Central de compras dos hospitais em ruptura
por Liliana Valente, Publicado em 26 de Fevereiro de 2010
Dívidas do SUCH acumulam-se apesar da venda de património e dos empréstimos. Administradores ganham mais do que a ministra da Saúde
O SUCH foi obrigado a pedir aos associados o pagamento de quotas extraordinárias.
por Liliana Valente, Publicado em 26 de Fevereiro de 2010
Dívidas do SUCH acumulam-se apesar da venda de património e dos empréstimos. Administradores ganham mais do que a ministra da Saúde
O SUCH foi obrigado a pedir aos associados o pagamento de quotas extraordinárias.
O cinto do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) está a apertar. A associação privada, constituída pelos hospitais públicos e misericórdias, e tutelada pelo Ministério da Saúde, está em dificuldades financeiras, admitiu ao i a administração. "O SUCH continua numa situação de risco."
Apesar do risco financeiro, em resposta ao i o SUCH não desmentiu os prémios de milhares de euros a alguns dirigentes "na ordem de milhares de euros" nem a compra dos carros topo de gama, escudando-se nas políticas de "gestão de desempenho" e de "atribuição de viaturas" que visam "a redução de custos". A denúncia partiu do Bloco de Esquerda que questionou o governo sobre alegadas irregularidades no SUCH desde "a atribuição a alguns dirigentes dos chamados prémios de cobranças, na ordem de milhares de euros" e ainda a "aquisição de viaturas topo de gama para uso dos directores e administradores."
Em 2008 a empresa acumulava um passivo de 57,3 milhões de euros e a tendência de agravamento das contas continuou em 2009. Apesar de os números ainda não estarem consolidados, a administração admite que a pressão financeira junto da associação privada é "uma situação que se mantém".
O risco de ruptura financeira mede-se pelas propostas extraordinárias para salvar a associação tomadas no ano passado. O SUCH foi obrigado a vender três imóveis e a pedir aos associados o pagamento de quotas extraordinárias. Além disso, admitiu ao i que continua a recorrer "ao financiamento bancário para a realização de investimentos", o que fez disparar o nível de endividamento para 78%.
Poucas compras A não adesão vinculativa dos associados aos serviços oferecidos pelo SUCH dificulta o cumprimento dos objectivos da associação, que há 44 anos se propõe contribuir para reduzir o passivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), ao dar aos hospitais a possibilidade de comprar serviços mais baratos. Acontece que, pelas dificuldades de concorrência com os fornecedores privados, o SUCH não consegue vender os seus serviços aos hospitais públicos - que acabam por contratá-los directamente aos fornecedores. Mesmo assim, segundo o SUCH, o volume de negócio "atingiu 100 milhões de euros" em 2009.
Uma situação "inaceitável" para o deputado do Bloco de Esquerda (BE), João Semedo, que já pôs questões ao Ministério da Saúde sobre "alegadas irregularidades financeiras no SUCH". O deputado explica, em declarações ao i, que "o SUCH não resulta porque, no fundo, não está a responder à proposta de poupança do SNS". Em causa estão ainda os vencimentos de alguns administradores que descontam apenas sobre o vencimento que auferiam enquanto quadros do Ministério da Saúde.
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Apesar do risco financeiro, em resposta ao i o SUCH não desmentiu os prémios de milhares de euros a alguns dirigentes "na ordem de milhares de euros" nem a compra dos carros topo de gama, escudando-se nas políticas de "gestão de desempenho" e de "atribuição de viaturas" que visam "a redução de custos". A denúncia partiu do Bloco de Esquerda que questionou o governo sobre alegadas irregularidades no SUCH desde "a atribuição a alguns dirigentes dos chamados prémios de cobranças, na ordem de milhares de euros" e ainda a "aquisição de viaturas topo de gama para uso dos directores e administradores."
Em 2008 a empresa acumulava um passivo de 57,3 milhões de euros e a tendência de agravamento das contas continuou em 2009. Apesar de os números ainda não estarem consolidados, a administração admite que a pressão financeira junto da associação privada é "uma situação que se mantém".
O risco de ruptura financeira mede-se pelas propostas extraordinárias para salvar a associação tomadas no ano passado. O SUCH foi obrigado a vender três imóveis e a pedir aos associados o pagamento de quotas extraordinárias. Além disso, admitiu ao i que continua a recorrer "ao financiamento bancário para a realização de investimentos", o que fez disparar o nível de endividamento para 78%.
Poucas compras A não adesão vinculativa dos associados aos serviços oferecidos pelo SUCH dificulta o cumprimento dos objectivos da associação, que há 44 anos se propõe contribuir para reduzir o passivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), ao dar aos hospitais a possibilidade de comprar serviços mais baratos. Acontece que, pelas dificuldades de concorrência com os fornecedores privados, o SUCH não consegue vender os seus serviços aos hospitais públicos - que acabam por contratá-los directamente aos fornecedores. Mesmo assim, segundo o SUCH, o volume de negócio "atingiu 100 milhões de euros" em 2009.
Uma situação "inaceitável" para o deputado do Bloco de Esquerda (BE), João Semedo, que já pôs questões ao Ministério da Saúde sobre "alegadas irregularidades financeiras no SUCH". O deputado explica, em declarações ao i, que "o SUCH não resulta porque, no fundo, não está a responder à proposta de poupança do SNS". Em causa estão ainda os vencimentos de alguns administradores que descontam apenas sobre o vencimento que auferiam enquanto quadros do Ministério da Saúde.
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1 comentário:
E a União das Misericórdias Portuguesas associada a mais este descalabro.
Não é ainda o representante da UMP o Presidente da Mesa da Assembleia Geral dos SUCH?
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