sábado, 9 de junho de 2012

DESPEDIMENTO COLECTIVO

O despedimento de trabalhadoras do CEFORCÓRDIA - Centro de Formação para as Misericórdias corresponde a um despedimento colectivo mascarado da necessidade de extinção de postos de trabalho.
As verdadeiras razões para a concretização deste despedimento colectivo não foram nem serão apresentadas pelos responsáveis por tal decisão enquanto a tal não forem obrigados.
O despedimento colectivo ocorrido no CEFORCÓRDIA não é mais do uma imparidade, como agora é usual dizer-se relativamente às irregularidades/ilegalidades que ocorrem no sistema financeiro.
Os responsáveis pela direcção da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) geram, quase sempre com as suas decisões, suspeitas de irregularidades/ilegalidades.
Vamos tentar demonstrar que a extinção de postos de trabalho no CEFORCÓRDIA é mais uma imparidade entre as muitíssimas que ocorrem, com frequência, na UMP.
Comecemos por transcrever o que os "dirigentes" que compõem o Secretariado Nacional (Direcção) da UMP propuseram no Plano de Actividades para o ano de 2012, relativamente, ao CEFORCÓRDIA (pág.s 194 e seg., destacando o seguinte:
(...)
É pois com grande empenho e especial dedicação que enfrentamos 
este desafio de qualificação dos trabalhadores, e consequentemente 
das Misericórdias.
(...)
Para além desta atividade formativa o Ceforcórdia acolherá ainda 
uma série de tarefas e responsabilidades resultantes dos vários 
Projetos cofinanciados e pelas PARCERIAS em que a UMP está 
envolvida.
(...)
Neste âmbito e ao abrigo da Portaria 851-2010 de 6 de Setembro, 
iremos, em 2012, proceder ao processo de Certificação da UMP 
como entidade formadora.
(...)
Neste âmbito e ao abrigo da Portaria 851-2010 de 6 de Setembro, 
iremos, em 2012, proceder ao processo de Certificação da UMP 
como entidade formadora.
No âmbito deste processo na perspectiva da nova estrutura do 
Centro de Formação serão promovidas ações de formação internas 
para os técnicos e colaboradores da UMP adstritos ao Ceforcórdia.
(...)
O Ceforcórdia estará mobilizado para, no decurso do ano, tudo fazer 
em melhorar a sua ação junto das Misericórdias, tanto ao nível da 
diversidade de oferta formativa, como na prossecução de ambiciosos 
níveis de execução dos respetivos planos.
(...)
A nossa prioridade para 2012 traduz-se em simples conceitos:
Diagnosticar – Implementar – Monitorizar – Avaliar
Formar – Qualificar - Certificar
Prestar Serviços de Qualidade e Excelência
Tudo isto foi apresentado às Misericórdias, na sessão da Assembleia Geral do dia 3 de Dezembro de 2011, tendo merecido aprovação.
Por coincidência, ou talvez não, já se sabia que os "dirigentes" da UMP, nomeadamente, o "presidente" do Secretariado Nacional tinha comunicado, ao seu círculo restrito, a decisão de despedir funcionárias do CEFORCÓRDIA, assim como a respectiva indicação de nomes.
Ou seja, quando em 3 de Dezembro de 2011 apresentou a actividade do CEFORCÓRDIA como prioritária e de desenvolvimento já tinha tomado a decisão de impôr a redução de actividade e de despedir funcionárias.
Irá ser interessante também conhecer as razões que levaram os "dirigentes" da UMP a escolher, em concreto, as funcionárias que o foram e não as outras que ficaram.
Conhecendo a forma de selecção das funcionárias conhecer-se-á a muita miséria moral que grassa.
Esta é tão só mais uma prova da coerência e da transparência com que é dirigida a UMP.
Esta decisão do Secretariado Nacional da UMP também é pouco consentânea com as atribuições das Misericórdias à UMP expressas na alínea b) do artigo 5.º dos Estatutos:
Promover a realização de cursos de aperfeiçoamento e valorização profissional para o pessoal das Misericórdias
A desactivação do CEFORCÓRDIA e o consequente despedimento de funcionárias demonstra:
- um total desrespeito e desconsideração pelos órgãos estatutários da UMP, já que contrariam deliberações da Assembleia Geral;
- um total desrespeito pelos Estatutos; e, sobretudo demonstram uma manifesta insensibilidade humana e social.
As verdadeiras razões para o despedimento das funcionárias que o foram em concreto vamos sabê-las ao longo do ano de 2012 e sobretudo a partir de 2013, quando o novo mandato dos actuais "dirigentes" for assumido.
As consequências serão devastadoras para a UMP e para as Misericórdias.
Vamos estar atentos ao que se vai passar com a formação para as Misericórdias promovidas pela UMP.
Estaremos também atentos ao evoluir do passivo que em 5 anos foi criado e já atingiu os 9,8 milhões de euros e que em 2012 não pára de crescer.
Nada do que se passa na UMP faz qualquer sentido à luz dos princípios e valores que enformam as Misericórdias.
Já agora e para terminar deixamos uma derradeira questão:
se o CEFORCÓRDIA necessita de reestruturação por razões económicas porque não se extingue a  agência de viagens da UMP a TURICÓRDIA que deve a sua existência a razões que nada têm a ver com a as actividadees das Misericórdias e apresenta um prejuízo superior a 70.000 no ano de 2011, contrariamente o que aconteceu com o CEFORCÓRDIA?