Palavras Sábias de S. João Paulo II que servem para titular este post que hoje dedicamos a todos quantos se dedicam, verdadeiramente, à missão das Misericórdias.
S. João Paulo II enquanto Papa dedicou especial atenção às Misericórdias enquanto "instrumento" da Igreja ao serviço dos mais pobres e desfavorecidos. Recebeu várias vezes as Misericórdias Italianas em audiência. E recebeu as Misericórdias de todo o mundo numa linda audiência no auditório do Vaticano, em 1992.
Lançou apelo para que as Misericórdias se empenhassem na criação de novas Misericórdias em todo o Mundo. Algumas Misericórdias Italianas assim procederam.
Não ter medo de anunciar a Doutrina de Cristo foi um apelo que seguimos com a máxima dedicação na salvaguarda da missão primeira que compete às Misericórdias.
Desde logo aqueles que se disponibilizam para servir nas Misericórdias devem fazê-lo em consonância com os princípios da Doutrina Social da Igreja: respeitando e cumprindo os princípios do Dom e da Gratuidade.
Por maioria de razão em período de crise como o que estamos atravessando faz ainda mais sentido que todos quantos pertencem aos órgãos sociais das Misericórdias o façam em regime de voluntariado e de uma forma gratuita.
Os recursos das Misericórdias têm que estar ao serviço dos mais pobres e necessitados.
Os Dirigentes das Misericórdias têm o dever de servirem, nas Misericórdias em regime de voluntariado e gratuitamente.
Não faz qualquer sentido que os Dirigentes das Misericórdias sejam os primeiros beneficiários dos recursos financeiros de que as Misericórdias dispõem.
Se assim acontecesse era o desvirtuamento total da missão das Misericórdias.
Outro tanto se passa no que à União das Misericórdias Portuguesas (UMP) diz respeito. Aqui por maioria de razão já que acontece até que alguns dos dirigentes são remunerados e bem pelo erário público. Não faz qualquer sentido que os dirigentes da UMP usufruam de remunerações certas e regulares porque fazendo-o estão a violar regras legais e estatutárias.
Quando há dirigentes que fixam para si e para os que lhes estão próximo remunerações e mordomias a que não têm direito, estão a violar a lei e os estatutos. Quando o fazem escondendo os factos estão a usufruir de benefícios a que não têm direito, logo tais procedimentos são objecto potencial de censura moral e ética. E por muito que os atuais dirigentes da UMP afirmem que não usufruem de qualquer remuneração paga pela UMP sabem que estão a faltar à verdade.
Já aqui desafiámos, várias vezes, os dirigentes da UMP a apresentar a realidade. Até hoje não conseguimos. Mas, como diz o Povo, água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
Um dia, seja este quando for, Portugal e os Portugueses hão-de saber a verdade sobre a gestão da UMP. Sobre as remunerações e mordomias dos seus dirigentes.
Sobre alienação do património que foi vendido não se sabe a quem nem por quanto.
Sobre património que foi alienado sem a necessária autorização da Assembleia Geral.
Sobre empréstimos.
Sobre mordomias oferecidas por empresas que têm as Misericórdias como clientes.
Enfim muito há que saber como foi e está a ser utilizado o dinheiro e o património da UMP, consequentemente, das Misericórdias.
Uma auditoria, uma inspeção, uma sindicância seja lá o que for tem que ser feito para que se saiba a realidade da gestão da UMP.
A situação atual é de total e absoluta opacidade.
Os sinais detetados estimulam preocupação crescente.
Um desse sinais o valor do passivo que ultrapassa já os 15.000.000 € (quinze milhões de euros). E se não fossem as novas normas contabilísticas esse mesmo passivo seria já bastante maior.
A acrescer ao facto de o passivo não para de aumentar, está o facto de o património da UMP, o que ainda não foi alienado, estar todo hipotecado.
A situação atual indicia um percurso de insolvência.
Com o caminho trilhado de há uns anos a esta parte conduzirá, inevitavelmente, à inviabilidade da UMP enquanto estrutura agregadora das Misericórdias.
A atual situação da UMP poderá acarretar grandes e graves prejuízos para as Misericórdias.
Não sei se mesmo intervindo já os malefícios serão evitáveis.
O tempo o dirá.
Tal como S. João Paulo II apelou também aqui fica um apelo para que as Misericórdias queiram saber com clareza e transparência a realidade gestionária da UMP na última década, pelo menos.
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