segunda-feira, 9 de março de 2009

VIAGEM À MADEIRA PARA CONVIDAR O PRESIDENTE DO GOVERNO REGIONAL

Aquele que se instalou no cargo de Presidente do Secretariado Nacional da União das Misericórdias Portuguesas (AICPSNUMP) partiu hoje para a Madeira para convidar o Presidente do Governo Regional para uma cerimónia protocolar a ter lugar no decorrer de um Congresso que a União das Misericórdias está a organizar naquela Região Autónoma.
Tratando-se de um convite protocolar haveria alguma necessidade de mais uma passeata até à Madeira?
Quanto custa mais esta viagem, absolutamente, desnecessária?
Quando é que aqueles que se instalaram nos cargos dos órgãos sociais da União das Misericórdias Portuguesas (AICOSUMP) prestarão contas às Miseericórdias das suas despesas em deslocações, despesas de representação e remunerações certas e regulares?
Como é possível continuar-se a permitir que aqueles que se instalaram nos cargos dos órgãos sociais da União das Misericórtdias Portuguesas continuem a gastar dinheiro, desnecessariamente e sem nenhuma justificação, dinheiro esse essencial para o combate à pobreza ?
É o mesmo que ainda hoje afirmava aos microfones do Rádio clube Portugês que o governo está a estrangular as Misericórdias.
Quem de facto está, há muito, há demasiado tempo a estrangular as Misericórdias Portuguesas são aqueles que se instalarm nos cargos dos órgãos sociais da União das Misericórdias.
Com que direito ou com que moral podem agir e intervir aqueles que se instalaram nos cargos dos órgãos sociais da União das Misericórdias Portuguesas quando os seus gastos, e/ou utilização injustificada (chamemos-lhe assim) de dinheiro das Misericórdias é utilizado para almoçaradas, jantaradas e dormidas em locais pouco condicente com o estatuto de organização aos serviços dos pobres?

Com que olhos é que os pobres dests País poderão olhar para aqueles que utilizam dinheiro que lhes devia ser destinado em grandes festanças e comezainas em restaurantes e hotéis de luxo?
Faz algum sentido que aqueles que se instalaram nos cargos dos órgãos sociais da União das Misericórdias Portuguesas organizem um Congresso (onde, certamente, as Misericórdias mais uma vez não terão direito à palavra. Ou se ouver alguma que fale são só as seleccionadas por AICOSUMP) num hotel de 5 estrelas na Ilha da Madeira?

Façamos umas contas rápidas e vejamos quanto se vai gastar, do dinheiro que deveria ser utilizado no combate à pobreza, por maioria de razão nesta época em que os Portugueses atravessam enormes dificuldades, sobretudo económicas:
- estimesmos que participarão 550 dirigentes e técnicos das Misericórdias;
- a previsão do custo do bilhete de avião e estadia em hotel é, aproximadamente, 700€;
- custo total previsível só para despesa de viagem e alojamento:
550 participantes x 700 € = 385 000 €;
- despesas com alimentação durante 4 dias:
(média diária/por pessoa: 50 €):
550 participantes x 50 € x 4 dias = 110 000 €,
o que prefaz um gasto de dinheiro das Misericórdias, de aproximadamente 495 000 €.
Esta estima de custos, quanto muito, só poderá pecar por defeito.
Mas mesmo que assim seja, em moeda antiga, estaremos a falar num custo de, cerca, de 100 000 contos (cem milhões de escudos) que as Misericórdias são levadas a gastar por aqueles que afirmama que as Misericórdias estão a ser estranguladas.
Mas afinal quem é que está a estrangular as Misericórdias?

Se aqueles que se instalaram nos cargos dos órgãos sociais da União das Misericórdias Portuguesas (AICOSUMP) acham que é importante a realização de um Congresso, estando Portugal a atravessar uma grave crise económica e financeira, se a pobreza está a aumentar, se os recursos das Misericórdias são escassos (e são) então AICOSUMP deverão promover a realização do Congresso com os menores custos possíveis.
Porque a maioria das Misericórdias são do Continente ( na Madeira só existem 5 Misericórdias. A realização de um Congresso poderá ser importante na Madeira numa época de vacas gordas), porque as Misericórdias são proprietárias de instalações onde pode ser realizado, com a máxima dignidade um Congresso (Centro João Paulo II, em Fátima), porque os rescursosdas Misericórdias são escassos, porque estamos a travessar uma grave crise, todos os esforços deverão ser alinhados no sentido da poupança.
Por estas, entre outras razões, o Congresso da União das Misericórdias poder-se-á realizar em Fátima com custos, cerca de 10 % do que vai ser gasto na Madeira.
Desta forma muitos e significativos recursos financeiros das Misericórdias poderiam ser encaminhados para o combate à pobreza.

Muitas são as razões, até de ordem ética e da moral, para que o Congresso, previsto pars a Madeira se possa realizar, em Fátima, na sede da União das Misericórdias Portuguesas, por excelência, com a vantagem de ser lugar de culto mariano, tão querido das Misericórdias Portuguesas.

Teme-se que nada do que é recomendável venha a ser acolhido, por razões insondáveis, mas que nada têm a ver com a acção e intervenção das Misericórdias.
Mas se assim não acontecer as Misericórdias continuarão em perca de credibilidade e confiança, e os estrangulamentos a que vão estar sujeitas serão cada vez maiores.

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