domingo, 8 de janeiro de 2012

MANIFESTAÇÃO DE INCOMPETÊNCIA, INCAPACIDADE E IGNORÂNCIA ?

No passado dia , a RTP, emitiu a seguinte notícia:
"Misericórdias disponíveis para gerir hospitais do Estado
Um grupo de especialistas em Saúde da Universidade Nova de Lisboa que analisou as propostas do Grupo Técnico para a Reforma Hospitalar nomeado pelo Governo defende parcerias estratégicas do Estado com o setor social, mas não a qualquer custo. Em relação à intenção do Executivo de devolver às misericórdias os 15 hospitais que foram integrados no setor público após o 25 de abril, o grupo de especialistas da Universidade Nova de Lisboa manifesta dúvidas, sublinhando que não há provas de que o setor social gira melhor hospitais que o setor público ou privado. Porém, as misericórdias revelam-se disponíveis para aceitar o desafio, como conta o jornalista Frederico Moreno.
2012-01-05 10:25:21".

Pedro Pita Barros, coordenador do grupo de reflexão da Universidade Nova, ouvido pelo jornalista, afirma:
Não é claro pelo menos à partida que as Misericórdias tenham capacidade de o fazer melhor do que tem sido feito pelo sector público e até pelo sector privado dedicado à saúde. A questão que se coloca é, parece-nos um risco elevado sem haver qualquer evidêncai adicional fazer entrega de hospitais altamente diferenciados às Misericórdias ou Instituições Particulaares de Solidariedade Social em geral o sector social.

Comentando as afirmações do referido coordenador, o "presidente" do Secretariado Naconal (SN) da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), afirma:
É evidente que provas científicas no sentido que são as provas científicas não as há mas também não está provado o contrário é necessário e urgente fazer experiências sendo certo que há indícios fortes e claros de que essas dúvidas poderão ser dissipadas no sentido favorável se por exemplo olharmos para os resultados da gestão dos hospitais das Misericórdias que já estão no terreno dos 19 hospitais das Misericórdias. Também aqui nós estamos disponíveis para fazer a prova e o trabalho que temos desenvolvido.
Tudo isto pode ser visto e ouvido no sítio:
http://tv2.rtp.pt/noticias/?headline=46&visual=9&tm=8&t=Misericordias-disponiveis-para-gerir-hospitais-do-Estado.rtp&article=515606
 O que sobressai de tudo isto é a aceitação, por parte do "presidente" do SN da UMP, das dúvidas da capacidade de gestão das Misericóerdias.
O próprio "presidente" do SN da UMP manifesta dúvidas sobre a capacidade de gestão das Misericórdias quando afirma: urgente fazer experiências.
Fazer experiências? Quando tal afirma, o "presidente" do SN da UMP está a passar um atestado de incapacidade e incompetência aos Dirigentes das Misericórdias.
Mas as Misericórdias têm que demonstrar a alguém que têm capacidade de gestão de unidades de saúde?
Não bastam 5 séculos a garantir cuidados de saúde aos Portugueses?
O "presidente" do SN da UMP demonstra um total desconhecimento sobre o que foram, o que representaram para as populações, a prestação de cuidados de saúde sob a responsabilidade das Misericórdias.
Mais. O "presidente" SN da UMP demonstra um total desconhecimento sobre a dimensão dos cuidados de saúde prestados aos Portugueses, quando os seus hospitais foram nacionalizados, no PREC. Esse "presidente" desconhece que à data da nacionalização dos hospitais, todos os hospitias portugueses, excepto o de S. João no Porto, os da Universidade de Coimbra, e os Civis de Lisboa, todos os outros eram geridos pelas Misericórdias.
O "presidente" do SN da UMP desconhece que o SNS - Serviço Nacional de Saúde foi montado nas estruturas criadas pelas Misericórdias. Estas Instituições, durante o século XX, renovaram, ampliaram e construiram os seus hospitais que foram nacionalizados após o 25 de Abril. Até várias Misericórdias nasceram, já em pleno século XX, como objectivo de construirem hospitais para apoio às respectivas populações.
Quem conhece, minimamente, a história recente dasMisericórdias, não pode ignorar esta realidade. Não é, minimamente, aceitável que o "presidente" do SN da UMP desconheça o mais relevante que as Misericórdias concretizaram no passado recente. É de todo inaceitável.
O que o "presidente" do SN da UMP deveria ter feito, mas não fez, era repudiar as dúvidas suscitadas por quem, eventualmente, desconhecerá também, o que fram e o que são as Misericórdias.
Se o acima referido coordenador tinha dúvidas sobre a capacidade de gestão  das Misericórdias, com mais ficaria ainda depois de ouvir o "presidente" do SN da UMP afirmar que é urgente fazer experiências. Mas que experiências? Para demonstrar o quê? E a quem?
 Tudo isto revela uma total incompetência, incapacidade e ignorância, por parte do "presidente" do SN da UMP, relativamente à capacidade de gestão das Misericórdias.
O "presidente" do SN da UMP demonstra não ter perfil, não ter competência, não ter capacidade, nem ter conhecimentos que lhe permitam defender o bom nome das Misericórdias.
Ao dizer o que disse, o "presidente" do SN da UMP, deu argumentos a todos aqueles que duvidam da capacidade e da competência das Misericórdias. Não foi capaz de repudiar as dúvidas expressas pelo já referido coordenador, nem foi, minimamente, assertivo na defesa das capacidades e competências das Misericórdias.
Do que o "presidente" do SN da UMP não é, minimamente, capaz é de transmitir uma imagem de capacidade das Misericórdias para gerirem unidades de saúde, diferenciadas ou não. O que esse "presidente" demonstra é uma total incapacidade para apresentar um programa, ainda que mínimo, de retoma da actividade hospitalar por parte das Misericórdias.
Com os hospitais que as Misericórdias já gerem, com as unidades de cuidados continuados que as Misericórdias já gerem, com as unidades de saúde - clínicas - que as Misericórdias já gerem, com as unidades de meios complementares de diagn´´ostico que as Misericórdias já gerem, estão reunidas as condições mínimas essencias para que as Misericórdias criem um sistema social de cuidados de sáude.
O que o "presidente" do SN da UMP revela com os comentários proferidos e a sua actuação ao longo do já longuíssimo período que está instalado em cargos do SN da UMP, é uma total e absoluta incapacidade para elaborar um programa de intervenção das Misericórdias na área da saúde. Será incapacidade ou ausência de competência para tal?
Com os comentários que fez, o "presidente" do SN da UMP revela uma total e absoluta ignorância, relativamente, ao que foram e ao que são as Misericórdias e quais as suas capacidades e potencialidades de intervenção na área da saúde.
Com a sua actuação,o "presidente" do SN da UMP não consegue, minimamente, confiança a agentes externos que analisem capacidades e potencialidades das Misericórdias. Porque assim, esse "presidente" do SN da UMP está longe de poder continuar a ser o interlocutor de que as Misericórdias necessitam. Não é minimamente capaz de defender a honra e o bom nome dasMisericórdias, assim como dos seus Dirigentes.
O universo das Misericórdias dispõe de capacidades e de potencialidades que lhes permitem encarar a possibilidade de criarem uma rede social de cuidados de saúde. Para tal necessitam de assumir a sua UNIÃO. Porque só na UMP e em união será possível encarar essa possibilidade. Mas tal posibilidade não será possível com os actuais "dirigentes" da UMP.

2 comentários:

Anónimo disse...

A capacidade das Misericórdias para gerirem melhor, quer o sector da saúde quer o social, é fortemente condicionada pela "intromissão" do Estado na sua gestão, com exigências e imposições feitas por "técnicos" que nunca estiveram no terreno, que desconhecem a realidade mas que agem em nome do Estado todo poderoso, o tal que é reconhecido como não sabendo gerir.
Enquanto assim for ...

Anónimo disse...

Pode ser. Mas também as Misericórdias podem ser mal geridas pela falta de consulta aos "técnicos" que eventualmente estão destacados para apoiar os orgãos administrativos das mesmas. Saber gerir não é gerir sózinho na base do quero posso e mando.