quinta-feira, 10 de abril de 2014

CLIMA DE MEDO OU SERÁ DE TERROR

No passado sábado os cidadãos presentes na Assembleia Geral (AG) da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) puderam assistir a mais um espetáculo degradante.
Logo no início da sessão a "presidenta" da Mesa da AG da UMP deu a conhecer ter recebido uma carta anónima suscrita por várias dezenas de Misericórdias, na qual demonstravam a sua enorme preocupação pelo atual estado da UMP e pela gestão que está a ser levada a cabo pelos membros do Secretariado Nacional (SN).
Essa mesma presidenta anunciou que tal carta foi rasgada, pois como carta anónima que foi, não mereceria outro tratamento,
Vamos então passar a analisar a situação à luz de valores e princípios éticos.
De facto a maioria das cartas anónimas não merecerá crédito, não se atribuindo qualquer valor probatório, até porque, normalmente, constituem episódios de revanche ou questiúnculas pessoais.
Mas, tal não será o caso com esta carta dada a conhecer em sessão da AG da UMP.
O conteúdo dessa mesma carta foi valorizado pela presidenta da Mesa da AG da UMP, a qual se permitiu divulgar, inclusivamente, o respetivo conteúdo.
E o conteúdo dessa carta limita-se a expressar o sentimento generalizado junto das Misericórdias que não alinham com a atual composição dos órgãos sociais da UMP.
De facto, de há uns anos a esta parte a gestão da UMP tem-se revelado desastrosa para as Misericórdias. O mesmo não se poderá dizer dos membros que compõem o SN da UMP e daqueles que gravitam na órbita desses mesmos membros.
Todos os referidos atrás beneficiarão de elevadíssimas remunerações e de mordomias que passam por utilização de hotéis de luxo, viatura para uso privativo, telemóvel, ajudas de custo, etc., etc., etc..
A tudo isto não será estranho o facto de o passivo da UMP atinja já o colossal valor de 15.859.150,86 €.
Para além deste colossal valor do passivo da UMP acresce saber que todo o património da UMP estará hipotecado.
A situação criada por aqueles que gerem a UMP criaram uma situação de insustentabilidade económica e financeira da Instituição.
O passivo da UMP já não será amortizável. Porquê?
Porque as receitas ordinárias da UMP não serão suficientes para amortizar tão colossal passivo. E porque com a gestão que vem sendo seguida o passivo não parará de crescer.

A decisão da presidenta da Mesa da AG da UMP de divulgar a existência de uma carta anónima e do respetivo conteúdo inserir-se-á numa estratégia de amedrontamento dos Dirigentes das Misericórdias.
De há uns anos a esta parte que quem quer intervir na AG da UMP não alinhando com os membros dos órgãos sociais é, normalmente, insultado até na sua dignidade enquanto cidadão.
Aqueles que gerem a UMP assim como o grupo que os apoiam criaram um clima de impedimento de participação crítica em todas as sessões da AG da UMP.
Já há muito tempo que só intervém na AG da UMP aqueles que bajulam os gestores da UMP.
Ainda que haja uma ou outra pergunta pertinente mas que cause algum desconforto a esse grupo que não sendo maioritário, amedronta, fica, invariavelmente, sem resposta.
Talvez a partir do conhecimento da existência desta carta anónima, as Misericórdias consigam dar início a um processo que procurará terminar com a afastamento daqueles que mais não fazem do que extrair para si e para os próximos reconfortantes benefícios financeiros oriundos dos cofres das Misericórdias.
Ou então tudo não passou de uma cabala montada e anunciada pelos próprios montadores, com inconfessados interesses dos quais não querem abdicar.
O tempo dirá o que se passou.

Uma nota final. Uma perspectiva.
O que se está já a passar com o comportamento daqueles que gerem a UMP e daqueles que gravitam na sua órbita fará prever que haverá uma nítida intenção de manutenção nos  atuais cargos que ocupam. daqui por, sensilvelmente, 15/16 meses poderá haver um anúncio público de que os presidentes dos Secretariados Regionais e as Misericórdias lhes pediram para continuarem a magnifica obra que vêm realizando há quase uma década.
Só não o farão se chegarem à conclusão que a exaustão dos dinheiros é tal que não lhes permitam continuar como até aqui. Ainda assim tentarão arranjar alternativa de modo a inviabilizar a realização de auditoria/inspeção às atividades da última década.
Vamos esperar para ver o que vai acontecer.

3 comentários:

Anónimo disse...

Uma carta anónima subscrita por dezenas de Misericórdias ??? Então não era anónima.

Anónimo disse...

O clima de Medo que se vive dentro da UMP é incrível. Os colaboradores todos os dias cumprem ordens das quais não estão de acordo nem eticamente nem deontolgicamente. O que se passa no Gabinete Jurídico da UMP é lamentável. Se os advogados que lá trabalham começam a contar a verdade ... ai ai ai , metade dos dirigentes do SN vão presos. Existe pessoas dentro da UMP que sabem o que se passa e não fazem nada pois o dinheiro no final do mês calha sempre bem.

Anónimo disse...

Agora já temos acordos estranhos com fornecedores, que ninguém percebe quem é o beneficiário ( o secretariado da União ?). Os Provedores são "induzidos" a receberem fornecedores, para proveito de uma elite da União. Investiguem alguns dos protocolos, já que as misericórdias são muitas vezes o sustento de empresas locais.Não deviam preocupar-se mais com o social e menos com protocolos empresariais ? O mercado não funciona ?