quarta-feira, 19 de julho de 2017

DEMISSÃO DO DR. CARLOS ANDRADE

No passado dia 9 de junho, aquele que se instalou no cargo de Presidente do Secretariado Nacional (PSN) da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) em carta não endereçada (o endereçamento apresentado: Exmo.(a) Senhor(a) Provedor(a)) demonstra uma total falte de respeito e consideração para com os Senhores e Senhoras Provedoras das Santas Casas da Misericórdia de Portugal.
Essa mesma carta tem como referência: N/REF. 0521/17 e Assunto: Pedido de demissão do Vice-Presidente do Secretariado Nacional.
É esse mesmo pedido de demissão que hoje queremos aqui analisar até porque é a primeira vez que tal acontece na história da União das Misericórdias Portuguesas.
Comecemos pelo princípio. E o princípio teve início há 10 anos quando aquele que se instalou no cargo de PSN da UMP levou o Dr. Carlos Andrade para n.º dois do Secretariado Nacional, utilizando um argumento de que foi dado generalizado conhecimento. Dizia então aquele que se instalou no cargo de PSN da UMP que o exercício desse cargo lhe impunha enormes sacrifícios e prejuízos mas, que correspondendo ao "pedido insistente e generalizado" das Misericórdias se dispunha a "servir" essas Instituições só durante três mandatos. Haja alguém que não se lembre deste argumentário.
Foi crendo neste argumentário que o Dr. Carlos Andrade "abraçou" a causa daquele que se instalou no cargo de PSN da UMP, na convicção que passados 9 anos (três mandatos) seria ele o PSN da UMP.
Ao longo desses 9 anos o Dr. Carlos Andrade criou a convicção que no atual mandato seria ele próprio o PSN da UMP. Mas, como tal não aconteceu, concluiu que mantendo-se no atual como Vice-Presidente e Coordenador de Secretariado Executivo da UMP jamais chegaria a Presidente do Secretariado Nacional (PSN) da União das Misericórdias Portuguesas (UMP).
Chegando a esta conclusão procurou uma saída airosa da UMP: alegando: "Por motivos pessoais venho apresentar a minha demissão de membro do Secretariado Nacional da UMP.", conforme consta no anexo à carta referida no início desta reflexão.
O argumento utilizado "Por motivos pessoais" se o Dr. Carlos Andrade abandonasse também todos os outros cargos que ocupa em outras tantas instituições. Só para referir alguns, após consulta que se encontra disponível na net, o Dr. Carlos Andrade continuará a ocupar os seguintes cargos:
- Membro do Conselho de Administração da Fundação António da Silva Leal;
- Presidente do Conselho Executivo da Fundação António da Silva Leal;
- Membro do Conselho de Administração da Fundação João Bento Raimundo;
- Vice-Presidente do Conselho de Administração da Fundação AFID Diferença;
- Vice-Presidente da Direção da Fundação Augusto Gil;
- Vice-Presidente do Conselho de Administração da Fundação Vítor Reis Morais;
- Coordenador Distrital da Rede Europeia Anti-Pobreza Portugal - Núcleo Distrital de Faro;
- Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Santa Casa da Misericórdia de Faro.
Em declarações a Anabela Natário do semanário Expresso o Dr. Carlos Andrade diz: "O vice-presidente da União das Misericórdias Portuguesas demitiu-se. Ao fim de dez anos de envolvimento, Carlos Andrade sai da instituição liderada por Manuel de Lemos, alegando questões pessoais. “Somos todos amigos da mesma maneira”, disse ao Expresso, adiantando tratar-se de uma vontade de “fazer outras coisas”.


“Não conseguia ir a todo o lado. A atividade das misericórdias é um trabalho muito absorvente e que mata os fins de semana… foram assim os últimos dez anos da minha vida. Pus-me a pensar, tenho 60 anos, até aos 70 vive-se bem: tenho mais dez verões à minha frente”, esclareceu Carlos Alberto Correia Andrade sem querer, no entanto, desvendar o futuro que “talvez” reserve para se dedicar à área privada. Eleito em dezembro de 2016, só acabava o mandato em 2019.".
O trabalho desta jornalista pode ser visto em: http://expresso.sapo.pt/sociedade/2017-07-07-Demissao-na-Uniao-das-Misericordias-sai-o-vice-presidente
Numa primeira análise o fundamento apresentado pelo Dr. Carlos Andrade para se demitir de Vice-Presidente e Coordenador de Secretariado Executivo da UMP não condiz com a continuidade nos cargos das Instituições atrás referidas: 6 cargos executivos e 1 não executivo.
Se por razões pessoais não tinha condições para continuar na UMP terá condições pessoais para continuar nessas outras 6 instituições ?
Será desta segunda etapa que o Dr. Carlos Andrade está à espera ?
Ao que parece será. E a ocorrer quererá dizer que está disponível para voltar para o cargo de Presidente do Secretariado Nacional (PSN) da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) ?
Sendo sempre desde há mais de uma década o desejo do Dr. Carlos Andrade, ser Presidente do Secretariado Nacional (PSN) da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) e não tendo, aquele que se instalou e aí continua, no cargo de Presidente do Secretariado Nacional (PSN) da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), o Dr. Carlos Andrade terá sentido que mantendo-se na situação que estava há 10 anos jamais conseguiria chegar ao cargo que tanto ambiciona.
A sua estratégia de esperar que aquele que se instalou no cargo de Presidente do Secretariado Nacional (PSN) da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) lhe entregue o seu cargo fracassou. Chegando a esta conclusão não restava ao Dr. Carlos Andrade outra alternativa que não a de se afastar e procurando outra tática que lhe permita cumprir a estratégia que ele próprio se fixou: chegar a Presidente do Secretariado Nacional (PSN) da União das Misericórdias Portuguesas (UMP).
Por fim, na nossa análise de hoje queremos expressar a nossa convicção de que a demissão do Dr. Carlos Andrade não só nãoterá ocorrido por motivos pessoais como há muito foi sendo preparada por aquele que se instalou no cargo de Presidente do Secretariado Nacional (PSN) da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) conjuntamente com a sua nomenklatura que se apoderou da UMP.
A demissão aqui em análise é resultado de um conflito permanente de distanciamento entre os dois protagonistas aqui referidos.
Neste espaço de reflexão recordamos o que em 28072013 escrevemos: "Carlos Andrade, secretário do SN da UMP que está a aguardar a saída do atual "presidente" para ocupar esse cargo.
Outros dois factos que não foi nada pacífica a demissão do Dr. Carlos Andrade:
- o jornal Voz das Misericórdias náo tem a mínima referência ao facto na sua primeira página, limita-se a uma muita discreta notícia na sua última página; e,
- a "homenagem" que foi feita ao Dr. Carlos Andrade não só não foi promovida pelo SN da UMP como seria se a demissão tivesse ocorrido por motivos pessoais, como os integrantes dos órgáos sociais da UMP primaram pela ausência.
E ocorreu agora quando que se instalou no cargo de Presidente do Secretariado Nacional (PSN) da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) iniciou o processo de preparação da sua candidatura a mais um mandato.
Mas, esta é outra história que ficará para aqui ser contada um dia.