Aparentemente não viria mal ao mundo se "dirigentes" da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) e de algumas Misericórdias se tivessem deslocado a Turim para assistir à final da Taça UEFA.
De facto "dirigentes" da UMP e de algumas Misericórdias, nomeadamente, provedores deslocaram-se a Turim no passado mês de Maio para assistirem ao jogo da final da Taça UEFA.
Perguntarão alguns dos nossos leitores da razão da escrita desta reflexão. E nós apresentamos, de seguida, a justificação.
Uma conhecida empresa fabricante de fraldas que já por várias vezes financiou viagens turísticas, também já neste espaço de reflexão referidas voltou a financiar a deslocação de "dirigentes" da UMP e de algumas Misericórdias a Turim para assistirem ao jogo da final da Taça UEFA.
Essa empresa fabricante de fraldas é também fornecedora de fraldas às Misericórdias, ou melhor, aos Idosos residentes e/ou utentes das valências das Misericórdias.
De facto e na realidade o que acontece é que as fraldas são pagas pelos utentes idosos das Misericórdias, são estes Cidadãos e/ou as respetivas famílias que suportam os custos com a utilização das fraldas por parte desses mesmos idosos.
Ora se são os idosos e/ou as respetivas famílias que pagam as fraldas, então, a empresa fornecedora de fraldas às Misericórdias, para que os utentes as paguem, está a promover viagens turísticas destinadas a "dirigentes" da UMP e das Misericórdias à custa do dinheiro dos utentes e das suas famílias.
Neste "negócio" das fraldas as Misericórdias são, de facto e na realidade, meros intermediários de um negócio entre a empresa fornecedora de fraldas e os utentes idosos dessas mesmas Misericórdias.
Esta negociata entre a empresa fabricante/fornecedora de fraldas e alguns "dirigentes" da UMP e de Misericórdias terá como destinatários dos benefícios a própria empresa e os "dirigentes " da UMP e das Misericórdias que beneficiam das "ofertas" dessa mesma empresa.
De facto e na realidade quem paga os benefícios da empresa e os benefícios que a empresa proporciona a "dirigentes" da UMP e das Misericórdias são os utentes das Misericórdias que pagam as fraldas fornecidas por essa mesma empresa.
Esta situação configura um situação de corrupção que importará ser averiguada pelas instâncias competentes.
Mas sobretudo o que configura dentro da área da Solidariedade Social, campo em que se enquadra a missão das Misericórdias será a de uma crime moral e ético. Porquê?
Porque não nos parece ser, minimamente razoável e muito menos aceitável que "dirigentes" da UMP e das Misericórdias sejam beneficiários dos pagamentos dos utentes.
O procedimento da empresa será também eticamente condenável. Acontecerá até que se nos país de origem dessa empresa for do conhecimento público este comportamento, essa mesma empresa será alvo de uma censura pública podendo levar até a uma significativa diminuição das suas vendas nessa país.
É ainda necessário relembrar que um dos escalões etários mais afetados pela atual crise é o do idosos.
Sendo que as Misericórdias acolhem, primordialmente, os mais pobres, então estamos confrontados com uma situação em que há "dirigentes" da UMP e das Misericórdias que usufruem de viagens pagas com o dinheiro dos mais pobres dos pobres.
Será que esses "dirigentes" da UMP e das Misericórdias se sentirão bem com a sua consciência sempre que usufruem destes benefícios sabendo que é dinheiro de quem é pobre e está em sofrimento que lhes paga essas viagens, entre, eventualmente outras coisas, de puro turismo e diversão?
Mal, muito mal mesmo vai o atual "reino" das Misericórdias quando alguns dos seus "dirigentes" se permitem promover e usufruir de benfícoas à custa da pobreza alheia.
3 comentários:
É verdade?
Têm nome?
Segundo rezam as fiéis descrições de quem até esteve também em Turim estiveram lá por conta dos idosos das Misericórdias os Provedores do Vimieiro e de Grândola, entre outros.
Deixo aqui outra pista. A SABSEG (detentora de 75% da Securicordia), tem fortes ligações ao mundo do futebol e até já patrocinou os árbitros. Não seria de espantar que também estivesse envolvida.
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