quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

EM PORTUGAL SÓ PASSA FOME QUEM QUER

O título deste post é o que melhor pode ilustrar o pensamento daquele que se instalou no cargo de presidente do Secretariado Nacional (SN) da União das Misericórdias Portuguesas (UMP).
Para este cavalheiro(?) ficamos a saber que passar fome deve ser uma espécie de divertimento.
Tal como só se diverte quem quer.
Também em Portugal só passa fome quem quer.
Esta frase foi alvo de publicação na 1.ª página do jornal i do passado dia 3 de fevereiro. O editorialista não encontrou, em duas páginas de entrevista, melhor frase que espelhasse o pensamento do presidente do SN da UMP sobre a atualidade nacional no âmbito da designada solidariedade social..
Bastaria ler esta 1.ª página do jornal para se poder concluir o vazio que mais uma vez representa o pensamento de quem se instalou em cargo e do qual não abdicará enquanto os mecanismos das instituições não funcionar.
Vamos analisar, sucintamente, o conteúdo da entrevista.
E só o fazemos sucintamente porque a mesma está vazia de conteúdo porque o depoente está vazio de pensamento sobre as Instituições que diz gerir, já não é só coordenar ou representar.
Um facto que ressalta é o da intenção de permanecer no cargo que há 9 (nove) anos afirmou ir abandonar no final do atual mandato.
Ficámos a saber que é sua nítida intenção permanecer nesse cargo.
Transcreve-se da entrevista:
"Entre os dois cargos, qual escolheria?
A União das Misericórdias. Uma coisa é fazer uma substituição pontual de um presidente e ficar lá uns meses. Para ajudar, estou sempre disponível, mas para ficar em permanência não."
Daqui se pode extrair a conclusão que é sua intenção continuar instalado na cargo dentro da UMP.
E isto não constitui nenhuma novidade.
Para aqueles fiéis seguidores deste blog e para quem conhece o personagem sebe perfeitamente que jamais foi sua intenção deixar a UMP no final do atual mandato que termina no final do corrente ano.
Questionado:
Ainda conseguem dar resposta a todos os pedidos de ajuda?
Respondeu:
So far, so good. Mas toda esta situação levou a uma enorme descapitalização das Misericórdias, temos muitas Misericórdias nas lonas."
Para além dos termos pouco apropriados para um Dirigente quer fazer crer que as dificuldades financeiras das Misericórdias passam pelo apoio que prestam a quem dele necessita.
Ora, nada é mais errado do que esta afirmação.
As Misericórdias estão em séries dificuldades em resultado de políticas institucionais absolutamente erradas para as quais as Misericórdias foram arrastadas pela UMP.
Olhe-se apenas para algumas Misericórdias que apoiarama linha que se instalou nos órgãos sociais/corpos gerentes/ da UMP.
Olhe-se para as consequências conhecendo-se a realidade próxima vivida em Misericórdias como a do Fundão, de Portimão, de Vila Verde, do Barreiro e do Vimieiro.
Para além da situação económico-financeira da UMP que estará ,uito próximo da insolvência, pois o seu passivo era há um ano atrás de cerca de 16.000.000 € (dezasseis milhões de euros).
Não valerá a pena escalpelizar mais a entrevista para poder constatar o vazio total.
Mas não poderemos deixar de referir o seguinte:
Quando questionado sobre os principais problemas sociais do nosso país aponta o envelhecimento da população. Para o entrevistado uma das conquistas civilizacionais o progressivo aumento da esperança média de vida constitui um problema.
Mais palavras para quê ? O verdadeira artista está mais uma vez revelado.
Por fim uma nota.
Esta entrevista como outras e outras notícias a sua respeito surgem, provavelmente, no seguimento de ações pagas com o dinheiro das Misericórdias à mais cara agência de comunicação em Portugal.
Que necessidade tem a UMP de ter contarto de presatação de serviços com uma agência de comunicação ? Ou não tem ? Esclareçamos isto na próxima Assembleia Geral da UMP a realizar em breve, assim como as remunerações dos dirigentes e seus assessores.

1 comentário:

Anónimo disse...

Esta foi, talvez, das entrevistas mais afrontosas da dignidade humana que li nos últimos tempos. É o total desrespeito e indiferença pelo sofrimento alheio. Mas qual é a novidade? Importante é mesmo viver de grande, bons carros, os melhores hotéis, e restaurantes e distribuir benefícios por aqueles que abanam a cabeça.
O resto são pequenos pormenores. Mas é a este Sr. Que as Misericórdias confiam os seus destinos, portanto, cada um tem o que ajuda a construir.