Debruçamo-nos, hoje, sobre a linha de rumo que o actual "presidente" do Secretariado Nacional (SN) da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) impôs nesta instituição.
E dizemos impôs porque de uma verdadeira imposição se trata já que essa mesma linha de rumo não foi sufragada pelas Misericórdias.
E dizemos impôs porque a mesma é seguida em violação nítida das disposições estatutárias.
Se não vejamos.
O Artigo 15.º dos Estatutos da UMP estabelece:
Compete ao Conselho Nacional:
a) Reunir com o Secretariado Nacional, antes de cada Assembleia Geral, a fim de lhe transmitir os problemas que deverão ser agendados nas reuniões da mesma;
b) Dar o seu parecer, sempre que o Secretariado o solicite.
Ora a Moção que o "presidente" do SN da UMP "impôs" ao Conselho Nacional não cabe em nenhuma das competências estabelecidas nos referidos Estatutos.
E impôs também porque os Presidentes dos Secretariados Regionais não foram mandatados nem pelos respectivos Secretariados nem pelo seu Conselho Distrital e muito menos pelas Misericórdias para poderem apreciar e muito menos aprovar essa mesma Moção.
Istp só demonstra como alguns se apoderaram da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) para concretizar as suas ambições pessoais.
E ainda há quem se sinta ofendido quando quem da melhor da boa fé afirma e reafirma que é essencial correr com os vendilhões do templo que se apoderaram da UMP.
Cada vez com maior convicção se afirma que a UMP tem que se livrar dos vendilhões do templo, daqueles que não se importam de vender a alma ao diabo só pata lhes ser possível continuar a extrair benefícios para si e para os seus.
Esta Moção. A forma como foi elaborada e aprovada só vem confirmar a necessidade de as Misericórdias assumirem, por completo as suas reais e efectivas responsabilidades na União das Misericórdias Portuguesas.
Como, facilmente, se comprova a matéria a que se refere não se enquadra nem nos assuntos a agendar para a próxima Assembleia Geral da UMP (se não faria referência a tal. E não o fazendo é matéria que não será agendada).
E também não é um parecer, com toda a nitidez deste mundo.
A Moção é tão só mais uma peça da obsessão de combate feroz, do actual "presidente" do SN da UMP, a este Governo. E tudo isto tão só pela convicção que o actual "presidente" do SN da UMP criou no seu próprio espírito de que seria ministro da saúde ou da segurança social no actual Governo.
Imagine-se o que seria deste País se tal viesse algum dia a acontecer.
Felizmente para Portugal muita gente, mas mesmo muita conhece o seu perfil, o qual revela a total impossibilidade de alguma vez concretizar a sua ambição de ser ministro de alguma coisa.
A Moção a que nos referimos pode ser lida no seguinte endereço electrónico:
http://www.ump.pt/ump/images/stories/cons.%20nac.%20-%20posi%E7%E3o%20p%FAblica%20das%20miseric%F3rdias-20-10-2012.pdf
Sem querer aprofundar em demasia o conteúdo integral dessa mesma Moção extrairemos alguns trechos que ilustram as conclusões que vamos extraindo.
Começemos então.
Logo no preâmbulo pode ler-se:
"Muito particularmente, o Conselho Nacional analisou o impacto do OE 2013 sobre a sustentabilidade das Misericórdias para que estas possam continuar a desempenhar a sua missão.".
Facilmente se pode constatar que esta afirmação elaborada pelo "presidente" do SN da UMP se insere numa linha de demagogia e populista fazendo crer que é ao Estado que compete asssegurar a sustentabilidade das Misericórdias.
Não é nem nunca foi obrigação do Estado garantir a sustentabilidade das Misericórdias.
O papel do Estado é, foi e será garantir a operacionalidade e funcionalidade das Misericórdias para que estas possam cumprir a sua missão.
E onde a diferença parece ser ténue ou inexistente ela é bastante grande e significativa.
Quem conhece a história das Misericórdias e a sua missão sabe, perfeitamente, que as Misericórdias foram fundadas em período de crise enorme que grassava pelo País, e tinham como missão acudir aos mais pobres já que o Estado não o podia fazer.
Tal como agora, em 1498 o Estado não tinha recursos suficientes para acudir a todas as necessidades dos Portugueses.
Tal como agora as Misericórdias não se devem empenhar em estar e permanecer na dependência total do Estado.
As Misericórdias devem diversificar as suas fontes de rendimento e perspectivar uma significativa diminuição do financiamento estatal.
Mas este não é o caminho traçado pelo actual "presidente" do SN da UMP e mais alguns "dirigentes".
Como é, facilmente, constatável o caminho que está a ser trilhado está longe, muito longe mesmo, de ser o mais adequado.
E se nada for feito para contrair o actual rumo, as Misericórdias vão sentir cada vez mais e maiores dificuldades. Muitas mais e muito maiores do que as que já estão a sentir.
O melhor caminho que as Misericórdias poderiam seguir era o de assumirem todas as suas responsabilidades na UMP, ou seja, assumirem a UMP.
Nunca será demias recordar que a UMP é a única Instituição conhecida de natureza associativa onde as associadas (as Misericórdias) não podem ser eleitas para os seus órgãos sociais.
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