quarta-feira, 27 de novembro de 2013

MAIS UMA "CERIMÓNIA" QUE ENVERGONHA AS MISERICÓRDIAS

Quem esteve presente na "cerimónia" de inauguração do Centro para deficientes de Borba da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) não pode deixar de sentir mal quer com o aparato quer com as circunstâncias.
Mais uma vez foi alugada uma carpa para a cerimónia. Quanto custou este disparate? Certamente, uns largos milhares de euros.
Este aparato e estes gastos não fazem sentido numa organização como é a UMP.
Mas há alguns "pormenores".
Notou-se uma quase ausência de equipamento quer nos quartos quer nas salas.
Ainda assim algum do equipamento mostrado terá levado do Centro de Deficientes de Fátima, só para compor o ramalhete.
O altar da capela terá levado da Misericórdia do Vimieiro, para que não estivesse vazia.
Uma curiosidade significativa: a filha do Provedor da Misericórdia do Vimieiro que será o encarregado pela UMP de gerir esse centro em Borba terá sido admitida para "gerir" o economato desse mesmo centro.
Compreender-se-á, assim, melhor a razão da atribuição da condecoração da UMP a esse "provedor" com grau de benemérito.
De facto, se os factos que circulam entre todos os que estão ligados às Misericórdias, esse "provedor" merece tal condecoração, visto tratar-se do maior benemérito para si próprio. De há uns dez anos a esta parte vive exclusivamente à custa das Misericórdias, quer pela que beneficia da UMP quer pelos benefícios quie a si próprio terá atribuído na Misericórdia do Vimieiro.
 
Sobre o Centro de Deficientes em Borba diz quem conhece a realidade da deficiência nessa região do Alentejo que não haverá Deficientes que justifiquem a abertura desse mesmo centro.
Este centro de deficientes corre assim sérios riscos de se tornar mais um elefante branco.
Mas se assim acontecer isso não interessa nada a quem vive à custa das Misericórdias.
Quando todas as políticas de apoio à deficiência apontam para a integração dos deficientes na sociedade, esta UMP constrói um centro para deficientes completamente isolado de forma a dificultar o contacto dos deficientes com as estruturas locais.
Mas com esse centro conseguiu-se dar mais dinheiro a mais alguns amigos que permitem a continuidade daqueles que se instalaram nos órgãos sociais da UMP.
Será isto, fundamentalmente, que justifica a edificação de um centro que tudo aponta não servirá para mais nada do que para isso.
Com casos com estes não será fácil sair da crise que está instalada e que alguns talvez a queiram perpectuar para a partir daí extrairem benefícios para si próprios e para grupelhos que os apoiam.
 
 

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

AS VITÓRIAS DA UMP

Quem esteja minimamente atento ao que se passa com e nas Misericórdias poderá ter notado uma das vitórias desta UMP.
Está previsto na proposta de orçamento para 2014 a isenção de IVA para as IPSS na área dos cuidados continuados.
Parecendo uma boa notícia vamos analisar a mesma e as suas consequências.
Acontece que a generalidade das actividades das Misericórdias estão isentas de IVA, nomeadamente, os serviços da área social.
Sendo assim cabe perguntar o porquê de o Estado isentar as IPSS de IVA na prerstação de serviços nas unidades de cuidados continuados ?
Recordamos que a Rede de Cuidados Continuados é uma Rede pública de serviços, integralmente, controlada pelo Estado a que a UMP aderiu levando as Misericórdias a situações de rotura financeira.
É o Estado que decide onde são instaladas unidades de cuidados continuados.
É o Estado que decide quantas camas terá cada unidade.
É o Estado que decide quanto paga às Misericórdias por cada doente internado.
É o Estado que decide quem, quando, como e por quanto tempo o doentes vão ter direito a cuidados de saúde.
É o Estado o cliente das unidades de cuidados continuados.
É o Estado a entidade pagadora dos serviços prestados pelas Misericórdias.
Sendo o IVA um imposto "neutro" excepto para o consumidor final, o que o Estado está, na realidade, a fazer é isentar-se a si mesmo do pagamento do IVA.
Assim sendo a isenção de IVA prevista na proposta de Oraçamento para 2014 para as IPSS, é na realidade uma verdadeira isenção do Estado no pagamento do IVA.
Mais, o Estado ganha duas vezes.
Ganha porque não paga IVA.
E ganha o Estado porque não remete à União Europeia a parcela correspondente à taxa sobre o IVA que anualmente cada Estado membro lhe tem remeter.
O que verdadeiramente vai acontever é o Estado isentar-se a si próprio do pagamento do IVA.
O que aparentemente parece ser uma boa notícia para as Misericórdias revela-se absolutamente inóqua.
E assim vai sendo administrada a União das Misericórdias Portuguesas.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

DE VITÓRIA EM VITÓRIA ATÉ AO DESCALABRO TOTAL

A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) está num percurso sem retorno.
O descalabro financeiro será a meta a que o actual percurso conduzirá.
Em 31 de Dezembro de 2012 o passivo era colossal. Algumas mensagens deste blog escalpelizam bem a dimensão desse passivo.
Acontece que o passivo da UMP não pára de crescer.
Para saber, minimamente, um valor do passivo (que é duvidoso que não seja bastante maior do que o que é apresentado nas contas de gerência) teremos que esperar por Abril de 2014 para conhecer um valor de credibilidade duvidosa.
Mas até lá algumas coisas curiosas vão acontecendo dentro da UMP.
Continuamos sem ter acesso ao montante das remunerações certas e regulares que estes "dirigentes" da UMP levam para casa todos os meses, assim como alguns "amigos", nomeadamente, aqueles que estão instalados na Delegação do Norte da UMP assim como no Grupo Misericórdias Saúde, entre outros.
Continuamos sem saber as mordomias que os actuais "dirigentes" fixam para si mesmos e para os seus "amigos" indispensáveis para se manterem nesses mesmos cargos Dirigentes da UMP.
Continuamos sem saber como estão a decorrer os trabalhos de uma Comissão constituída dentro do Conselho Nacional (CN) da UMP  que tem por missão estabelecer as remunerações para os "dirigentes" da UMP:
Continuamos sem saber a quem foi vendida a Quinta de Santo Estevão, em Viseu, nem por quanto foi vendida. Estamos a falar de um património valorizado em algumas dezenas de milhões de euros.
Continuamos sem saber a quem foram vendidos 2 apartamentos que a UMP tinha em Fátima e por quanto foram vendidos.
Continuamos sem saber como foi possível aos "membros do Secretariado Nacional (SN) da UMP venderem a SECURICÓRIDIA (sociedade por quotas da qual a UMP detinha a maioria do capital), sem que para tal fossem autorizados pela Assembleia Geral da UMP.
Continuamos sem conhecer as contas das touradas organizadas pela UMP. Será que as contas dessas touradas estão saldadas ?
Muitas são as suspeitas que pairam sobre a UMP e sobre os seus actuais "dirigentes", os quais se julgam acima de qualquer suspeita.
A verdade é como o azeite, um dia virá ao cimo.
Esperemos que não demore muito a bem da própria UMP mas sobretudo a bem das Misericórdias, instituições incontornáveis no apoio aos cidadãos mais carenciados.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

"TORADAS" À MODA DO VIMIEIRO ?

Já várias vezes nos temos aqui referido à inexistência de contas relativas a quase 2 dezenas de Touradas levedas a efeito em nome da União das Misericórdias Portuguesas (UMP).
O que é um facto é que ninguém sabe nada relativamente às contas dessas touradas.
Foram organizadas em várias praças de touros do país, mas de contas nada.
Ora se tudo decorreu com normalidade, o mais normal seria que os "dirigentes" da UMP apresentassem as contas de todas essas touradas.
Ao que se sabe o "presidente" do Secretariado Nacional (SN da UMP tem um assessor para as "toradas" que ao que sabe será o Provedor da Misericórdia do Vimieiro.
Uma curiosidade já também aqui descrita é esse Provedor da Misericórdia do Vimieiro terá sido membro do SN da UMP do qual foi corrido pelo "presidente" do SN da UMP, mantendo-o como assessor. Das atividades que se lhe conhecem além de "dama" de companhia do "presidente" do SN da UMP para almoçaradas, jantaradas e sabe-se lá mais o quê, será o responsável pela organização das touradas anuais organizadas em nome da UMP.
Este ano foi organizada em Santarém na Praça de Touros Celestino Graça, propriedade da Misericórdia de Santarém.
Esse assessor para as toradas terá aliciado os Provedores das Misericórdias de Santarém, Pernes e Estremoz para a organização.
Foi anunciado que os toureiro atuariam de uma forma gratuita.
Mas terá mesmo sido assim ?
Terá sido assim Senhor Provedor da Misericórdia de Pernes ?
Ou o Senhor comprometeu-se a pagar aos cavaleiros uma determinada quantia que ao que pode saber não terá ainda sido paga ?
Isto será verdade ?
Importa esclarecer pois o que verdadeiramente está em causa é o bom nome das Misericórdias Portuguesas.
Agora que se aproxima a realização da assembleia geral da UMP poderá ser uma oportunidade para informar com toda a objetividade tudo o que se tem passado com as contas das toradas organizadas pela UMP à moda do Vimieiro.
Ao que se diz nos "mentideiros" haverá contas de outras touradas que ainda não se encontram saldadas. Será verdade ?
É aos Dirigentes da UMP que se lhes impõe o superior dever de informar.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

A FOME VAI PARA LISTA DE ESPERA

Quem hoje viu as notícias num dos canais generalistas da nossa "praça" ouviu que numa cantina social de uma Misericórdia há uma lista de espera de mais de 100 pessoas.
Ora as cantinas sociais foram criadas numa situação de emergência, que se prolonga, para acudir àqueles que necessitavam de comida. Ou seja, para evitar a fome aos mais carenciados.
A fome das pessoas não tem espera.
A fome, quando existe, tem que ser saciada de imediato.
Como é que pode haver notícias que anunciam mais de 100 pessoas em lista de espera para saciar a fome?
Incompreensível, no mínimo.
Para quem conhece a história das Misericórdias, sabe perfeitamente, que estas Instituições foram criadas para DAR DE COMER A QUEM TEM FOME. É até, por mais incrível que possa parecer, um das 7 Obras de Misericórdia Corporal.
Recordo que até há 10 anos atrás quando os Provedores das Misericórdias marcavam presença participativa nas assembleias gerais da UMP, em Fátima, invariavelmente, afirmavam, sempre que se falava em dificuldades: na minha terra NÃO HÁ FOME.
Passados tão só 10 anos e assistimos a notícias como as de hoje em que 100 cidadãos, com fome (pois são estes que recorrem às cantinas sociais) que estão à espera que lhes deem de comer.
Um Estado como o Português que, objetivamente, não dispõe de recursos financeiros (dinheiro) para fazer face às necessidades do País, necessita que a sociedade civil organizada encontre recursos para fazer face às necessidades que o Estado não é capaz de suprir.
As responsabilidades históricas das Misericórdias são grandes.
As necessidades do presente são muitas.
Os desafios a que a sociedade civil deve corresponder são oportunidades para atenuar o sofrimento dos mais desprotegidos.
Será bom que os Dirigentes das Misericórdias possam ler e refletir sobre a parábola do Juízo Final:
"Quando o Filho do homem vier em sua glória, com todos os anjos, ele se assentará em seu trono na glória celestial. Todas as nações serão reunidas diante dele, e ele separará umas das outras como o pastor separa as ovelhas dos bodes. E colocará as ovelhas à sua direita e os bodes à sua esquerda. "Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: 'Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que foi preparado para vocês desde a criação do mundo. Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram'. "Então os justos lhe responderão: 'Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessitado de roupas e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar?' "O Rei responderá: 'Digo a verdade: O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram'. "Então ele dirá aos que estiverem à sua esquerda: 'Malditos, apartem-se de mim para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos. 
Mateus 25:31-41
Será muito bom voltar a ouvir os Senhores Provedores das Misericórdias Portuguesas dizerem:
NA MINHA TERRA NÃO HÁ FOME.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A UNIÃO DAS MISERICÓRDIAS PORTUGUESAS DESAPARECEU ???

O sítio www.ump.pt desapareceu.
Ou melhor.
Deixou de estar operacional.
Todo o seu conteúdo foi apagado.
Situação curiosa.
Qual a razão para o "apagamento" do sítio há já 3 meses?
É muito estranho que um Instituição como a UMP deixe de disponibilizar informação para acesso generalizado.
Será que a UMP se tornou uma organização mais secreta do que o já era até ao verão?
Tudo isto é muito estranho. Muito estranho mesmo.
 
Há assuntos aos quais aqueles que se instalaram nos órgãos sociais da UMP deveriam dedicar atenção e pronunciar-se.
Porquê? Porque têm grande importância para o quotidiano das Misericórdias com reflexos na vida do comum dos cidadãos, principalmente, na vida daqueles que com maiores dificuldades vão sobrevivendo.
 
A opção dos atuais "dirigentes" da UMP é tentar "sacar" o máximo possível ao Orçamento Geral do Estado, procurando que o Governo disponibilize cada vez mais dinheiro para garantir a sua própria sobrevivência e a das Misericórdias.
Há já alguns anos se revelou que esta estratégia dos "dirigentes" da UMP redundaria num colossal fracasso, conduzindo à inviabilidade técnico-financeira das Misericórdias.
Pela 2.ª vez o atual Governo anuncia e cria (?) instrumentos que visam minimizar ou ultrapassar as dificuldades financeiras das Misericórdias.
Vem isto a propósito do novo Fundo de Apoio anunciado pelo Ministro da Solidariedade e Segurança Social. Fundo este que visa apoiar as Misericórdias com dificuldades.
Acontece que as Misericórdias com dificuldades são cada vez mais e com maiores dificuldades, em resultados de investimentos para os quais não foram garantidas as necessárias medidas de retorno do investimento realizado.
Esta é a razão pela qual temos ouvido muitas vezes o atual "presidente" do Secretariado Nacional da UMP reclamar mais dinheiro para acordos de cooperação.
Ora como todos sabemos as dificuldades financeiras do Estado são colossais.
A prova disto estão os cortes que vêm sendo realizados desde há 6 anos a esta parte.
Era, no mínimo, expectável que as verbas disponibilizadas para as Misericórdias fossem cada vez mais reduzidas, ao contrário do que os "dirigentes" da UMP reclamavam, publicamente.
Há muito que se esperava que não poderia continuar uma política expansionista de acordos de cooperação de onde resultava, invariavelmente, acréscimo de pagamento por parte do Estado às Misericórdias.
Para além desta dificuldade que é de facto uma impossibilidade: o aumento do n.º de acordos de cooperação ou o seu alargamento, surge agora a criação deste fundo que ao que segundo a CNIS informa será criado com verbas que deixarão de ser pagas às Misericórdias.
Este Fundo será, pretensamente, um fundo de solidariedade será criado para acudir às Misericórdias em dificuldades.
Ao que é do conhecimento geral é que o montante com que o Fundo será criado é manifestamente insuficiente. Tal como se está revelar que foi insuficiente o montante para o mesmo fim disponibilizado por este Governo há 2 anos.
Será que as Misericórdias que têm uma gestão criteriosa e exemplar vão ser obrigadas a contribuir para os desvarios cometidos pelo "dirigentes" da UMP e por Misericórdias como forma os caos das Misericórdias do Fundão, de Portimão e Barreiro ?
 
É necessário uma reflexão comum sobre os problemas que afetam os Portugueses e para a superação dos quais as Misericórdias muito podem e devem contribuir.
Assim como devem refletir sobre o papel das Misericórdias no Portugal de hoje e do futuro próximo.