi Presidente do Secretariado Nacional. Esta intenção foi abafada, por aqueles que se lhe seguiram. Jamais, desde 1991, ano do falecimento do Dr. Virgílio Lopes, aqueles que se instalaram nesse cargo, tomaram qualquer iniciativa intencional de reentrada das Misericórdias na área da saúde.
Poder-se-á dizer que foram estes que promoveram a entrada das Misericórdias na Rede Nacional de Cuidados Continuados de Saúde Integrados. É fácil demonstrar que assim não foi. Os 2 últimos "presidentes da Secretariado Nacional, limitaram-se a andar a reboque das Misericórdias.
Tal como agora.
Pior.
Aquelas Misericórdias que se entusiamaram com a ideias daquele que é "presidente" do Secretariado Nacional (SN), estão em situação de rotura financeira tal como a União das Misericórdias Portuguesas (UMP).
Uma Instituição como a UMP que em 4 anos gera um passivo de 9.500.000 €, faz desaparecer a Quinta de Sto Estevão (cujo valor poderá ser de 60.000.000 €), porque nada foiinformado às Misericórdias, venderam 2 apartamentos que a UMP tinha em Fátima (sem que as Misericórdias tenham sido informadas), venderam a Multinova (editora que era propriedade da UMP, sem que nada tenha sido informado às Misericórdias), pedirem autorização para hipotecar o os terrenos em Fátima e em Borba sem que o funadamento do pedido o justificasse (pelo menos para Borba não seria necessário hipotecar já que a obra prevista será financiada a 100 %), só pode ser considerada uma instituição à beira da insolvência.
Só depois de o Governo ter anunciado a sua intenção, enquanto possibilidade, de entregar algumas unidades de saúde para serem geridas pelas Misericórdias é que aquele que é "presidente" do SN se colou à ideia.
Mas tal como a esmagadora maioria das Misericórdias já faz, vai continuar a tomar a iniciativas que entender sem "passar o mais mínimo cartão" aos que são "dirigentes"da UMP.
Nas actuais circunstâncias a melhor forma de as Misericórdias garantirem sucesso para as suas iniciativas é projectá-las e concretizá-las à margem da "actual UMP".
É uma pena que assim tenh que ser, mas as Misericórdias não têm alternativa, nas actuais circunstâncias em que a UMP foi colocada.
As potencialidades das Misericórdias para a prestação de cuidados de saúde são enormes.
As Misericórdias são depositárias de equipamentos de saúde construídos com todo o carinho pelas populações locais que suportaram os custos das aquisições, das obras e do funcionamento dos hospitais duárias décadas do século passado, num processo de reforma da assistência em Portugal, tal como já tinha acontece à data da fundação da 1.ª Misericórdia, em 1498.
Sobre as potencialidades das Misericórdias paraintervirem na área da saúde nos debruçaremos ainda esta semana, se o tempo nos permitir.
Para tal será fundamental alterar profundamente a actual estrutura da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) assim como as Misericórdias assumirem, por completo a sua União.
Actualmente, as Misericórdias não se revendo nesta União,optam por agir de forma forma isolada.
Esta situação é impeditiva da criação de uma Rede Social de Cuidados de Saúde.
À UMP compete, por mandato expresso das Misericórdias, em realização de Congresso das Misericórdias, onde só estas tenham voz, promover a criação de uma Rede Social de Cuidados de Saúde.
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