quinta-feira, 7 de maio de 2015

ANÁLISE SUMÁRIA AO BALANÇO

Tal como aqui vimos de há alguns anos a esta parte refletindo sobre a situação financeira da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) também este ano vamos dedicar um breve tempo a enunciar um dos problemas mais graves que foi criado, mantido e sistematicamente ampliado nos últimos 10 anos: o PASSIVO.
Tal como temos vindo a refletir com os atuais dirigentes da UMP foi criado um passivo que cresce a uma média superior a 2.000.000 € (dois milhões de euros por ano).
Em 31-12-2014 segundo é apresentado pelos próprios o PASSIVO da UMP é já de 16.381.612,78 € (dezasseis milhões, trezentos e oitenta e um mil, seiscentos e doze euros e setenta e oito cêntimos).
Tal situação é absolutamente insustentável por duas ordens de razão:
- o passivo não é superável com esta dimensão, estando a UMP numa situação de pré falência;
- o passivo já come parte significativa das receitas ordinárias da UMP.
Esta realidade pode também acarretar situações desagradáveis para os Dirigentes das Misericórdias que mandatados ou não pelas respetivas Mesas Administrativas têm vindo a dar cobertura silenciosa à criação e crescimento do passivo da UMP. Porquê? Porque muito desse passivo tem sido votado favoravelmente por que se afirma representante de Misericórdias nas assembleias gerais da UMP, assumindo assim um estatuto de conivência com a total falta de transparência das contas apresentadas.
Para tal basta recordar que por várias vezes os dirigentes da UMP têm sentido a necessidade de afirmar que as contas são sempre aprovadas na assembleia geral da UMP.
Tal como também aqui temos vindo a refletir a situação que a UMP vive não é alterável sem uma profunda mudança que um dia vai ter que acontecer. Pode até que aconteça só após o encerramento por falta de viabilidade económico financeira da UMP.
Mas, é essencial que os Dirigentes da UMP passem a ter que ser representantes das associadas. Na atual situação a UMP vive uma situação muito pouco ou nada democrática, uma vez que as Misericórdias não estão representadas nos órgãos sociais/corpos gerentes da UMP. Os atuais dirigentes da UMP só se representam a si próprios e criaram mecanismos que lhes permitem perpetuarem-se nos órgãos sociais/corpos gerentes da UMP. Veja-se:
- os estatutos; e,
- o reguamento eleitoral.
Onde devia imperar um exemplo de democracia constata-se um apoderamento do poder dentro da UMP.
Assim, se pode justificar o aparecimento e crescimento do PASSIVO colossal da UMP.