sábado, 16 de março de 2013

PROMOÇÃO DA DISCRIMINIAÇÃO

Hoje em dia de Conselho Nacional (CN) escreve-se mais uma página de manipulação institucional por parte dos "membros" do Secretariado Nacional (SN) da União das Misericórdias Portuguesas (UMP).
Realizou-se mais uma sessão do CN para que os desígnios dos instalados no SN da UMP se cumpra, ou seja, para que a UMP continue ao serviço dos seus interesses pessoais.
Mas não é sobre isso que hoje nos queremos debruçar.
Hoje vamos analisar, um pouco, só um pouco, do que foi o X Congresso Internacional das Misericórdias, realizado em 2012, no Porto e em Vila Nova de Gaia.
Do pouco que nos debruçaremos, vamos analisar conclusões e os órgãos sociais.
Comecemos então pelas conclusões.
Mais uma vez fica demonstrado que quem se instalou nos órgãos sociais da UMP procura manter o eixo do poder para a partir daí poder beneficiar dos bens e dos recursos da UMP.
Vamos destacar 3 das conclusões, as quais até estão publicadas no jornal "Voz das Misericórdias", jornal este onde as Misericórdias não têm voz, a saber:
2. Congratulam-se com o reconhecimento pelo Estado do papel decisivo das Misericórdias, no apoio às populações, como parceiros essenciais no desenvolvimento e na consolidação dos serviços de saúde e na sustentabilidade da proteção social.
3. Reconhecem que, no atual momento de crise social, económica e financeira que se vive, devem assumir um papel mais ativo no complementaridade da atuação do Estado.
Pelo teor destas duas conclusões se poderá concluir que os "membros" do SN da UMP "manipularam" um congresso, pretensamente, internacional para aí escarrapacharem conclusões, que com toda a nitidez, foram dirigidas ao atual Governo de Portugal, exclusivamente.
Este tipo de procedimentos só pode merecer censura porque origina um distanciamento progressivo de um parceiro essencial no cumprimento da missão.
As Misericórdias Portuguesas terão que um dia tomar posições que impeçam aqueles que utilizam a UMP a seu belo prazer de a continuar a manipular em benefício próprio.
A UMP tem que estar ao serviço das Misericórdias Portuguesas e não ao serviço daqueles que nela se instalaram para a partir daí extrairem benefícios para si e para o grupo que os apoia e também daí retira benefícios (remunerações, mordomias, etc.).
Não é, minimamente, compreensível que uma instituição que tem que se constituir como uma referência no âmbito da solidariedade, esteja a ser utilizada para promoção de interesses particulares/privados.

Passando a um segundo ponto que queremos abordar e que tem a ver com a constituição dos órgãos sociais da Confederação Internacional das Misericórdias, não podemos deixar de assinalar que na composição desses mesmos órgãos só entra gente a norte do Rio Douro, a saber:
- Dr. Manuel Augusto Lopes Lemos, irmão da Misericórdia do Porto e "presidente" do SN da UMP;
- Dr. António Tavares, Provedor da Misericórdia do Porto; e,
- Dr. Bernardo Reis, Provedor da Misericórdia de Braga.
Nota-se que houve a nítida preocupação, por parte do "presidente" do SN da UMP de colocar gente da sua mais íntima confiança e gente que seja sua incondicional apoiante.
É notória a intenção de colocar nesses órgãos sociais gente, exclusivamente, do norte e de cujos interesses comungam.
Está-se perante uma nítida discriminação das Misericórdias do centro e sul de Portugal assim como das das regiões autónomas.
Para que esteja minimamente atento ao que se passa dentro da UMP notará que houve mais uma jogada de quem domina a UMP com o objectivo também de dominar uma organização internacional que deveria estar ao serviço da solidariedade entre os Povos.
Tudo isto é uma consequência do desmantelamento de uma força coletiva das Misericórdias que quiseram por a UMP ao serviço das comunidades locais, impedindo o aproveitamento da Instituição em benefício de quem nela se instalou.
Infelizmente para as Misericórdias, para Portugal e para os Portugueses, o que vingou foi a prática de aproveitamento da instituição em benefício de alguns que nela se instalaram e dela extraem benefícios para si e para os seus.

Por fim e para não nos alongarmos demasiado estamos obrigados a registar o "apagamento" da figura mais emblemática da União das Misericórdias Portuguesas e que tem sido, progressivamente, apagado da história da Instituição.
Estamo-nos a referir ao Dr. Virgílio Lopes que foi, para além de fundador da UMP, foi também o promotor da criação da Confederação Internacional das Misericórdias.
Registamos que a todos os presidentes foi atribuída a categoria de eméritos excepto ao Dr. Virgílio Lopes.
Mal, muito mal mesmo, vai uma instituição que tenta apagar da sua história os factos e as pessoas de maior relevância institucional.
Mas enfim é a instituição que as Misericórdias têm.
Será que a merecem?
A história o dirá.

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