Esta brochura editada pelo 4.º ano consecutivo continua a ser um referencial (mau) para o Voluntariado em Portugal.
E dizemos referencial mau com plena convicção, fundamentada no facto de os responsáveis pela sua elaboração, composição e edição - os "dirigentes" da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) ignorarem a quase totalidade dos Voluntários que servem nas Misericórdias. Aqueles que "dirigem" a UMP só reportam na brochura "Quem somos nas Misericórdias" os Provedores das Misericórdias, esquecendo, deliberadamente, todos os outros Dirigentes e Voluntários sem responsabilidades nos órgãos sociais e que são muitos. Os que "dirigem" a UMP limitam-se a registar na brochura, os Provedores. Porquê? É a questão à qual importa responder.
Na ausência de justificação, por parte daqueles que são os responsáveis, por mais este péssimo serviço prestado à causa do Voluntariado em Portugal, tentaremos aqui e agora demonstrar a pequenez do registo intencional, de destaque, exclusivamente, dos Provedores.
A única razão encontrada para justificar a publicação da brochura "Quem somos nas Misericórdias" prende-se com o facto de serem os Provedores que votam nas Assembleias Gerais da UMP, e por isso importa estimular alguma vaidade humana, na tentativa de os aliciar a continuar a manter o actual status na UMP.
Para demonstrarmos a insignificância do registo em "Quem somos nas Mosericórdias" façamos o seguinte exercício:
- de uma forma geral, os ótgãos sociais das Misericórdias têm, como mínimo, a seguinte composição:
- mesa da assembleia geral: 3 efectivos e 3 suplentes, num total de 6 membros;
- mesa administrativa: 5 efectivos e 3 suplentes, num total de 8 membros; e,
- conselho fiscal: 3 efectivos e 3 suplentes, num total de 6 membros.
No total, a generalidade das Misericórdias têm na composíção dos seus órgãos sociais 20 irmãos.
Se as Misericórdias forem 400 como afirmam os "dirigentes" da UMP, só nos órgãos sociais das Misericórdias Portuguesas, haverá 8.000 membros.
Mas, "Quem somos nas Misericórdias" só resistará 400.
Ou seja.
Para aqueles que "dirigem" a UMP "Quem somos nas Misericórdias" só existem 400 Voluntários.
Esquecem, deliberadamente, e dizemos deliberadamente, porque já em anos anteriores aqui fizemos referência a esta desagradável discriminação para com todos os Dirigentes das Misericórdias Portuguesas que não são provedores. Esquecem, portanto, 7.600 Dirigentes das Misericórdias.
Na impossibilidade de referir todos os outros Voluntários que servem nas Misericórdias, porque a UMP deixou de fazer este levantamenmto, anuialmente, só poderemos dizer que muitos, mas mesmo muitos Voluntários, nas Misericórdias, não merecem tal consideração por parte de quem "dirige" a UMP.
Sobre a brochura não deveremos nem poderemos deixar de proceder a uma análise de alguma(s) referência(s), por DEVER DA VERDADE.
Sobressaindo desde logo, na Mensagem do "presidente", ... - e somos milhares de rostos - do voluntariado em Portugal.
Por dever à verdade como é que este "presidente" do Secretariado Nacional (SN) da UMP pode afirmar ... somos ... do voluntariado ..., quando se sabe que de voluntário não tem absolutamente nada, mas mesmo nada.
Poderá um indivíduo que é funcionário do actual Ministério da Solidariedade e Segurança Social, do qual recebe a sua remuneração pela totalidade incluindo o subsídio de refeição, cujo montante ultrapassa, mensalmente, o 3.000 Euros se pode considerar voluntário ? Este indivíduo que é "presidente" do SN da UMP, está destacado na UMP para prestar serviço remunerado e a tempo inteiro na UMP. Quem é remunerado para estar ao serviço a tempo inteiro jamais poderá ser considerado voluntário. Nestas circunstâncias, o actual "presidente" do SN da UMP é um profissional. Açliás sempre o foi. Este indivíduo jamais foi voluntário na União das Misericórdias Portuguesas (UMP).
Mas ao que consta e que fontes, geralmente, bem informadas (e fazer fé em informações prestadas pelo próprio quando anadava em campanha eleitoral paga pela UMP, aquando do seu 1.º mandato, o próprio afirmou, por mais que uma vez, que só aceitaria ser "presidente" da UMP se lhe fosse permitido auferir uma remuneração mensal de 5.000 Euros) o actual "presidente" do SN da UMP auferirá, para além dos mais de 3.000 que recebe do Estado, mais 5.000 Euros pagos pela UMP a que acrescem toda uma série de mordomias, a saber, viatura que terá custado cerca de 150.000 Euros, telemóvel, alimentação, alojamento e deslocações semanais de e para a cidade do Porto).
A confirmarem-se todos estes benefícios além da remuneração paga pelo Estado, poderá este indivíduo que é o actual "presidente" do SN da UMP, considerar-se voluntário ?
Como pode este indivíduo que escreve no jornal Voz das Misericórdias "O DEVER DA VERDADE" recusar-se a prestar todas as informações relativas à sua remuneração quer no Estado quer na União das Misericórdias Portufguesas (UMP).
Acresce que desde o Verão passado os "presidentes" do SN e da Mesa do Conselho nacional concretizaram uma série de iniciativas, chegando a convocar, extraordinariamente, o Conselho Nacional, com o objectivo de fixarem para si prórpios uma remuneração de 70 % do vencimento do Presidente da República.
Por DEVER À VERDADE, importa que dentro da União das Misericórdias Portuguesas se apure, realmente, a realidade dos factos.
Pelos números que os próprios apresentam nas contas de gerência o prejuízo acumulado nos anos de mandato do actual "presidente" do SN da UMP é de cerca de 4.500.000 €.
É muito, muito, muito dinheiro para que nada seja dito e muito menos judtificado.
Esta realidade está espelhada nos Relatórios e Contas mas sem qualquer referência e que traduz num passivo acumulado nos últimos 4 anos de cerca de 9.500.000 €uros.
Estará a União das Misericórdias Portuguesas a caminhar para a insolvência?
Só uma auditoria, promovida pelos órgãos de tutela (Conferência Episcopal Portuguesa e Ministério da Solidariedade e Segurança Social) poderá esclarecer a situação actual da União das Misericórdias Portuguesas.
Sem comentários:
Enviar um comentário