quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

DEFRAUDAR AS MISERICÓRDIAS

Há mais de 20 anos que os "dirigentes" da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) se recusam a cumprir os sistemáticos apelos e deliberações dos órgãos estatutários no que à revisão do Decreto-Lei n.º 119/83, de 25 de Fevereiro e dos estatutos da UMP diz respeito.
~Para aqueles que acompanham a vida e a atividade das Misericórdias e da "sua" União não podem deixar de se sentir defraudados quer com os novos Estatutos aprovados quase à revelia das Misericórdias (já que as Misericórdias foram mantidas afastadas de todo o processo de revisão, sendo-lhes dado a conhecer somente a versão que iria ser proposta à AG) quer com as alterações ao Estatuto das IPSS aprovado pelo Decreto-Lei n.º 172-A/2014 de 14 de Novembro.
Porquê ? Perguntarão os menos conhecedores.
As razões são as seguintes.
A revisão dos Estatutos da UMP estariam sempre dependentes da legislação de enquadramento da atividade das Misericórdias.
Atendendo à sua identidade, especificidade e percurso histórico as Misericórdias são reconhecidas como um dos pilares da nossa identidade nacional. Por estas razões desde que reconhecendo a desadequação de adequado enquadramento ao Decreto-Lei n.º 119/83, de 25 de Fevereiro, ainda na década de 80 do Século XX, as Misericórdias vêm  reclamando, com plena justificação, a elaboração, aprovação e publicação do Código das Misericórdias.
Há ainda outra razão para que as Misericórdias quisessem ver reconhecida a sua identidade e especificidade atendendo a que instituições com muito menos história como são o caso das mutualidades e das cooperativas, estas instituições viram reconhecida a sua especificidade.
O Decreto-Lei n.º 172-A/2014 de 14 de Novembro continua a "embrulhar" as Misericórdias numa salganhada de instituições. 
Neste conjunto, cada vez mais, as Misericórdias vão perdendo a sua individualidade, a sua especificidade e até identidade. Lembramos a este propósito que a esmagadora maioria das Misericórdias está filiada na CNIS. Assinale-se que um dos principais dirigentes da CNIS é Provedor de uma Misericórdia. Comparando, os dois principais cargos dirigentes do SN da UMP não são ocupados por Provedores, são sim ocupados por quem nunca desempenhou tais funções.
O que as Misericórdias continuam desejando é o reconhecimento da sua identidade, da sua especificidade e da sua história o que só será garantido com a existência de um Código das Misericórdias.
As Misericórdias sente-se pelas razões aqui aduzidas, mais um vez defraudadas com o não reconhecimento público/governamental da sua individualidade.
Os "dirigentes" da UMP continuam a não querer ser porta vozes dos anseios e aspirações das Misericórdias.
Quem está de facto para servir ao seu Irmão mais pobre ou desprotegido não pode ver-se reconhecido na atividade da UMP.
A UMP tem que tomar um novo rumo. Este só poderá ser definido pelo universo das Misericórdias. A UMP tem que ser um "instrumento" de que as Misericórdias dispõem para as representarem e estas têm que se sentir representadas pela sua UMP, o que atualmnete está muito longe de acontecer.
A esmagadora maioria das Misericórdias não deseja nem quer esta UMP

4 comentários:

E. Costa disse...

Boa tarde!

Andando à procura de informações na internet que me auxiliassem a dissipar práticas que, até ao momento, se me afiguram como dúbias e que têm vindo a ser praticadas nua instituição pertencente à UMP, deparei-me com este blogue.

Da leitura do seu conteúdo, constato que o seu autor é alguém que muito percebe das virtudes e dos erros (propositados ou involuntários) que se vão praticando nas diversas misericórdias ao nível nacional.

Porque não estou a conseguir recolher as informações que pretendo, haverá forma de o contactar de forma reservada, a fim de lhe expor o assunto em causa e auxiliar-me na pesquisa, com vista ao esclarecimento das dúvidas que tenho?

Como o fazer? Por e-mail?

Cumprimentos,

Anónimo disse...

E. Costa

Envie-me a sua identificação e o seu contacto telefónico, SFF, com garantia de reserva total e absoluta.

Anónimo disse...

Lamentável tanta miséria...mas afinal não são os Provedores que votam estas matérias? se não concordam e se votam como explicar a aprovação do documento com o qual não concordam? já ouvi pelo menos seis provedores a dizer abertamente que acham este processo uma aberração,uma desonestidade... mas e então? Não votaram contra ou os votos deles não foram contados ou dizem uma coisa e votam outra?
Há quem diga que são palhaços, outros dizem que são pessoas serias têm medo de falar... porquê???? medo???? não perceberam a ridícula e desprezível figura que fazem?
Garanto-vos uma coisa: no dia em que a UMP for investigada, esses "ratos" que dizem mas não agem serão desmascarados e considerados cúmplices... que a pena lhes seja pesada!

Anónimo disse...

Toda a organização conhecida por UMP defrauda as Misericórdias pela forma escandalosa como gasta o dinheiro das associadas e o dinheiro proveniente dos apoios estatais (de todos nós). É um fartar vilanagem de assessores com grandes vencimentos, carros topo de Gama, combustível de borla e dormidas nos melhores hotéis. Organização social de opção preferencial pelos pobres? Só se for pelos pobres de espírito que somos todos os que permitimos que tudo isto se passe, que relatórios de inspecções com conclusões de gestão fraudulenta nalgumas Misericórdias sejam enfiados no fundo de gavetas porque os Provedores visados pertencem ao círculo próximo de quem manda. Opção preferencial pelo luxo e pelo esbanjamento como nunca se viu na UMP e piores dias virão.